Era sexta-feira à tarde, assim que saíram da escola, Jimin e Namjoon foram até a academia, a pedido do gerente, para uma conversa definitiva.
– Você me parece perfeito para o que eu estou precisando, Namjoon. – dizia o velho amigo de Jimin.
– Você vai mesmo contratar nós dois, hyung? – Jimin ainda parecia não acreditar na sorte que havia dado.
– O quê? Achou que eu estava brincando? – o homem riu de forma divertida.
– Pra ser sincero, é tudo tão bom que parece mentira. – riu Namjoon.
– Pois a partir do primeiro dia do próximo mês, você vai ver que é verdade.
O homem se levantou, induzindo os dois a fazerem o mesmo.
– É-Era só isso mesmo? – perguntou Jimin, parecendo um tanto perdido – Estamos contratados?
– Vocês ainda precisam me trazer aqueles documentos que eu já falei, pra regularizar tudo. Fora isso… – bateu continência de forma desajeitada, estendendo a mão logo em seguida para se despedir dos dois.
– Olha, muito obrigado mesmo, hyung. – Namjoon se curvou de leve enquanto apertava a mão do mais velho – Eu ainda não sei como te agradecer por essa oportunidade, mas eu juro que eu vou dar o meu melhor aqui dentro.
– Eu acredito em você, garoto. Em vocês dois.
– Obrigado, hyung. – Jimin também se curvou moderadamente.
Os dois pareciam totalmente sem jeito diante de tal situação, mal sabiam como se despedir do iminente chefe, nem ao menos como se comportar ao deixar o edifício.
Naquele horário, nenhum dos colegas de treino de Jimin estava presente, então os dois apenas tiraram alguns segundos do lado de fora, observando seu futuro local de trabalho antes de, de fato, iniciar sua caminhada para casa.
– Nós vamos trabalhar juntos, primo! – exclamou Jimin, pulando em volta do mais alto no meio da rua – Isso não é incrível?
– É! – brincou Namjoon, que antes tinha os pensamentos longe – Eu estou acordado? Não estou sonhando?
Os dois riram juntos.
– Jin-hyung vai ficar muito orgulhoso de você.
– Eu acho que ele vai ficar feliz sim. Acho que a nossa vida está finalmente caminhando, sabe? Indo pra frente.
– Você vai mesmo pedir ele em casamento?
– É só uma ideia. Não tem nada decidido ainda… Seria um passo grande demais pra ele, correr o risco de perder o contato com os pais, imagina! Não vai ser tão fácil pra ele quanto pra mim.
– Hyung, não é fácil pra ninguém. Por você não ter tanta afinidade com seus pais, pode parecer que eles não te fariam falta, e que se afastar deles não doeria tanto. Mas dói sim. Olha só pra mim! Mesmo depois de tudo o que meus pais me fizeram passar… Eu ainda sinto muita vontade de falar com eles e voltar a ser tratado como filho.
– Eu não sei, primo. Por um lado eu penso que se eles preferiram se afastar é porque eles não sentem a sua falta. E se eles não sentem, porque você deveria sentir? O amor é uma via de mão dupla.
– Amor incondicional consiste em dar sem esperar receber absolutamente nada em troca. Quando acontecer você vai saber exatamente do que eu estou falando.
– Sinceramente, eu espero que você esteja errado, viu? Eu não quero sentir essa dor.
Jimin deu dois tapinhas nas costas de seu primo como uma forma de encorajá-lo, antes de avistar a sua lojinha de conveniências favorita.
