♠ Capítulo 2: Angel ♠

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E aqueles que escolheram fazer o mal? Tudo o que se pode ser parte de algo, de uma construção. O motivo para tanto ódio, raiva, rebeldia e crueldade pode ser devastador.

Angel... Forma irônica de apelida-la. Mas ela até gostava, odiava seu nome, não gostava de ouvi-lo. Não gostava de muitas coisas afinal. Odiava pôr do sol, odiava pessoas simpáticas demais, odiava cheiro de lavanda, odiava gargalhadas, odiava puxa-sacos, pessoas boazinhas demais, odiava caridade, odiava que olhassem para ela, odiava quando os professores cobravam algo dela, odiava quando alguém a desafiava., entre outras milhares de coisas. Não tinha cuidados com a sua aparência, possua grandes cabelos encaracolados em cor castanho e mel, porém não os exibia, apenas os escondia debaixo de sua touca preta, não usava maquiagem, não era nem magra, nem gorda, apenas atlética o suficiente para se defender e principalmente atacar.

Seu passado não foi fácil mas ela apenas não gosta de falar dele.

Está no Internato a tempo suficiente para se acostumar com ele, só tem o desejo de fugir daquele lugar mas sabe o que a espera lá fora. Só a um ser no mundo que amou de verdade, seu irmão mais novo. Só que agora ela não tem a mínima ideia de onde ele esteja. Só quer acha-lo, poder ter a sua guarda e cuidar dele. Para isso teria que aguentar mais uns dois anos ali naquele prisão.

Apesar de entender como seu estado era crítico, como precisava ir bem nas matérias e se comportar, sua revolta era maior, algo crescia dentro dela e impedia que ela seguisse em frente, tudo o que conseguia pensar era em destruir, quebrar, machucar... Era como se algo a comandasse, algo além de sua própria consciência. Não tinha controle de si mesma.

Não tinha receios em fazer qualquer pessoa sofrer e o fazia com maestria, sentia prazer em ver todos aqueles rostos tão frágeis e entregues a seu poder. Era o único momento que se sentia de certa forma feliz.

Assim como um atirador de elite, Angel também tinha seus alvos fixos. Nada que livrasse todos os outros habitantes daquela mini sociedade mas que intensificava sua atenção para alguns poucos. Nessa lista estava alguns professores, o antigo diretor que sofreu muito nas mãos da garota antes de pedir demissão e alguns poucos alunos. Estes tinham sua atenção por variados motivos, alguns porque ela não ia com a cara mesmo, alguns porque ela tinha inveja e outros porque eram Theo Evans

Desde a primeira vez que o viu, aqueles olhos castanhos escuro tão inocentes e puros a fizeram lembrar de algo, de seu passado. Ela não gostou do que sentiu. E desde aquele momento passou a ser uma sombra da escuridão na vida de Theo. Não media esforços para humilhá-lo, para fazer com que ele sofresse.

Era quase impossível medir o nível de imprevisibilidade da amargurada jovem, ao mesmo tempo que era maquiavélica, agia por instintos, sem controle algum de seus atos. Para a assistência social, era um problema praticamente insolúvel. Amélia Rose González, seu nome completo, já havia passado por três lares adotivos, nunca havia sido adotada, alguns asteriscos em sua documentação assustavam os possíveis novos pais. Uma das assistentes propôs que a garota fosse transferida para uma escola normal, que possibilitasse seu contato com novas crianças/adolescentes, foi aí que o Internato se transformou na nova ''casa'' de Angel.

Nos primeiros meses a menina ficou isolada e depois foi construindo laços com alguns internos. Não eram de amizade, porém. Era algo como proteção ou simplesmente união. Afinal, Angel não confiava em ninguém e nem tinha sentimentos bons por ninguém, exceto pelo seu irmão caçula. Ela não sabia onde ele estava, provavelmente em algum lar adotivo, mas seu maior objetivo era poder voltar a cuidar dele novamente.

O primeiro de seu clã que ela conheceu foi Drew Chadwick, o garoto de cabelos loiros e corpo malhado, carregava no rosto um par de olhos azuis traiçoeiros.

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