Naquela segunda-feira, que seria seu primeiro dia de aula do ano, Namjoon saiu de casa um pouco mais cedo com a desculpa de que tomaria café da manhã na lanchonete do bairro, já que sua empregada estava de folga, e torceu para que seus pais não desconfiassem de sua mentira.
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Ainda era cedo, Seokjin chegou na cozinha e suspirou aliviado ao ver toda a sua família reunida. Não aguentava mais adiar a inevitável conversa.
– Bom dia, família linda~ – cantarolou, claramente animado.
Os três o olharam em cobrança, sem entender sua repentina empolgação depois de tantos dias de depressão.
– Estou até com medo de perguntar o quê que deu em você. – Taehyung deu um ar de riso em ironia.
– Aish! Será que uma pessoa não pode acordar de bom humor nessa casa? – dissimulou uma expressão de indignação.
– Na verdade, não. – debochou o mais novo.
– Silêncio, Taehyung. – murmurou o Sr. Kim.
– Viu só? – o garoto tornou a ironizar.
– Mamãe, será que a senhora pode se sentar com a gente? – pediu o rapaz,
– Eu estou ocupada, Seokjin. – a mulher respondeu sem nem mesmo o olhar, focando toda a sua atenção nas panelas onde cozinhava o café da manhã.
– Mas, eu preciso contar uma coisa importante! – resmungou, fazendo um biquinho magoado – Jebbal~
– Aish! – ela desligou o fogão e se sentou ao lado do marido – Tudo bem, meu filho. Diga, o que há de tão importante?
– Mas fala rápido, por que eu já estou atrasado para a escola. – jogou o loiro, sem resquício de paciência.
O filho mais velho sorriu satisfeito, respirando fundo em preparação para contar sua novidade.
– Bom, eu queria dizer que eu pensei bastante sobre a proposta que meu pai me fez, e… Eu já me decidi. – tornou a respirar fundo, tomando coragem ao que todos o encararam em expectativa – Eu não vou para o Japão.
Os pais se entreolharam, nada contentes. Mas isso acabou passando despercebido devido ao barulho que Taehyung fez, soltando um grito e correndo para abraçar o irmão, resultando na queda de uma cadeira.
– QUE BOM, HYUNG! – gritava, o apertando – É sério mesmo? Você está dizendo a verdade?
– Eu estou! – exclamou, o abraçando de volta.
– Ya! – a Sra. Kim chamou a atenção dos dois, os encarando bem séria – Não há necessidade de tanta bagunça!
– Mianhae, omma. – os dois pronunciaram quase que ao mesmo tempo, fazendo grande esforço para conter a empolgação.
– Então você está convicto da sua decisão? – o homem levou um tempo para assimilar a informação.
– Estou, papai. – trocou sorrisos com seu dongsaeng – Eu não quero ir.
– Acredito que você tenha um bom motivo.
– Eu tenho o melhor motivo do mundo. – suspirou, sorrindo sem sentir, lembrando-se de seu namorado – O único motivo que eu preciso.
– Me deixou curioso…
O rapaz pigarreou, recobrando a compostura para encarar seriamente seu pai.