♠ Capítulo 5: Detetive♠

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O último dia de aula antes do fim de semana havia chegado, até mesmo as expressões dos alunos mudam na sexta-feira. Todos vem com mais disposição para as aulas, estão com os olhos concentrados nos relógios e não veem a hora de ficarem livres nem que seja por alguns dias daquele lugar.

Entretanto, aquela sexta-feira não seria como as outras, aquele internato não era mais como os outros. Virou uma cena de um crime, de um homícidio. Não era algo simples, não era algo que pudesse se deixar para lá. Os pais de Devine vieram buscar as coisas dele, o pai parecia estar abatido já a mãe demonstrava mais frieza. Nenhum dos dois era tão apegado ao filho problemático. Apesar desse fato exigiram justiça e uma medida do colégio foi fazer com que todos os alunos da instituição dessem um depoimento sobre seus últimos passos no dia do assassinato.

Dividiram a equipe em cinco salas e turma por turma, os alunos foram levados a depor. A grande maioria de nada sabia, realmente. Ninguém tinha muito apego aos detalhes, a verdade é que cada um cuidava mais dos seus próprios interesses, alunos poderiam estar se matando em uma briga que boa parte apenas passaria pela cena, sem prestar atenção, tamanha a banalidade da violência no lugar.

Chegara a vez de Theo depor, suas mãos tremiam, o detetive de sua sala, logo prestou atenção nos sinais que o rapaz estava concedendo apenas com seus gestos. Quando as palavras começaram a sair, o agente sabia que Evans tinha informações.

– Você tem certeza que não viu nada? - perguntou arqueando a sobrancelha quando Theo acabou de dizer que não lembrava de nada suspeito.

- Eu... não posso acusar ninguém... - disse nervoso, Theo queria se vingar mas queria provas.

– Acho que você sabe de algo e deveria dizer, rapaz. - o detetive pressionou.

– Você devia prestar atenção no clã... - falou rápido

– Clã? - o policial pensou e logo balançou a cabeça, já sabia do que Evans falava. - Você suspeita de algum deles?

– Sim... - falou baixo e abaixou a cabeça

– Muito bem. Percebo que você não quer declarar muito mas vou anotar seu nome aqui ''Theodore Evans'' e espero que nos ajude com esse caso quando se sentir mais a vontade. - Ele piscou e liberou o garoto.

Evans treme quando ao sair pela porta e dá de cara com Angel... Ela cerra os olhos e empurra seu ombro ao dele, os chocando e entra na sala em seguida.

– Sente-se por favor... Senhorita Amélia Rose González – ela revirou os olhos ao ouvir seu nome inteiro.

Sentou-se ou melhor, quase se deitou na cadeira. Cruzando os braços em seguida, olhando para a cara do detetive que a encarava também.

– Okay, me diga o que estava fazendo naquela noite... - falou e segurou seu bloquinho de anotações.

– Nada que te interessa. - ela falou com uma carranca

– Eu sei quem você é... Angel. - Ele disse com um sorriso debochado – Se eu fosse você cooperava porque nós dois sabemos que sua situação não é das melhores. Ainda mais com um crime como esse, um homicídio..

''Não, ele não tinha esse direito, quem esse detetive de meia tigela acha que é? Ele não pode estar falando comigo desse jeito, a minha vontade era de perfurar sua garganta até que ele perdesse a voz.'' - pensou a garota furiosa

– Eu não vi nada, estava na floresta naquela noite. - falou rapidamente.

– Algum álibi? - ele perguntou e ela negou com a cabeça – Foi o que eu imaginei, agora entendo o porquê do seu clã ter sido comentado nessa sala agora a pouco, realmente... - ele balançou a cabeça. - Está liberada ''Angel'' - ele fez aspas com as mãos.

González se levantou com um ódio enorme e estava nítido em sua face. Bateu a porta com força ao sair, ajeitou sua touca e seguiu sozinha de volta a sala. Porém antes de entrar viu alguém e decidiu liberar um pouco de sua raiva e fúria. Andou a passos rápidos que logo foram percebidos.

Quando Theo olhou para trás viu aquela sombra negra se aproximando, indo de encontro a ele com um olhar que nem parecia humano, ele se afastou e aumentou seus passos, quase correndo procurando alguma alma viva mas sabia que isso não impediria nada. Andou mais rápido e saiu pelo jardim, sem nem inspirar o ar puro se enfiou em alguns arbustos se escondendo. Logo viu a garota sair correndo e parando, olhando para toda a vista.

– Você não me escapa Evans! Não vai poder se esconder a vida toda! - ela gritou e caminhou de volta para o prédio.

'' Você que não perde por esperar Angel... você vai conhecer quem eu sou de verdade. Um dia é dia do caçador e no outro da caça. '' - pensou em seus devaneios, com seu plano de vingança vindo à mente.

Alguns minutos depois, saiu do seu esconderijo improvisado e seguiu para a aula. Nem podia contar a quantidade de vezes que seu coração batera mais forte enquanto ele fugia a perseguição do clã e principalmente de Angel. Aquela garota fazia de tudo para fazê-lo sofrer. Sempre.

CONTINUA...

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