♠ Capítulo 32: Sozinho♠

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~ Malu On~

Já tinha decorado cada cantinho do teto do meu quarto, a cada dia que passa presa ali me sentia mais confusa. Não tinha ideia do que aconteceria, eu não estava mais tão horripilante, dava até para sair em público sem causar espanto. Porém o que me afligia era qual seria meu futuro? O que aconteceria? Será que um dia Drew pagaria pelo que me fez? Eu tinha tanta vontade de acabar com a vida dele assim como ele destruiu a minha.

Sabia que o Internato já estava de férias, me recordei dos planos que tinha com os meninos. Íamos tentar passar juntos, pura ilusão. Seria um sonho e o que eu vivo se aproxima mais de um pesadelo.

Era uma tarde de quarta quando meus pais e minha irmã disseram que iam sair para visitar uma Instituição Carente. Nem perguntaram se eu queria ir. Sabiam a resposta. Não sou contra ajudar os necessitados mas obriga-los a ter a mesma religião e só com isso ajudar? Isso para mim era errado.

Estava apenas com um short de patinhas de cachorro e um moletom preto e pude enfim ter a sala só para mim. Fiz pipoca e um copo grande de coca-cola e me espalhei. Como era bom poder assistir qualquer filme com a faixa etária maior que 10 anos... Minha mãe não gostava nem que eu e minha irmã víssemos cenas de beijos. Ou seja, não eram todos os filmes da Disney que eu podia assistir. Chata.

E por ironia do destino estava passando ''Cisne Negro'', o filme que começou uma verdadeira guerra pessoal e familiar aqui em casa. Não podia mesmo perder a oportunidade de assisti-lo por completo agora.

Quando acabou, eu estava imersa na magia daquele filme. Simplesmente genial. E sim tinham algumas poucas cenas mais calientes mas não tirava os méritos cinematográficos perfeitos da obra. Ia me levantar para fazer mais pipoca quando a campanhia da porta faz um barulho que me fez pular.

- Droga. Quem será? Se for a tia Bettany de novo, vou me suicidar - disse pensando alto e fui abrir a porta.

Sem paciência nenhuma e pouco me lixando em olhar pelo olho mágico, apenas abri. Podia ser um bandido ou um estuprador, mas naquele bairro acho muito raro que isso aconteça. Mas coisas raras acontecem...

Assim que vi quem estava parado em minha frente. Juro que quase caí para trás. Não podia ser.

Entreabri minha boca e acho que pisquei umas setenta vezes em segundos. Ia falar alguma coisa mas quando dou por mim já estou sendo levantada do chão e tendo braços circulando minha cintura. O cheiro dele invade minhas narinas e só sei que nada sei. O que eu senti foi inexplicável.

Sebastian, Sebastian Petters, meu amigo, meu melhor amigo, estava ali na minha casa, na minha sala, me abraçando e isso já durava uns dez minutos.

Quando me separei dele para tentar recuperar minha consciência, percebi que ele estava lacrimejando.

- Eu fiquei com tanto medo... - foi o que ele disse com a voz entrecortada e logo me abraçando outra vez. A essa altura eu já chorava igual uma criança. Meu coração doía demais.

Fiquei chorando com as mãos no rosto e ele se levantou, foi até a porta e a fechou. Só então vejo uma mochila em suas mãos. Bas tinha vindo mesmo atrás de mim. Olhei-o com tanta admiração, ele se sentou ao meu lado no sofá e ficamos chorando por alguns minutos. Quer dizer, eu fiquei. Ele apenas ficou lá acariciando meus cabelos. Oh droga, meus cabelos...Ou a falta deles.

- O que aconteceu? - ele perguntou baixinho.

Eu não queria dizer, não mesmo. Não queria dividir aquela mágua com mais ninguém. E sabia que ele ficaria abalado por eu ter passado por aquilo tudo por defende-lo.

- Eu só não queria ficar mais lá. - Disse essa meia verdade. Ele fez uma careta instantânea.

- Mas algo deve ter acontecido... Você sumiu de madrugada. - seus olhos se arregalaram.

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