J-Hope POV:
– O quê que você quer na minha casa, seu ruivo desbotado? – Taehyung revirou os olhos, enquanto eu só me preocupava se a minha franja estava bagunçada.
– Certamente não é você, seu loiro de farmácia. – Jimin arqueou uma sobrancelha.
– Não vai dizer que sou eu? – brinquei para esconder meu nervosismo.
– Como você adivinhou? – Jimin abriu um sorriso macio, piscando rapidamente.
SÉRIO? ELE ESTAVA FALANDO SÉRIO?!??
– Eu sou bem esperto. – dei um ar de riso.
– É sério isso? – Tae tinha as bochechas vermelhas, claramente irritado.
– Ué, você não achou mesmo que eu tinha vindo te ver, né, V? – debochou Jimin, erguendo as sobrancelhas.
Taehyung tornou a revirar os olhos.
– Então, fala logo o que você quer e vai embora o mais depressa possível.
– J-Hope.
– Hã? – meu melhor amigo e eu balbuciamos ao mesmo tempo, no mesmo nível de surpresa.
Jimin deu de ombros.
– Eu queria tomar um sorvete, mas não queria fazer isso sozinho… Você me parece uma boa opção de companhia. – soltou como se não fosse importante. Pera…
Arregalei os olhos para Tae. Aquilo estava realmente acontecendo?
O cara continuava sorrindo de lado, escorado no batente da porta do meu melhor amigo, vulgo seu ex-namorado.
*pausa pra me perguntar como ele conseguia ser tão lindo(?!?!!!!)*– surtei por dentro, enquanto que por fora, minha cara estava estatelada, totalmente em choque.
– Jimin..? – confirmei para ver se eu não estava sonhando – Você quer sair… Comigo?
– Neste momento, é o que eu mais quero.
– Mas, nem tudo pode ser como a gente quer, né? – Tae nos interrompeu, ameaçando fechar a porta – Infelizmente. Se cuida, tá? Vai pela sombra!
O ruivo segurou a porta com um pé, encarando seu ex-namorado com deboche.
– Depois de tanto tempo, você ainda tem ciúmes de mim, V?
Taehyung bufou, claramente impaciente com a presença de Jimin.
– Pois saiba que, por mim, você pode sair até com o pipoqueiro da praça. Só que o Hoseok é o meu melhor amigo, e eu preciso protegê-lo de você.
– Comigo você não precisa se preocupar. – devolvi, ainda remoendo a história que não conseguia engolir sobre o tal do Suga – Eu não corro perigo.
Ajeitei a franja mais uma vez, e saí de mãos dadas com Jimin, deixando o meu traidor boquiaberto, certamente espumando de raiva.
~*~
– Engraçado a gente gostar do mesmo milk shake. – ponderou Jimin.
– Não, não é nada engraçado. – respondi sinceramente – Eu odeio banana, só fingi que queria o mesmo pra ver se você tinha a decência de dividir o seu comigo!
Jimin gargalhou.
– Meu Deus, eu sou muito lesado! – levou as mãos à cabeça, rindo – Você poderia ter pedido outro, então a gente trocava, e toda essa boiolagem...
Rimos.
– Eu não. E se você não gostasse de chocolate? Eu ia ficar com cara de quê? – fiz uma careta.
Gargalhamos. De repente, ele parou e ficou olhando para a minha cara, parecendo ter pensamentos distantes. Eu fui parando aos poucos também, tentando não transparecer o quanto aquilo tinha me constrangido.
– O que foi? – semicerrei os olhos.
– Eu nunca tinha reparado no quanto você é lindo.
Espero não ter ficado vermelho, por favor, que eu não tenha ficado vermelho! Meu rosto estava muito quente, minhas mãos e pernas começaram a tremer, meus olhos vagavam por qualquer lugar para não encontrar os dele… E a única coisa que eu consegui dizer foi:
– Minha mãe diz isso o tempo todo. Como você não sabia?
Relaxei quando ele caiu na risada. Até ri junto.
– Que tal a gente dar um pulo lá no banheiro? – sorriu de lado, mordendo o lábio inferior. Aquele ruivo pervertido!
Abri um sorriso surpreso, talvez um pouco abismado.
– Jimin! Você está pensando que eu sou o quê?
– Eu estou tentando ser um cavalheiro, e não te chamar direto para o meu quarto. Mas, está impossível conter a vontade de te beijar.
Eu devo ter ficado muitos segundos somente o encarando, sem reação.
O que eu deveria fazer? Eu queria, e como queria… Mas talvez não fosse a melhor ideia.
– Ah… Eu…
– Estou te esperando lá. Não demore.
Ele se levantou rapidamente, a ponto de derrubar a cadeira, e praticamente correu até o banheiro.
Que cara mais maluco! E gostoso. Um maluco bem gostoso… Não consegui conter a minha empolgação, me levantei também e, digamos.. sem perceber, comecei a fazer uma coreografia de um girlgroup que a minha irmã adora.
É, constrangedor. Principalmente quando você está no meio de uma lanchonete relativamente cheia, e absolutamente todos os seres vivos presentes estão te olhando tipo “qual o seu problema?”
Por isso, e só por isso, eu apressei o passo, no meu caminho até o lugar mais propício para me esconder. O banheiro.
Ainda bem que estava vazio! Obrigado Deus, estou te devendo essa~
Adentrei o local com toda a cautela possível, mas não pude evitar um grito ao que senti meu braço sendo puxado com certa força para dentro de uma das cabines. Sim, eu sabia que o Jimin estaria me esperando por lá, mas ele me assustou, ué, o que eu posso fazer?
– Shh. – sussurrou, com o dedo indicador entre meus lábios. Seu rosto muito perto do meu – Não grite. Eu ainda não te dei motivos pra isso.
Eu acho que eu devia estar parecendo um boneco de pano, ele poderia fazer o que quisesse de mim naquele momento, que eu sequer me mexeria. Minhas pernas estavam bambas, e eu o senti me segurar pela cintura com uma mão, enquanto que com a outra, puxava os cabelos da minha nuca.
Depois disso, eu só me lembro mesmo é de sentir seus lábios macios e molhados segurando os meus delicadamente, e a sua respiração quente contra o meu rosto, me fazendo arrepiar até em lugares impróprios…
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