♠Capítulo 19: Não se aproxime♠

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As coisas estavam bem esquisitas por WolverHampton, antes todos tinham uma falsa solidariedade, pelo medo que achavam que a maioria ali possuísse após o assassinato. Mas as semanas se passaram e tudo o que restou foi desconfiança, sentimento de impunidade, abandono. Quem matou o aluno Josh Devine? Por que até mesmo uma equipe de investigação tão competente não foi capaz de encontrar nem mesmo uma pista sobre o culpado? Não se conseguia entender.

Enquanto isso a dúvida era crescente entre os moradores do lugar e os mais radicais já se perguntavam quem seria a próxima vítima. Uma das mentes que mais se agitava com tudo aquilo era a de Theo. Por algum motivo ele se sentia mergulhado dos pés à cabeça naquela história. Ouviu uma conversa esquisita, viu Drew estranho naquela noite mas fora isso nada concreto o prenderia ali. A não ser seu desejo por vingança.

Nos últimos dias algo se tornou presente na mente de Theo:

Angel. Percebera que ela não era assim tão inalcançável como parecia ser. Okay, que ás vezes seu corpo ainda tremia quando ela gritava e o encarava. Mas ele havia salvado sua vida.

Era uma quarta-feira, alguns dias depois do incidente na piscina. Theo olhou para Angel sentada em uma pedra bem distante próximo ao bosque. Por algum motivo, ela o chamava em silêncio. Uma pergunta girava sua mente ''O que eu estou pretendendo andando em direção a pessoa que mais me fez mal em toda a minha vida? ''Não soube responder, seus passos apenas eram guiados e sincrônicos até alcançar a garota. De costas, ela apenas olhava para algum ponto em meio as árvores.

~Theo Evans On~

Sem dizer nada, me aproximei e encostei um mão no meio de suas costas para avisar que eu estava ali. Senti seu corpo tremer em resposta ao susto.

E se virar imediatamente me encarando com aqueles grandes olhos castanhos. Ouve uma mudança em seu olhar, de susto, para algo como relaxamento e depois alvoroço e enfim seu olhar que eu já conhecia. Aquele que parecia me ameaçar em silêncio.

E então sua risada, que eu também já conhecia, dos meus pesadelos sem fim. Se levantou e andou alguns passos contra minha direção. De costas outra vez ela enfim falou.

- Não estou acompanhando seu raciocínio Evans, só sei que você deve ter perdido o juízo.

- Por que? Só vim dar uma volta no bosque e te vi aqui. - falei mas senti que meu nervosismo diante de sua presença fez minha voz falhar.

- Aí veio falar comigo por que? - ela cerrou os olhos.

- Quando você vai parar de me tratar assim? Eu nunca fiz nada para você. - eu disse mas ao contrário do que eu pensava, minhas palavras não a acalmaram e sim fizeram algo se agitar.

Ela começou a bater seu pé contra o chão e a movimentar suas mão nas coxas, fechando-as em punho vez ou outra. Como se seu corpo me alertasse, ''Não se aproxime, se afaste ou sofrerá consequências graves''. Infelizmente eu estava em idiotice mode on e ignorei o aviso. Me aproximei lentamente dela. Ficando frente a frente, apesar dela olhar para algum ponto longe do meu rosto, com uma expressão impaciente.

- O que quer? - falou com um tom nervoso porém mais baixo do que o que estava acostumada a falar comigo.

- Quero saber o porquê... de me agredir, de me ameaçar... - era o momento. Estávamos frente a frente.

Ela parou e me encarou, seriamente. Olhando cada ponto do meu rosto, foi muito estranho. Me senti quase nu diante de sua análise tão de perto.

Foi então que ouvimos um barulho, ela olhou diante de mim. E fez uma careta espontânea.

- Droga, é o inspetor! - correu rapidamente para detrás de uma árvore e sem pensar a segui. Apesar de saber imediatamente sua vontade de me matar quando viu que eu estava ao seu lado, esgueirado detrás do tronco de uma grande árvore.

