#Destrinchando

Destrinchando#25 - Todo Dia

Olá, pessoas que não precisam trocar de corpo todo dia. O Destrinchando voltou para dialogar sobre o primeiro livro solo de David Levithan.

Estou falando de Todo Dia.

( Sobrecapa com imagens do filme)

Apesar do hype na época de lançamento, eu tardei muito a ler o livro. Mas foi uma leitura excelente que entrou para lista dos favoritos de young adult.

👧👦👱

* Não tenho nenhum ponto negativo a citar. Mesmo as coisas que eu considerei negativas, depois de a leitura ter sido digerida completamente, foram revistas. O livro é competente tanto tecnicamente quanto criativamente.

Pontos positivos

Trama e empatia: Uma das coisas que eu vi muito em resenhas desse livro foi grandes elogios a criatividade do autor que trouxe um novo conceito a explorar em sua trama. O protagonista, um ser conhecido apenas como A, transita por corpos diferentes a cada novo dia vivido.

Apesar desse apelo para algo fantástico, nunca nos é explicado de fato porque isso acontece.

Em um desses dias ele acorda no corpo de Justin e acaba se apaixonando pela namorada dele, Rhiannon. Então, pelos dias que se seguem ele faz de tudo para voltar a encontrar essa garota.

A trama é simplista, mas o desenrolar dela manteve minha atenção o tempo todo. Quando comecei a ler, eu lembrei do filme O Terminal, estrelado por Tom Hanks que também parte de uma situação simples, mas que conquista pelo desenvolvimento.

Desenvolvimento esse que casa perfeitamente com o exercício de empatia que o autor estabelece. Por sempre acordar em um novo corpo a cada capítulo, o personagem nos guia por vidas diferentes a cada passo da história. A é um ser que não possui gênero e pode assumir tanto identidades femininas quanto masculinas, elemento esse que já leva consigo uma crítica ao preconceito em geral, seja por orientação sexual, etnia ou status.
Condução da escrita: Uma coisa que enche os olhos já nos primeiros parágrafos é a forma com que a trama é redigida. O autor tem uma forma empolgante e delicada de nos guiar, usando metáforas, comparações e mostrando um lado poético a cada construção frasal.

Sabe aquele livro que você não consegue virar duas páginas sem achar um quote digno de frases de status. É esse!

Sorte de alguma edição por aí que eu li por e-book, pois meus dedos se mexiam nervosos, sedentos por um marca texto.

As construções não oferecem apenas frases de efeito, mas reflexões que se encaixam e complementam a trama.

Personagens e sua dinâmica: Outro grande acerto da obra está nos personagens que conseguem cativar logo nas primeiras impressões que temos deles. O destaque fica para A e Rhiannon que estabelecem uma boa química e cumprem muito bem o papel de trazer humanidade a trama.

A consegue transmitir toda a agonia da mudança diária de corpos e hesitação diante da missão de encontrar Rhiannon todo o dia. A garota também, estagnada num relacionamento abusivo, gera muita identificação pela maneira que interage com A e o entende.

Imperfeitos e carismáticos, ambos trazem vida a toda história e entregam belas reflexões e uma relação tocante, sem piegas e com muita verdade.

Vale lembrar que já tem uma adaptação cinematográfica, livro com capa inspirada no filme, um e-book chamado Six days earlier no qual o autor conta sobre as inspirações para as personagens, uma sequência sob o ponto de vista de Rhiannon... enfim, muito conteúdo que envolve Todo Dia.

SOBRE O LIVRO:

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Até a próxima.😀