#Destrinchando

Destrinchando#33 - Enraizados

Fevereiro, chegou!!!!

Então leitores, quais títulos vocês encararam em janeiro?
Minha soma deu sete obras, incluindo um livro de contos, uma releitura e os dois primeiros volumes de uma trilogia que estou adorando desbravar.(lista completa na mídia acima⬆⬆⬆⬆⬆)

Me conta quais foram suas leituras nos comentários e vamos para mais uma resenha.

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Quem aqui adora uma fábula ou conto de fadas?

Tenho que admitir que elas fizeram parte dos meus primeiros passos como leitor e adquiri certo vício, principalmente pelos africanos e os que provinham da mitologia grega.

Foi baseado no folclore eslavo que Naomi Novik escreveu os acontecimentos de Enraizados, um livro que causou certo burburinho em seu lançamento.

E aí? Quer ser levado prisioneiro por um cara super "gente fina" e conhecer um mago dragão?

Pontos negativos

Problematização das fábulas: Se há uma coisa que aprendemos sobre conto de fadas e fábulas e que eles não eram 100% corretos. O que você me diz de beijar garotas enquanto elas estão dormindo ou fazê-las se apaixonar pelo homem que as levou em cativeiro?

Esse tipo de história se dispunha a dar uma certa lição de moral no final, justificando algumas ações e punindo outras. E, devo dizer, que a autora seguiu a risca o estilo dessas tramas tanto nos erros quanto nos acertos.

A sinopse da obra já traz consigo uma tendência A Bela e a Fera e acho que eu nem preciso dizer que é a história de um cara "mau" que aprisiona a menina, ele tem um segredo, ela se apaixona...

Aqui vamos com um personagem masculino privilegiado que pode fazer o que quiser graças a essa sua posição. Levar pessoas a morte por pura birra, obrigar o matrimônio e cometer uma tentativa de estupro. E sabe o pior? A protagonista afirma que o entende e se estivesse no lugar dele faria igual.

Eu sinceramente fiquei com cara de paisagem. Essas coisas são completamente dispensáveis a trama principal e o único motivo para estarem lá(pelo menos foi o que eu concluí) e comprometer a narrativa de alguma forma injustificável.

Acreditem, eu fiquei esperando essas justificativa. Ao final, pensei que haveria uma redenção, mas Naomi Novik perde a oportunidade de trabalhar sobre corrupção, maldade ou seja o termo que você queira usar para nomear isso. Ela não captura essas coisas péssimas da história. É isso aí, pronto, acabou!

O leitor tem que fazer vista grossa e fingir que faz sentido.

Foi um das coisas que mais me desagradaram na história. Me senti meio a parte porque esse livro agradou muita gente e vi várias resenhas que vomitavam arco-íris acerca dela, mas para mim ela não foi tudo isso.

Pontos positivos

Problemática sim, básica, nem a pau: Por baixo de todos esses problemas já citados, a autora consegue guiar uma trama que escapa do básico.

Nada de acompanhar um treino longo e enfadonho. O segundo volume da série Eragon, Eldest, foi praticamente isso. Quando eu pensava que alguma coisa ia acontecer, ele viajava para um lugar diferente para... treinar.

Há deslocamentos, mudanças de foco e uma ou outra surpresa. Agnieszka não é coerente em toda a sua jornada. Assim, como por vezes, é forte e determinada, por outras soa imatura. Há uma nuance de garota desastrada que também a marca aqui ou ali.

Moral da história: Sim, deixamos ela para o final. No que diz o final da história, o propósito da trama é sim muito bacana. É um pensamento que revela o quanto a relação do homem com a natureza não é igualitária. Tiramos muito mais do recebemos.

Eu achei essa analogia muito interessante e o quanto ela é, de fato, verdadeira. É legal quando uma obra se propõe a conversar sobre essa problemática, principalmente agora.

Em meio a tópicos de política e questões sociais, esse tipo de discussão se revela meio tímida apesar dos claros sinais de que algo está errado.

É realmente uma pena que o leitor encontre isso nos últimos capítulos, tendo que atravessar esse mar de problemas pelo caminho.

SOBRE O LIVRO:

Até mais.😉