Pela primeira vez em muito tempo os cinco amigos não se reuniram na praça depois da aula. Mesmo que Jungkook superasse seu medo e decidisse sair de casa, Jimin não teria condição alguma de prestar atenção nas aulas aquele dia. Namjoon também não conseguia se concentrar nas matérias, por isso, acabou ficando até mais tarde na escola. Seokjin estava ocupado demais procurando emprego nos arredores da cidade. E Taehyung, por sua vez, saiu da escola praticamente correndo para fazer o que era sua intenção desde a noite anterior.
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O garoto entrou no restaurante, revirando o local com o olhar, mas nada de encontrar seu melhor amigo.
– Oi… – interceptou um dos garçons que passava por ele – O Yoongi não está aqui?
– Hoje ele não apareceu. – disse apressado o rapaz, logo se afastando com seu carrinho de bandejas.
Taehyung respirou fundo, contendo toda a decepção que lhe acometera, e saiu dali do mesmo jeito que entrou, totalmente desnorteado.
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– Suga, eu estou entrando! É melhor você estar vestido e sozinho!
Taehyung, que não precisava bater na porta da casa de Yoongi, entrou já descontando sua revolta em gritos.
Mas a resposta não veio.
– Você está aí, Suga? – abaixou o tom de voz, em atenção.
Ao perceber o mais velho dormindo, imóvel, se aproximou preocupado.
– Suga-ah~ – sacudiu suas pernas – Hyung!
O rapaz de cabelo verde piscou algumas vezes, se situando e ganhando imediatamente uma expressão miserável ao se lembrar do que havia acontecido.
– Eu estraguei tudo. – murmurou, parecendo sem forças.
– Pois é. – suspirou o mais novo em lamento – De novo.
– Por que eu sempre estrago tudo, Tae? – esfregou os olhos miseravelmente.
O garoto respirou fundo e se sentou na cama, pondo a cabeça do outro em seu colo.
– Não sei… Às vezes o amor deixa a gente meio louco mesmo. Só que não dá pra ficar perdendo a cabeça toda vez. O Jungkook é um ser humano, ele tem sentimentos!
– Eu machuquei ele? – procurou o olhar do amigo.
– Só um pouco no pulso, mas ele vai ficar bem. O problema maior é que você assustou muito ele. O coitado ficou tremendo de tanto nervoso.
– Com medo de mim…
O loiro assentiu.
– Ele tem medo de você sim. E, quer saber? Eu não o culpo por isso. Você fica mesmo assustador quando está perto dele.
– Eu o amo tanto que acabo perdendo o controle!
– Você se lembra que quase me matou só porque eu mencionei o nome dele?
O rapaz assentiu, envergonhado.
– Ele nunca vai me perdoar, né? – se levantou, se sentando de frente para o outro.
– Só se você mudar de atitude… Você conseguiria mudar por ele? Pelo homem que você ama?
– Eu penso nisso todos os dias. – esfregou o rosto em agonia – Eu penso nisso mais do que eu respiro.
– E o que acontece?
– Eu vou te dar a mesma resposta que eu dei todas as vezes que você me perguntou isso durante esses três anos… Eu não sei!