♠ Capítulo 7: Milagres ♠

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Um beijo de despedida separou Malu de sua mãe, ela deu um tchauzinho e entrou pelos grandes portões de bronze do Internato. Respirou aliviada pelo fim de semana ter passado como um raio. Como esperava passou a maior parte do tempo em seu quarto, sozinha, afinal não tinha mais amigos desde sua revolta na Igreja. Esta aliás em que fora obrigada a ir no domingo de manhã. Encarar todas aquelas pessoas que cochichavam enquanto ela passava, provavelmente falando em como seus pais não tinham poder de a controlar, isso a deixava sem paciência, aguentou o culto fingindo ouvir cada palavra quando na verdade via em cada azulejo da parede ou em cada mosquinha que passava, uma distração.

Sua irmã parou umas duas vezes para conversar com ela no sábado, mas o modo como falava, como a aconselhava, falando que tudo ia passar, que era só uma fase, que o poder do senhor ia agir na obra dela. Malu odiou ouvir tudo aquilo ainda mais de sua irmã mais nova que parecia ser a cópia perfeita de sua mãe. Não tinha a mínima vontade de ouvir alguém que na sua opinião, era somente sem personalidade. Se sentiu mal ao julgá-la assim, ainda era sua irmã e a amava. Só que suas ideias definitivamente não batiam. Por fim, somente se ignoraram o resto das horas.

Assim que abriu a porta de seu quarto no Internato levou um susto que fez seu coração acelerar mais que carro de fórmula 1. Sentado em sua cama lendo um dos livros de sua pequena estante, estava um de seus melhores amigos.

– Nossa Bas, você me assustou – disse colocando a mão no peito. Entrou, colocou sua mochila em qualquer canto e se jogou na cama, o abraçando logo em seguida.

– Desculpe. Eu só passei aqui mais cedo para ter certeza que está realmente tudo bem entre nós dois. - ele a olhou, dando ênfase no ''realmente''.

– Sim, sem dúvidas. - May respondeu o tranquilizando.

Depois dos dias em casa ela resolvera colocar uma pedra sobre o vexame que aconteceu com Sebastian. Era um assunto para se esquecer e não seria ela que impediria isso.

Petters sentiu seu peito se preencher novamente, saber ou pensar que algo não estava bem com a amizade que eles tinham o deixou para baixo. Aquele fim de semana foi difícil, ainda mais porque não podia ir atrás dela para eles conversarem.

– Eu senti sua falta. Eu queria mesmo poder ir te visitar no sábado ou no domingo. Mas você nunca me disse onde mora e eu já perguntei várias vezes... - o garoto se queixou cruzando os braços.

– Bas... Não faz diferença, nós passamos a semana inteira juntos, não é o bastante? - ela pergunta rindo

– Não, não é. Quero passar todo tempo que eu puder com você – ele sorriu e a puxou lhe dando um abraço de urso, fazendo com que eles caíssem na cama rindo.

Sebastian começou a fazer cócegas e subiu em cima dela, colocando suas coxas em cada um dos lados de seu quadril. Sem cessar a tortura que provocava risadas intensas na garota. Então ele cansou a puxou, os dois rolaram de novo, e a menina ficou por cima.

Malu encarou aqueles olhos verdes por alguns segundos, não conseguia não se afundar na profundidade daquele olhar. E se sentiu mal por maliciar os carinhos que ele a dava. Não era para pensar daquele jeito. Isso era... desleal.

– Chega né? - ela disse se levantando, Petters assentiu.

– Te vejo no café da manhã, acho que vou dormir um pouco. - ele disse se dirigindo pela porta

– Mas faltam apenas quinze minutos para soar o alarme do café da manhã. - a garota o lembrou.

– Em quinze minutos eu faço milagres. - piscou e saiu.

Aquela frase mexeu com a cabeça perdida de Black.

'' Obrigada Bas por me deixar aqui pensando no que você faria em quinze minutos... '' - pensou alto e caiu em sua cama. Sentindo o cheiro dele... ainda estava ali e ela gostava disso.

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Continua...

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