Destrinchando#36 - Deuses e Feras

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Essa é a Teia. Um lugar onde tudo está sombriamente interligado.

E eu queria que isso fosse só uma metáfora.

Quando os caminhos de um ladrão e uma assassina se cruzam, fabiobrust nos guia por uma trama distopica recheada de reviravoltas, opressão e críticas sociais.

Bem vindos a Dínamo...

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* Não há pontos negativos a tratar com essa obra. Foi uma jornada empolgante, desde a condução narrativa até a identidade do mundo.

Pontos positivos

Atmosfera e dinâmica: Acho que uma das coisas que mais saltam aos olhos durante a leitura é a atmosfera, que reverencia grandes ícones da distopia, como Fahrenheit 451 e 1984. Dínamo é um lugar opressivo, cinzento e cheio de segredos. E muito além de descrever o lugar dessa forma, o autor trabalha com várias nuances para transmitir essas sensações.

A forma como o protagonista nos apresenta os ambientes e sua rotina, a voz narrativa que tem sempre a tendência de soar encurralada...

A forma como o protagonista nos apresenta os ambientes e sua rotina, a voz narrativa que tem sempre a tendência de soar encurralada

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Tudo isso corrobora para uma rica e envolvente construção de mundo que me capturou logo no primeiro capítulo.

Outro fator chamativo é a dinâmica. A premissa já pode evocar no leitor aquela trama turbulenta e cheia de ação, como um tambor batucando adoidado, mas a narrativa seria mais como um violino em uma melodia cheia de altos e baixos, ora com rápidas notas ora com silvos longos. Há esses momentos mais contemplativos e aqueles cheios de energia e ação.

Várias resenhas de livros anteriores eu já destaquei pontos parecidos, de usar vários artifícios além da simples descrição para transmitir coisas ao leitor. Deuses e Feras é mais um exemplo para você colocar nessa lista.

Personagens: Toda a rica construção de mundo citada anteriormente, também recai sobre as personagens.

Mas mesmo aqueles que estão mais ali pelas beiradas conseguem marcar presença, desde uma ruiva perigosa a um hacker obeso.

Mas quero dar uma atenção especial à dupla de protagonistas, Harlan e Kali, e o quão tridimensionais eles se apresentam na trama.

O autor os mostra aos leitores sem nenhuma restrição, sem vergonha nenhuma de deixá-lo só de meias e cuecas na nossa frente, às vezes completamente despidos.
Ambos transitam perigosamente naquele espectro de anti-heróis e carregam um mistério em suas presenças, principalmente Kali.

E o mais legal é que apesar de a Teia ser essa grande força antagonista em Dínamo, as escolhas dessas personagens podem transformá-los nos vilões de suas próprias histórias.

E nem vamos falar do final, por que... meu deus dos livros empoeirados! Que final foi esse, Fábio Brust...

Enfim, ataques histéricos à parte, está mais do que recomendada a leitura.

SOBRE O LIVRO:

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