Capítulo 9

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*Sana
Fomos andando pelo corredor até os camarins. Jungkook teria que decorar uma música. Assim que chegamos ao meu, perguntei:
-Você não quer ajuda com isso?
-Não precisa se incomodar. -ele disse sorrindo.
-Tudo bem, mas se precisar de qualquer coisa, me chama. -disse piscando.
Ele foi para o seu e eu adentrei o meu. Depois de me sentar na cadeira de frente da penteadeira, resolvi ligar para as meninas. Procurei o contato da Jihyo.
-Sana Unnie!-ela disse do outro lado da linha com algumas vezes ao fundo. -Como ta aí? Foi tudo bem?
-Ta tudo bem sim. Vocês chegaram bem?-perguntei.
-Ah sim. Ficou muito surpresa?-perguntou Mina visivelmente curiosa.
-Tenho que admitir que sim. -rimos. -Na verdade, ficaria assim com qualquer um.
-Você não sabe!-disse Jungyeon. -Os meninos chamaram Tzuyu para conversar. -ela abaixou o tom de voz.
-Eles estão aí também?-perguntei cautelosa no mesmo tom de voz.
-Sim. -disse Chaeyoung. -E Tzuyu não quer nos dizer o que é!
-Já disse que é um segredo!-ela disse intervindo com a voz meio longe.
-Olha a Tzuyu cheia de segredinhos!-disse Momo. Imaginei ela fazendo cócegas em sua barriga pelo barulho da risada, e Tzuyu corando em seguida.
-Vai lá se arrumar. -disse Nayeon. -Depois vamos ver você arrasar!
-Boa sorte!-todas disseram antes de desligar.
Comecei a me arrumar para a gravação. Fiz uma maquiagem básica e arrumei meu cabelo, deixando-o meio ondulado. Coloquei um lacinho de cabelo no pulso para precisar arrumar meu cabelo ou sentir calor.
Eu havia acabado de sair do banheiro quando comecei a ouvir uma gritaria.
-Mas o que é isso?-ponderei.
Abri a porta e ouvi mais atentamente. A voz clamava por um nome. Especificamente o meu nome. E parecia a voz do Jungkook. Foi então que me lembrei de uma coisa que havia dito:
"Se precisar de qualquer coisa, me chama."
Olhei com atenção para a porta de seu camarim. Havia uma fumaça saindo por debaixo da porta. Uma fumaça cinza. Fui até a porta ao lado da minha e comecei a bater violentamente na porta.
-Jungkook?-gritei. -Jungkook, ta aí?
Pergunta óbvia pelo nome estampado no camarim.
-Sana!-ele disse. -Sana, me ajuda! Ta pegando fogo! A porta emperrou! Depois eu explico!
-Sai de perto da porta!-gritei pegando um extintor da parede.
-Sana!-seu grito ficou fraco. -Sana...
Supus que ele havia desmaiado.
Como não havia mais ninguém no corredor e ninguém havia aparecido com a gritaria, tentei eu mesma arrombar a porta. Fui batendo com o extintor na porta com toda a força que eu tinha, mas não foi o suficiente. Depois de alguns segundos tentando, um homem da segurança apareceu.
-Moça, o que aconteceu?-ele me perguntou.
-Tem um homem lá dentro desmaiado e eu não consigo abrir a porta!-disse tudo de uma vez.
Ele pegou o extintor da minha mão e abriu a porta de uma vez. Já imaginava sua força pelo tamanho de seus braços, apesar da idade aparente.
-Eu dou um jeito aqui. Pega o homem!-ele disse já ligando o extintor.
Puxei Jungkook pelos braços arrastando-o para fora do camarim. Me ajoelhei no chão e repousei sua cabeça no meu colo.
-Jungkook. -disse batendo de leve em seu rosto. -Jungkook!
De repente me lembrei de dicas de primeiro socorros aprendidas com minha tia. Virei sua cabeça para o lado e abri a jaqueta que cobria sua camiseta.
-Moço!-disse a ele assim que ele voltou do camarim meio queimado. -Levante um pouco as pernas dele, por favor?
Ele não questionou, só fez o que eu pedi.
Com uma mão em seu rosto, notei sua respiração voltando ao normal e, com outra em seu peito, senti ele levantando mais. Sinal de que estava voltando.
Ele abriu os olhos devagar e virou o rosto pra cima para me olhar, tirando suas pernas das mãos do moço também.
-Obrigada. -disse a ele, que estava indo embora.
Jungkook pareceu pensar no que estava acontecendo.
-Sana?-ele disse com a voz rouca. -Eu to bem?
-Ta sim, não foi nada demais, aquele segurança apagou o fogo.
Ele tentou se levantar, mas ficava caindo.
-Vem aqui. -disse passando seu braço pelo meu ombro, como apoio. -Vamos para a cozinha.
Por sorte a cozinha era perto. Logo que chegamos, já o mandei sentar enquanto pegava um copo de água.
-Obrigada. -agradeci a cozinheira. -Como você colocou fogo lá?-perguntei lhe entregando o copo.
-Bom, parece que tinha um tipo de gel ou spray na penteadeira, acho que ele ficou perto das luzinhas incandescentes e, quando eu voltei do banheiro, ele estava pegando fogo. Então me lembrei de você falando que podia te chamar. -ele deu um gole na água. -Espero não ter te incomodado.
-Imagina. -disse. -Não me atrapalhou, não. Mas acho que não vai dar pra usar a jaqueta, ta meio queimada e cheirando fumaça.
Ele deu uma olhada na mesma e a tirou.
-Realmente. -ele disse. -Mas parece que eu havia deixado ela fechada.
Sorri sem graça enquanto corava.
-Eu tive que abrir um pouco para facilitar a circulação do seu sangue. Desculpa. -cocei minha cabeça.
-Não tem problema. Mas, acho que seu cabelo entrou em contato com a fumaça. -ele disse apontando para o mesmo.
Coloquei minha mão e senti um pouco a mudança nas pontas. Peguei meu lacinho e o prendi em um coque.
-Ficou bonito. -ele disse me fazendo corar novamente.
-Beba sua água. -disse corada. -O seu organismo precisa voltar ao normal.
Ele rolou os olhos.
-Sua namorada ta certa, rapaz. -disse a cozinheira nos observando. -Com desmaio não se brinca!
-Viu? Eu falei!-disse a ele.
Paramos para pensar no que ela havia dito.
-Pera, o quê?-dissemos juntos.
Ela riu.

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