#Destrinchando

Destrinchando#31 - Caixa de Pássaros

Olá, leitores.

Ataques e mortes sem explicação começam a tomar conta dos veículos de informação e teorias começam a ser levantadas. Seriam ondas de rádio atacando o cérebro, uma raça alienígena talvez?

Josh Malerman nos deixou a dica logo na capa: não abra os olhos. Que implicava aos cidadãos trancarem suas portas, vedarem suas janelas e nunca, em hipótese alguma, olharem para fora.

Caixa de Pássaros é uma jornada de olhos vendados contra o desconhecido.

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Não há pontos negativos a tratar com a obra. Não que a leitura tenha sido cinco estrelas(faltou pouquinho), mas não encontrei nada que eu pudesse relevar aqui nessa parte da resenha.

Pontos positivos

Proposta da trama: A premissa de não saber ao certo o que está acontecendo e ver as pessoas abrindo mão de sua própria visão por medo é algo muito interessante e certamente brinca com o psicológico do leitor.

Acompanhamos a protagonista, Malorie, que descobriu estar grávida no momento em que as primeiras ocorrências apareceram. Agora, quatro anos depois ela decide escapar da casa na qual  estava abrigada e, na companhia dos dois filhos, pretende descer o rio e chegar a um lugar seguro.

Ela está todo esse tempo sem olhar pra fora, vivendo com medo e receio e, treinando seus filhos para serem completamente guiados pela audição. Eles enxergam, mas desde pequenos foram orientados e treinados para abrir mão da visão e “ver” o mundo apenas com os ouvidos.

Ao passo que vemos a travessia de Malorie, também visitamos o passado para entender como ela chegou ali e o que aconteceu as pessoas que estavam em sua companhia.

Experiência sensorial: Dentre tantas coisas, esse é um livro sobre a natureza humana.Ficar cego muda muita coisa na vida de uma pessoa, mas o caso aqui não é exatamente esse. Não ver é uma condição de sobrevivência, mas você é capaz de abrir os olhos quando está em um ambiente que considera seguro. Por isso que as pessoas não conseguem dar atenção aos outros sentidos, que é o que Malorie aplica nos filhos.

Não há como saber que tipo de ameaça eles estão enfrentando, somente imaginar através de toda a experiência sensorial dos personagens. Eles pensam ouvir, pensam sentir, mas será que é real? Eles sempre confiaram na visão e não ter isso como apoio faz com que tudo o que os cerca  seja duvidoso.

Eles são cegos e, ao ver a história pelos olhos deles, nós também nos tornamos. Quando eles saem para se aventurar no mundo estão sempre vendados e, consequentemente, nós também. Toda a experiência de “ver” do livro vem das sensações, da audição, dos pressentimentos, do cheiro.

Essa é uma das coisas mais bacanas na obra, que me lembrou a premissa de Um Lugar Silencioso, filme de terror de 2018 no qual as criaturas caçam através do som obrigando os personagens moldarem sua rotina baseados nessa característica. Tem coisas que dão um sabor de Ensaio sobre a Cegueira também.

E por escapar do comum da narrativa visual, o livro traz ares de inovação.

SOBRE O LIVRO:

* Se você perdeu os memes, as várias fotos de gente tirando fotos vendadas e a Jojo Todynho esculachando a produção da Netflix, então você não deve saber que esse livro foi adaptado para filme em dezembro de 2018. Eu já assisti e tenho que dizer que gostei do que vi. Estrelado por Sandra Bullock, o longa consegue transmitir toda a atmosfera de emergência que o livro traz ao leitor😍😍😍

** Aproveitando essa deixa, tenho que me desculpar pela frequência do Destrinchando. As coisas andam meio caóticas desse lado da tela, mas para esse fim de semana eu planejo uma maratona de escrita para renovar o estoque de capítulos. Prometo de mindinho, me esforçar para voltar a frequência de um capítulo por semana.

Deixa aí nos comentários o que vocês querem ver por aqui em 2019. Dúvidas que vocês tenham, se querem mais resenhas de livros do Wattpad... enfim, estou aguardando sugestões. Até o próximo capítulo.😊