Ser perseguido por uma horda barulhenta de pessoas que querem o seu sangue? Sim, por que não AlissaB_? Faço isso toda a terça-feira.
Em Grant & Grim, somos apresentados a um mundo onde memórias podem ser implantadas e alteradas conforme a vontade de um doutor que tem como propósito, transformar a mente de suas cobaias
em verdadeiras prisões.Ao menos, foi isso que eu entendi.
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PONTOS NEGATIVOS
Já acabou, Jéssica!?: Comecei a leitura do conto muito empolgado com aquilo que estava sendo apresentado: uma menina correndo por uma floresta, uma cena de perseguição com descrições rápidas, porém eficientes na tarefa de criar uma atmosfera de urgência. Daí, fui guiado até um laboratório, ouvi falar de raças alienígenas e de algum experimento capaz de alterar memórias.
Não há nada de mirabolante na narrativa e esses detalhes são um excelente pontapé inicial, uma faísca que me fez perguntar "Hummm, é mesmo?. Me conta mais"
Porém, ao continuar lendo, a autora acelera ainda mais a narrativa e me entrega algumas explicações de porque aquilo está acontecendo. Até aí, tudo bem. Terminei o capítulo, a última frase apresentando uma promessa de aventura psicológica, um presságio sobre lutas de raças. Show.
De repente, deslizo pela barra de rolagem e...
HISTÓRIA CONCLUÍDA.
Minha reação:
Será que é algum bug? Será que a autora retirou parte dos capítulos e isso é uma degustação? Será...
No fim, era só um capítulo único mesmo.
Brincadeiras à parte, concluí esse conto com a pungente sensação de ter lido o esqueleto do que viria a ser uma história de ficção científica. É uma pena dizer isso, mas a trama tem zero desenvolvimento.
Temos uma ideia, mas os desdobramentos dela, que a autora até insinua em algumas passagens, não chega até o leitor e deixa um monte de questões em aberto quando a última linha chega.
Quem é Grim? Porque a raça a qual ela pertence é tão hostil? Quais foram as circunstâncias do assassinato que ela cometeu? Como funciona o experimento? Que tipo de tecnologia eles usam para que ele seja possível? O que aconteceu quando Grim foi submetida a ele?
Alguém pode me contar, pelo amor de Deus!!!!
Se a intenção foi fazer um final aberto, esse aqui extrapola todas as expectativas.
Se essa idéia fosse melhor desenvolvida e as questões levantadas fossem realmente aprofundadas com o devido cuidado, eu seria o primeiro a ler.
PONTOS POSITIVOS
A premissa: Já deve ter ficado claro no primeiro ponto, mas eu adorei a ideia da história. Toda essa questão de "adestrar" uma espécie alienígena hostil através de uma programa de memórias implantadas e os colocar no lugar de suas vítimas é muito interessante.
Me lembrou muito o que aconteceu com a Juventude Hitlerista quando o regime nazista chegou ao fim. Quando a guerra passou, a Alemanha tinha milhares de crianças fanáticas em suas mãos, meninos e meninas que foram envenenados por discursos supremacistas e que agora tinham que ser inseridos na sociedade novamente.
O governo optou por um programa que visava a capacitação profissional e incluiu aulas de estudos sociais, onde os jovens assistiam filmes e documentários sobre os campos de concentração e todas as barbaridades que foram acometidas aos judeus durante esse período. Acontecimentos que aquelas crianças desconheciam até então.
Claro que não há toda essa conotação de tortura que o conto possui, mas todas as reflexões sociais que viriam com essa premissa seriam muito interessantes de se ler.
Infelizmente, ficou só na premissa.
Cenas de ação: Uma coisa que também chama a atenção é como toda a ação que se desenvolve. Não são passagens perfeitas, dá pra fazer uma correção aqui ou ali, mas a autora soube imprimir tudo o que precisava para a construção coesa dessas cenas: sensação de perigo, frases rápidas que conferem certa urgência ao ritmo de leitura...
A falta de desenvolvimento também afeta essas cenas de ação. Cenas de ação têm mais impacto quando conhecemos os personagens, entendemos o que está em jogo naquela situação, e intuímos que os acontecimentos são relevantes para o desenvolvimento da história. E isso faltou um pouco aqui.
A mera descrição de uma luta tem um impacto limitado. Lembre-se que toda a ação externa representa uma emoção. Para dar mais substância para suas cenas de ação, considere que emoções esses momentos da história representam. O desespero de uma mulher para salvar o filho? A coragem de um guerreiro lutando por seu reino?
Vale também avaliar sua história e decidir quando esses pensamentos e sentimentos aparecerão ou quando é melhor descrever o que está acontecendo. Quando o ritmo deve ser acelerado ou diminuído afim de regular a tensão.
Claro, tudo isso vai variar de acordo com o estilo, a cena em questão e o tipo de narrativa que você está usando. Então tenha cuidado com cada uma dessas coisinhas.
SOBRE O LIVRO:
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Até o próximo capítulo😊😊😊
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#Destrinchando
De TodoEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...