♠ Capítulo 37: Ponto Fixo ♠

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~ Angel ON~

Depois do nosso beijo foi como se tudo fosse como em algum filme, não parecia que éramos nós dois lá naquela piscina. Theo me olhava como se a cabeça dele estivesse voando em mil pensamentos e eu só consegui ficar vermelha com a situação, por mais que aquele desconforto tenha durado pouco, eu o senti.

Era muito estranho estar ali. A poucos dias atrás, ele tinha me chamado de assassina... Eu não fazia ideia do que se passava na cabeça dele. Talvez ele fosse mais louco que eu no final das contas.

Raros minutos se passaram com a gente se olhando mergulhados em vergonha e desconserto, quando eu decido acabar logo com aquilo. Não era possível que nenhum fino traço de minha personalidade ácida e rápida não tenha permanecido depois do Furacão Evans na minha vida. Mas restou.

- Então, a gente veio pra cá para você me ensinar a nadar... Vamos? - eu falei tentando finalizar com aquele clima.

- Sim sim, vamos lá. Você sabe boiar? - ele me perguntou e eu ri na cara dele

- Que tipo de estúpida acha que sou? Quem não sabe fazer isso? Não é só... - então eu tentei vergonhosamente boiar mas não parecia certo, não consegui, até engoli água em uma tentativa, o que foi ridículo.

Quando eu vi ele rindo da minha cara, meu sangue ferveu, eu quis dar na cara dele como nos velhos tempos. Joguei água na cara dele e virei minhas costas, aquela palhaçada tinha que acabar.

- Costuma desistir assim tão fácil das coisas? - ele falou aquilo e foi como se zombasse de mim. Como se fosse superior, e eu sabia que em muitos aspectos, ele realmente devia ser.

- Você não sabe nada da minha vida; - eu gruni, quase selvagem.

- Poderia me dar a oportunidade de saber? - ele falou rebatendo toda a minha selvageria com a voz mais doce e tranquila possível.

Isso demonstrava como somos diferentes. Em tudo. Praticamente. Como isso pode dar certo?

Não sei explicar mas ele estendeu sua mão e eu fiquei sem reação. O que eu faria? Recuaria ou atacaria como sempre, ou cederia aos encantos dele?

Minha mão espontaneamente seguiu seu caminho em direção a sua, logo suas duas mãos estavam na minha cintura.

- Boiar parece simples mas requer coisas preciosas, feche os olhos, relaxe o corpo, respire profundamente e confie em mim... - Talvez eu não estivesse relaxada ou não respirasse tão profundamente ou até abrisse os olhos de vez em quando mas eu confiava nele, por algum motivo, acreditava naquele garoto do meu lado. Sem porquês. Os porquês não são tão importantes do que todo o contexto que fazem com que eles existam.

Ele curvou minhas costas na água e suas mãos estavam espalmadas nas minhas costas, ele me protegia, ele falava suavemente palavras de incentivo e não era como se eu boiasse, era como se estivesse voando.

Passamos horas naquilo, eu só queria ficar ali e ouvir sua voz, certa hora percebi que ele não me segurava mais, estava sozinha e ao mesmo tempo nunca estive tão bem acompanhada.

Descobri que sou realmente ruim em nadar, Theo disse que aprendo rápido e tenho um bom preparo físico, tirei onda da cara dele porque quando corria de mim, na grande maior parte das vezes eu o alcancei. Ele riu, mas logo depois ficou distante e percebi que tudo aquilo ainda mexia com ele.

- Vai dizer que não era divertido? - eu ri e joguei água nele - Era muito engraçado correr atrás de você, nossa...

- Acha mesmo? Não se arrepende de nada que fez pra mim? - ele falou e parecia magoado demais.

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