Eu estava em aula vaga, ela provavelmente apenas matava mais uma como de costume, era pouco mais de onze da manhã e só teríamos aula após o almoço. Porém como o clã era o principal suspeito do caso Devine e o bosque era seu local preferido, passaram a praticamente proibir qualquer um a ficar naquela parte. Disseram que iam até colocar um muro que separava o bosque da escola. Afinal era uma abertura para uma possível saída ou entrada. Eu não sabia o que tinha no ''fim'' do bosque mas não estava nem um pouco disposto a descobrir.

Após poucos minutos e nenhuma inspeção minuciosa no local, o homem de pouco mais de quarenta anos foi em outra direção. Uma prova que a administração era tão ineficaz que nem uma morte foi capaz de melhorá-la.

Cansados de ficarmos agachados, Angel e eu nos sentamos no chão frio. Tão próximos um do outro, lado a lado. Nenhuma imposição de superioridade. Até o momento em que olhei para ela. Foi como se tivesse despertado sua fera interior.

Ela se levantou tão rápido que tropeçou em uma raiz e cambaleou para frente, com impulso eu me ergui para tentar segura-la mas só o que consegui foi ser arrastado para o chão junto com ela. Senti o baque dos nossos corpos, persegui que a machuquei quando ouvi seu urro de dor.

Claro, eu caí com todo o peso do meu corpo bem em cima do seu.

- Ai, seu estúpido. O que estava tentando fazer?- ela disse raivosa. Me dando socos no peito.

- Estava tentando... Quer saber? Foda-se, estou cansado dessa merda - Eu fui me apoiar para me levantar quando sinto um giro e meu corpo tocando o solo. Ela estava em cima de mim agora, como gostava. Me dominando por completo. Mal consigo me mover.

- Não sabia que o boiolinha xingava. - ela riu apertando meus quadris fortemente com as suas coxas. Me olhava com tanto deboche que senti meu rosto se queimar de ódio. Fechei meus olhos tentando me controlar para não fazer uma besteira. Apesar de não parecer, Angel ainda era uma garota.

Quando reabri meus olhos após alguns segundos, só o que encontrei foram seus olhos fixos em mim. Ela não parou de me encarar como da última vez que me analisou mas agora mais profundamente, como se entrasse dentro da minha alma.

Foi então que a coisa mais absurda, mais louca, mais improvável de toda a minha existência aconteceu. Senti se corpo se abaixar, seu rosto ficar próximo ao meu, e então eu só consegui olhar para sua boca, vermelha e com um formato que me fez desejar algo no meu subconsciente... Angel também seguia o mesmo caminho até minha boca, senti sua respiração se aproximar e me senti nervoso, muito nervoso. Só que quando aqueles lábios encostaram nos meus foi como se um imenso maremoto tivesse me atingido.

Foi estranho, foi surreal. Minhas mãos estavam sendo seguradas pelas suas na terra molhada. Eu estava imóvel e somente meus lábios agiam. Foi apenas um encontro de lábios, simples, mas intenso. Porque era como algo proibido. Proibido lógica. Após alguns segundos que meus olhos ficaram arregalados enquanto assistia seu ato, me permiti fecha-los. Senti um de meus braços ficarem livres e logo depois a mão da garota tocar meu rosto. Com um selinho, senti uma despedida. Não tive coragem de abrir meus olhos. Não tive coragem de ver que aquele momento tão... tão... Não sei o que dizer sobre aquilo.

Enfim, era impossível pensar que acontecera com Angel justo com ela. Rapidamente senti meu corpo totalmente livre outra vez. A minha covardia não me permitiu abrir meus olhos e só consegui os abrir quando ouvi seus passos acelerados se afastarem quase por completo. Ela também fugiu. Afinal quem não fugiria daquele abismo de confusões, em que dois seres que só sabiam dissipar ódio um pelo outro caíram entrelaçados em um beijo tão doce que nem brigadeiro mergulhado na açúcar consegui superar?

Levantei-me como se o que eu tivesse vivido fora alvo da minha imaginação estranha e bizarra. Mas assim que fiquei ereto todo o peso daquele ato voou na minha consciência. E agora? Como estavam as coisas? Eu acabara de beijar a última pessoa que eu desejaria... Me senti perdido e imerso as possibilidades. O que aconteceria agora?

Continua...

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Sem fôlego depois disso

Sem palavras. 

Meta de votos: 100 aaaa será que conseguimos? Continuo esse fim de semana ainda

ALL THE LOVE

Drica

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