Era uma sexta-feira qualquer
Jungkook e Jimin chegavam da escola, exaustos.
Tiraram os tênis na entrada e jogaram as mochilas no chão mesmo. Jungkook se jogou imediatamente deitado no sofá e Jimin tirou a blusa do uniforme.
– Você não vem? – provocou, esfregando a peça de roupa por seu peito nu.
– Não estou disposto. – desdenhou o mais novo.
– Aigo! Não acredito que a escola quebrou a minha sex machine! – choramingou Jimin, provocando risadas no outro.
O ruivo não estava blefando quando convidou seu namorado para um banho, mas estava tão cansado quanto ele, por isso não insistiu tanto quanto gostaria. Sem muita escolha, jogou-se sentado no chão da sala, apoiando a cabeça nas pernas do mais novo, que imediatamente iniciou um carinho em seus fios alaranjados.
O celular de Jungkook tocou.
No início, ninguém deu muita importância, afinal, quem poderia ser? Taehyung? Era o mais provável, apesar de o loiro ser conhecido por geralmente mandar mensagens e não, de fato, ligar.
Da forma mais preguiçosa possível, o menino Jeon puxou o celular do bolso traseiro da calça jeans e se surpreendeu ao ver que quem ligava não era seu amigo.
– Quem é? – perguntou Jimin, estranhando sua expressão facial.
– Não sei. É um número desconhecido.
– Vai atender? – o mais velho tentou encorajá-lo com o olhar.
Ao invés de responder com palavras, Jungkook apenas aceitou a chamada. Respirou fundo, engoliu a insegurança a seco e fez o que tinha que fazer.
– Yeoboseyo? – sua cabeça balançava em concordância e seu cenho franzia a medida em que ouvia o que a voz do outro lado da linha lhe perguntava – Sim, eu sou o Jeon Jungkook. Quem é você?
– Quem é? – sussurrou Jimin em extrema curiosidade.
– Park Jaesung-ssi? – repetia tudo o que o homem dizia, para que Jimin entendesse o que se passava – Dono de um restaurante em Seul? – enfatizou a frase, cada vez mais confuso – Desculpa perguntar, mas… O que o senhor quer comigo?
– O quê? – Jimin continuava sussurrando em agonia – O quê? Fala!
– Cantar?
– Cantar??
– Não! Sim! Sim, eu canto! – suspirou, tentando conter a empolgação que lhe atingira de repente – Desculpa. Eu… Estou interessado sim. – coçou a cabeça enquanto terminava de ouvir a proposta, e não hesitou em nenhum instante – Quando?
Agora foi Jimin quem franziu o cenho em desconfiança.
– HOJE?! Quer dizer, sim, eu posso hoje. Onde? – pegou rapidamente seu caderno e uma caneta e começou a anotar o endereço que lhe era passado – Por acaso, eu sei onde fica sim. – estranhou a coincidência de ser o único restaurante ao qual já havia ido desde que voltara à Seul, mas a euforia do momento não lhe permitia desconfiar tanto – Eu é que agradeço, Park Jaesung-ssi. Até mais tarde.
O menino precisou de alguns segundos em silêncio após desligar o celular para realizar o que estava acontecendo, mas mesmo assim tudo lhe parecia surreal demais.
– Eu não estou entendendo é nada! – exclamou o ruivo.
– Eu também não entendi direito, mas parece que… Bom, parece que eu arranjei um emprego! – jogou os braços para o ar, sorrindo em comemoração.