Sábado à noite, Yoongi chegou em casa do trabalho e encontrou Taehyung mexendo em suas panelas no fogão, como se realmente soubesse o que estava fazendo.
– Ah, V-ya! Você me assustou! – resmungou ao fechar a porta.
O mais novo deu um ar de riso, pois já esperava tal reação do amigo.
– Eu precisava te ver, mas parece que cheguei cedo demais. Daí como eu estava aqui sozinho sem fazer nada e sabia que você ia chegar cansado de tanto cozinhar, eu resolvi fazer o nosso jantar.
– Que pena que eu não trouxe nenhuma marmita hoje. – debochou, desviando eficientemente de um pano de prato que voara na direção de seu rosto.
Yoongi caiu na gargalhada e inevitavelmente, o loiro acabou rindo também, admitindo que talvez não fosse exagero do outro.
Taehyung apagou o fogo, desistindo do quer que estivesse fazendo.
– Você não sabe apreciar nada do que eu faço por você. Eu sou muito trouxa mesmo, viu?
Ainda rindo, Yoongi se aproximou, beijando o pescoço do outro, por trás.
– Mas eu gosto de você desse jeitinho trouxa mesmo.
– Me solta! Sai! Ridículo.
O mais novo o empurrou, fazendo biquinho e ele caiu na gargalhada novamente.
– Você sabe que eu estou brincando, Tae Tae. Eu adoro a sua comidinha grudenta e sem sal.
– Aigoo~
Taehyung se sentou na cadeira, chateado enquanto Yoongi se divertia.
– Mas fala aí, o que de tão importante você tinha pra me dizer?
– Era sobre o Jungkook. – o loiro jogou, ainda de braços cruzados e fazendo biquinho – Mas nem sei se eu ainda quero conversar…
– Claro que quer! Anda, fala logo.
O rapaz de cabelo verde se sentou rapidamente de frente para o outro, repentinamente interessado em qualquer coisa que ele fosse falar dali pra frente.
Taehyung tentou dramatizar, fingindo ponderar se daria continuidade àquela conversa, mas conhecia seu melhor amigo o suficiente para saber que não sairia dali inteiro caso decidisse se calar.
Sem escolha, se ajeitou na cadeira e trocou olhares com a ansiedade personificada.
– Eu acho que você poderia parar pra refletir sobre as suas atitudes do passado, sabe? Comparar com o você de atualmente. Se você pudesse voltar no tempo onde vocês se amavam… Sei lá, talvez, se você voltasse a ser o Suga por quem ele se apaixonou…
– Eu nunca mudei. Foi ele quem mudou.
– Eu estive pensando sobre o porquê de você não conseguir evitar fazer tão mal a pessoa que você mais ama nesse mundo, e quer saber de uma coisa?
– Não.
– A conclusão que eu cheguei foi que talvez o motivo possa ser as suas questões familiares mal resolvidas.
– Não acredito que você não vai mais parar de falar desse assunto…
– Mas é verdade! Eu sei que você não quer me contar sobre isso, mas…
– O quê? – o interrompeu, esmurrando a mesa – Se eu não quero contar, é por que esse assunto só diz respeito a mim! – se levantou alterado – O quê que é, hein? Todos os meus amigos se formaram em psicologia da noite pro dia e eu não fiquei sabendo? PAREM DE TENTAR ADIVINHAR O QUE EU SINTO!