#Destrinchando

Destrinchando#6 - O Ladrão de Raios

Estou com as pernas meio bambas de começar esse destrinchando, já que não só Ladrão de Raios, mas toda a saga do titio Rick Riordan é amada por muita gente.

( À esquerda, primeira edição de 2009. À direita, lançamento das capas ilustradas de 2014)

Mas eu também gosto muito e tem lições boas a aprender com a leitura. É so continuar aqui do lado dos mortais que vai ficar tudo bem. Você que curte ou mesmo escreve o gênero de fantasia urbana, deve ler com carinho esse capítulo.

* Eu não tive nenhuma impressão negativa desse livro, mas como eu disse no começo, a leitura vale para você tirar suas próprias conclusões.

Pontos positivos

* Fantasia na cidade: Uma característica marcante da fantasia urbana é o casamento de elementos ficcionais com acontecimentos e lugares reais. Rick Riordan tem um talento impressionante para fazer essa junção. Toda a sociedade criada pelo autor toca a história humana em alguns momentos, de forma tão convincente que você mergulha naquela realidade. Você lê e se pergunta: " Por que eu não pensei nisso?". Assim como em O Mestre das Marionetes e A Samurai, que eu já destrinchei, há muitos aspectos culturais apresentados na trama, com foco na cultura greco-romana.

Monstros disfarçados, estabelecimentos gerenciados por personagens de mitos e até guerras conhecidas que foram causadas pelo confronto de semideuses. Vale a pena ler e ficar atento a essa estética.

* Quebra de paradigma: Quase todo o elenco de protagonistas é formado pelo que poderíamos chamar de párias da sociedade. Cadeirantes, delinquentes, cleptomaníacos, órfãos e uma mistura louca de mais rótulos. O herói da história, Percy Jackson, sofre de dislexia e déficit de atenção, passando longe do modelo de bom aluno e se envolvendo em várias encrencas.

Mas longe dos olhos humanos eles são filhos de divindades, mestres e buscadores. Todos com uma leva incrível de poderes místicos.

Além da mensagem de inclusão, a fuga do convencional é um ponto a mais para obra.

Quebre a estética de beleza e trabalhe com personagens gordos, vesgos ou feios. Quebre as barreiras de território e faça um italiano ter sotaque inglês. Quebre a graça das piadas e faça loiras burras serem espertas, os negros serem mais do que malandros e os loucos, grandes pensadores.

Apenas quebre.

FATO: Enquanto lia Ladrão de Raios, eu já estava no finalzinho de um anime chamado Mahou Shoujo Madoka Magica. Para quem não sabe, o gênero mahou shoujo( conhecido popularmente como "animes de menina") caracteriza-se por acompanhar o arco de uma garota ou um grupo delas e sempre conta com uma estética mais colorida e chamativa. Ficou conhecido aqui no Brasil quando a TV aberta começou a exibir episódios de Saylor Moon e Sakura Card-Captors.

O início de Madoka dá até para passar como qualquer outro shoujo, mas conforme o anime avança aparecem cenas violentas e brindadas com a tensão de animes de terror.

Você aí, otaku que quer um novo anime para assistir, super recomendo Madoka Magica. Ainda por cima, dá para ver essa quebra de paradigma na prática.

Estrutura episódica: Em O Ladrão de Raios, assim como em toda a saga, a narrativa começa com a saída de Percy do mundo humano, com alguns poucos capítulos antes disso. Toda a história começa com a chegada ao Acampamento Meio Sangue e por fim, sua saída. Essa estrutura é chamada de episódica( começo e fim, mais ou menos no mesmo nível). Isso facilita a construção de uma série longa, com a estrutura já definida e os grandes eventos divididos entre os livros.

Algo similar acontece com a saga Harry Potter, na qual a história termina e começa no trem que leva à Hogwarts.

Leitura indicada para quem quer escrever uma série de livros.

SOBRE O LIVRO:

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* Se você gostou desse capítulo, deixe seu voto. Comente também sobre o que achou do capítulo. Se você já leu, ou pretende ler e encontrou outras lições de escrita pode deixar aqui também.

Até o próximo capítulo😊😊😊