Essa é a verdade. Escrever é um ato de fé.
Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem.
Muitos correm atrás de cursos pa...
Essa é a Teia. Um lugar onde tudo está sombriamente interligado.
E eu queria que isso fosse só uma metáfora.
Quando os caminhos de um ladrão e uma assassina se cruzam, fabiobrust nos guia por uma trama distopica recheada de reviravoltas, opressão e críticas sociais.
Bem vindos a Dínamo...
🌐🌐🌐🌐🌐🌐🌐
* Não há pontos negativos a tratar com essa obra. Foi uma jornada empolgante, desde a condução narrativa até a identidade do mundo.
Pontos positivos
Atmosfera e dinâmica: Acho que uma das coisas que mais saltam aos olhos durante a leitura é a atmosfera, que reverencia grandes ícones da distopia, como Fahrenheit 451 e 1984. Dínamo é um lugar opressivo, cinzento e cheio de segredos. E muito além de descrever o lugar dessa forma, o autor trabalha com várias nuances para transmitir essas sensações.
A forma como o protagonista nos apresenta os ambientes e sua rotina, a voz narrativa que tem sempre a tendência de soar encurralada...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Tudo isso corrobora para uma rica e envolvente construção de mundo que me capturou logo no primeiro capítulo.
Outro fator chamativo é a dinâmica. A premissa já pode evocar no leitor aquela trama turbulenta e cheia de ação, como um tambor batucando adoidado, mas a narrativa seria mais como um violino em uma melodia cheia de altos e baixos, ora com rápidas notas ora com silvos longos. Há esses momentos mais contemplativos e aqueles cheios de energia e ação.
Várias resenhas de livros anteriores eu já destaquei pontos parecidos, de usar vários artifícios além da simples descrição para transmitir coisas ao leitor. Deuses e Feras é mais um exemplo para você colocar nessa lista.
Personagens: Toda a rica construção de mundo citada anteriormente, também recai sobre as personagens.
Mas mesmo aqueles que estão mais ali pelas beiradas conseguem marcar presença, desde uma ruiva perigosa a um hacker obeso.
Mas quero dar uma atenção especial à dupla de protagonistas, Harlan e Kali, e o quão tridimensionais eles se apresentam na trama.
O autor os mostra aos leitores sem nenhuma restrição, sem vergonha nenhuma de deixá-lo só de meias e cuecas na nossa frente, às vezes completamente despidos. Ambos transitam perigosamente naquele espectro de anti-heróis e carregam um mistério em suas presenças, principalmente Kali.
E o mais legal é que apesar de a Teia ser essa grande força antagonista em Dínamo, as escolhas dessas personagens podem transformá-los nos vilões de suas próprias histórias.
E nem vamos falar do final, por que... meu deus dos livros empoeirados! Que final foi esse, Fábio Brust...
Enfim, ataques histéricos à parte, está mais do que recomendada a leitura.