♠ Capítulo 57: The End ♠

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~ Post na madrugs, mas é que eu não iria conseguir esperar. Gente, eu nem tenho palavras para agradecer a todos que acompanharam Rocket Love, muito obrigada mesmo, foi incrível fazer um livro diferente de tudo que já fiz e compartilhar com vocês. Boa leituraaa~ 

~ Angel On~

Sempre me senti uma prisioneira dentro de Wolverhampton e na verdade, era isso mesmo que eu era. Apenas alguém que não podia estar no convívio da sociedade, eu nunca me adaptei à abrigos, muito menos à famílias.

Era perigosa demais, explosiva demais, sem escrúpulos demais. E eu acreditava que eu era exatamente assim, quase como um monstro que devia mesmo ficar preso.

Mas então eu conheci outro lado meu, um lado que nunca tinha sido descoberto. Eu era protetora com meu irmão mas ainda como uma loba que range os dentes quando algo ameaça seu filhote. Ainda era um ser selvagem.

Alguém tão diabólica que por ironia tinha sido apelidada de ''Angel'', eu não era um anjo. Isso definitivamente era a realidade. Foi a primeira coisa que decidi mudar assim que estava saindo de Wolver. Estava em uma van com mais alguns outros alunos, eles também tinham sido colocados no Internato como forma de manter preso e longe de tudo.

Nenhum deles fez o que eu fiz dentro de Wolver. Eu escolhi o mal. Talvez o mal me escolheu. Não fazia diferença. Mergulhei nas sombras, mesmo que eu pudesse ter apenas vivido minha vida, estudado e passado aqueles anos ali, tranquilamente.

Preferi me juntar com pessoas que eu nem ao menos tinha confiança total. Até o assassinato de Josh ser descoberto, eu realmente não sabia se não estava sendo parceira do assassino dele. Podia ter sido Luccas, Jake, Drew e até Ethan.

Novamente, voltei à como entrei, sozinha. Mas eu não era a mesma garota revoltada com o mundo e carente por machucar os outros no mesmo nível que eu estava machucada. Eu não era mais uma traficante barata que chantageia os outros por meia dúzia de euros.

Era Amélie Rose González. Foram somente mais alguns meses numa instituição para menores desamparados. E para a minha surpresa, estava mesmo recomeçando. Fui julgada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O que agravou foi que em juízo, disse que sim, o que eu mais queria era mesmo matar meu padrasto.

Legítima defesa ou não, eu tinha essa sede por sua morte e assim fiz. Devido à investigações sobre meu passado de abusos, eu teria isso praticamente apagado dos meus registros.

Podia ser apenas Amélie. Assim que coloquei meus pés na rua, livre. Senti medo. Senti a solidão me atingir, mas não era isso que eu sempre quis? Liberdade...

Tinha recebido algum dinheiro e um local provisório para dormir, fui em algumas entrevistas e consegui ser aceita em um trabalho de office girl. Tinha ficado tanto tempo presa no mesmo lugar que a ideia de ir de um lado para o outro fazendo entregas, não me parecia algo ruim, parecia uma experiência necessária.

Foi assim por quase 1 ano, até que a partir de uma oportunidade consegui fazer um curso de assistente administrativa. Para quem achou que ia terminar morta em alguma vala, aquilo era ótimo.

Mesmo com dezenove anos, já me virava sozinha. Estava sozinha mas nunca esqueci por nenhum um dia sequer de duas pessoas. Meu irmão... Eu rezava todos os dias para que ele estivesse saudável e fez.

E também pensava em Theo. Tinha a impressão de que nunca mais iríamos nos ver. Eu tinha tanto medo de esquecer os seus olhos, seu pequeno sorriso, seu cheiro. Seria como perder uma parte importante de mim. Desde que ele se meteu na frente de uma bala para me salvar, não faço ideia de como ele está, dói pensar que ele pode ter morrido... Não, sinto que ele está vivo. Algo dentro de mim diz isso.

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