Capítulo 18

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POV Lucas
Já havia se passado duas semanas desde a ligação de Leila no dia do churrasco na casa do José. E, com isso, duas semanas que a Isabela nem olhava na minha cara. Acabamos discutindo várias vezes durante a semana e acabou piorando a situação. O que mais me preocupava era a Luísa no meio disso tudo, não queria que minha filha fosse criada no meio de um fogo cruzado. Eu amo muito a Isabela, mas já tô cansando das desconfianças dela. A Leila não é santa e muitas vezes a provoca, além de já ter dado em cima de mim incontáveis vezes, porém ela tem que confiar em mim, caramba! Eu nunca a trairia, eu vivo por ela e pela minha filha, nunca faria algo que as machucasse.

Minha mãe havia ligado no dia anterior que queria ver a Luísa, pois estava com saudades da neta. Aproveitei que era sábado e ia levá-la até lá.

- Isa, eu vou levar a Luísa lá na minha mãe - eu disse ao entrar no quarto, onde ela estava vendo TV.
- Tudo bem. - ela disse sem nem me olhar - A Claudia já deu banho nela, peça pra ela que só a troque de roupa.
- Eu já a avisei. Você não quer ir?
- Não. Já tenho compromisso hoje. Mande um abraço para seus pais e seus irmãos.
- Aonde você vai?
- Sair, oras - revirou os olhos, se levantando da cama, indo em direção ao closet.
- E eu não posso saber aonde? Pelo que eu saiba, ainda sou seu marido.
- Aaah é? Que pena que não lembrou disso quando estava com sua secretariazinha né?
- Até quando vai ficar acreditando que eu te traí?
- Até você me provar o contrário.
- Eu achei que você confiava em mim.
- E eu achei que você não quebraria minha confiança. - disse saindo do closet.
- Ah me poupe! O que eu fiz hein? Eu já te disse e repito: eu nunca tive nada com a Leila e nem com qualquer outra mulher! Seria pedir muito que você confiasse uma vez na vida em mim?
- E como você quer que eu acredite se ela me fala sempre o contrário toda vez que a encontro? Eu sempre confiei cegamente em você, Lucas. Mas, é muito difícil pra mim quando tem uma pessoa tentando me mostrar o contrário e o pior de tudo é saber que não faltam oportunidades pra que isso tenha acontecido.
- Poderiam ter mil e uma oportunidades e eu não te trairia, caramba! - eu disse já nervoso. Não aguentava mais essa situação - Eu amo você e minha filha demais para poder desperdiçar isso tudo que construímos na primeira oportunidade!
- Papai!! Já estou pronta!! - disse Luísa chegando e nos interrompendo.
- Nós já vamos, meu amor - eu disse - fala tchau para a mamãe.
- Você não vai com a gente, mamãe? - disse entristecida.
- Não meu anjo, mamãe vai sair com a tia Carol para ver as coisas do casamento dela. Aproveita bastante tá?
- Tá bom mamãe - deu um beijo no rosto dela - Vamos Papai, fala tchau pra mamãe!
- Tchau. - eu disse seco
- Não Papai! Não é assim! Tem que ter beijinho! Sabe aquele que os adultos sempre dão na boca? Tem que ser aquele!
- Deixa para depois meu amor, sua vó já tá esperando - Isa disse.
- Não mamãe! É rapidinho, anda Papai!
- Tchau - dei um rápido selinho nela
- Tchau - disse sem jeito e sem me olhar - Bom passeio para vocês!
- Obrigada mamãe! Viu, Papai não doeu nadinha né? Agora vamos! - Luísa saiu me puxando para fora do quarto.

Fui o caminho todo com a Luísa tagarelando sobre várias coisas. Parece que foi ontem que ela ainda era um bebê! Chegamos até a casa dos meus pais, a desci do carro e entramos. Minha mãe estava na sala, juntamente com meu pai.

- Vovó! Vovô! - Luísa disse entrando correndo em direção aos avós.
- Oi meu amor! Que saudade que eu estava de você! - minha mãe disse - Como vai, meu filho?
- Vou bem, mãe - suspirei.
- Luísa, vamos lá com o vovô no jardim? Tenho uma surpresa para você!
- Vamos vovô! - saiu com o meu pai.
- Meu filho, ainda com problemas no seu casamento? - minha mãe questionou.
- Sim - suspirei - Eu gostaria que a Isa confiasse em mim como antes.
- Por um lado, eu entendo o lado dela, sabia? Aquela sua secretária sempre está provocando, e vocês fizeram várias viagens juntos. É complicado, querido.
- Mas mãe, foram todas viagens a trabalho! Eu nunca fiz nada que colocasse em risco nosso casamento.
- Mas não é o que sua secretária diz para ela, meu filho. A Isa deve estar confusa, dê um tempo a ela. Eu sei que ela te ama muito, e que vocês vão sair disso tudo. É só uma fase!
- Eu realmente espero, porque não aguento mais essa situação! - suspirei - Cadê o Gustavo? - perguntei pelo meu irmão mais novo.
- Está lá no quarto! Não sai mais daquele vídeo game - revirou os olhos.
- Eu vou lá falar com ele então! - Dei um beijo na testa da minha mãe e sai rumo ao quarto do meu irmão.

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