O escritor é um agente em constante desenvolvimento. Seja na observação ou leituras, o aprendizado é constante.
Um dos fatores que também interessam o contador de histórias é o estudo de seus antecessores. Pablo Picasso, por exemplo, experimentou cada um dos movimentos de arte antes dele até criar, ao lado de Georges Braques, o Cubismo que extrapolou além das pinturas e alcançou também a literatura.
No capítulo de hoje vou trazer uma lista de livros que tratam sobre a escrita.
Estes livros para ser escritor tratam de temas do tipo: um grande começo, desenvolvimento de personagens, escolha do narrador, criação de diálogos, espaço e tempo, detalhes na descrição, estrutura narrativa, análise de cenas, entre outros.
Sei que muita gente é contra esses manuais literários, mas eu acho a leitura super válida. Ninguém precisa inventar novos métodos, mas quando nos permitimos conhecer mais nosso objeto de estudo, podemos descobrir como utilizá-lo de maneiras diferentes.
Para você que não pode participar de oficinas literárias, cola comigo e aproveite as dicas.
Como funciona a ficção, de James Wood
Esta é, para mim, a bíblia para todo escritor. Essencial, pois Wood fala da construção narrativa, abordando grandes escritores, como Henry James e Flaubert, de Tchékhov e Nabókov a Beatrix Potter e John le Carré. Ele é um pouco denso para quem está iniciando mesmo, então é melhor que você já tenha tido contato com a escrita mais a fundo para iniciar a leitura.
Oficina de Escritores. Um Manual Para a Arte da Ficção, de Stephen Koch
Após décadas lecionando escrita criativa no programa de pós-graduação em redação criativa da Columbia University, Koch elaborou este livro como uma grande conversa sobre como conduzir a escrita de um romance da ideia à revisão.
Nesse livro há uma frase bem marcante que é: "'O gato deitou no tapete' não é o começo de uma história, mas 'O gato deitou no tapete do cachorro', sim"
Nela, o autor destaca a importância do conflito para uma trama.
O Herói de Mil Faces, de Joseph Campbell
O que todas as culturas têm em comum? Todas têm mitos que as ajudam a entender por que chegaram até ali, além de darem significados as suas vidas. Neste livro, o estúdio Joseph Campbell traça os passas das jornadas dos heróis desses mitos e relaciona semelhança entre elas – seja para Apolo, Thor, Buda e outros numerosos protagonistas das religiões, mitologias, contos de fada e do folclore universal. Vale citar de que o autor não é um escritor, mas ele se dispôs a estudar esses mitos e criar "A Jornada do Herói" que se popularizou no mundo literário.
Formas Breves, de Ricardo Piglia
Acessível a leitores comuns e críticos literários, este livro de ensaios de Ricardo Piglia se destaca como formação do pensamento literário. Além disso, contém seu famoso ensaio Novas teses sobre o conto, que trabalha maneiras de escrever esse tipo de gênero textual.
Sobre a Escrita, de Stephen King
Um misto de memórias do escritor e manual de técnica literária, neste Stephen King recorda os principais desafios de sua vida. Os livros e filmes que o influenciaram na juventude; seu processo criativo de transformar uma nova ideia em um novo livro; os acontecimentos que inspiraram seu primeiro sucesso: Carrie, a estranha.
O Zen e a Arte da Escrita, de Ray Bradbury
Autor de romances, contos, poemas, roteiros de filmes e peças de teatro, Ray Bradbury reúne seu conhecimento e experiência e transmite neste livro único e encantador. Fala de como encontrar ideias, desenvolver a própria voz e o estilo e referências.
As Entrevistas da Paris Review – Volume 1 e 2, de Vários Autores
A Paris Review é uma das mais importantes revistas literárias do mundo. E nestas seleções de matérias, você encontra entrevistas com gente como: Paul Auster, Jorge Luis Borges, Truman Capote, Louis-Ferdinand Celine, William Faulkner, Ernest Hemingway, Primo Levi. Vale muito à pena a leitura.
Para ler como escritor, de Francine Prose
Importante e introdutório para quem quer se tornar escritor, Francine Prose apresenta uma visão do artista que procura se abastecer de leituras e referências. Além disso, uma ideia muito interessante de escritores que são mais voltados ao parágrafo, à frase ou à palavra.Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiro, de Robert Mckee
McKee passa neste livro por todos os pontos importantes na criação de um roteiro, levantando perguntas como: o que e um beat? Uma cena? Uma sequencia? O clímax de ato? O clímax do filme? É um livro importante também para entender como estruturar uma história.
Manual Do Roteiro, de Syd Field
Verdadeira bíblia dos roteiristas, vai da ideia inicial ao texto finalizado, do desenvolvimento de personagens e situações dramáticas ao perfeito acabamento da cena. Tudo como em um passo a passo para quem quer escrever roteiros.
Romancista como vocação, de Haruki Murakami
A obra reúne uma série de proposições sobre a escrita, a literatura e a vida pessoal de Haruki Murakami, escritor japonês contemporâneo que alcançou popularidade mundial. Autor de romances, contos, ensaios e reportagens, Murakami aborda nesse livro toda a sua versatilidade enquanto escritor e também dá um destaque para o conceito de críticas literárias.
Foco para a crítica literária.
O Romancista ingênuo e o sentimental, de Orhan Pamuk
Pamuk fala sobre a série de questões que angustiam quem escreve um romance. Planejar ou não? Como esconder o verdadeiro centro (assunto ou discurso) do romance? É mesmo deselegante mostrá-lo claramente? Como um romance cresce e se transforma?. Como utilizar a memória ou a experiência do leitor? E a trama? E o tempo? E as descrições? Claro que não ensina nada e que ninguém vai tornar-se escritor após a leitura, mas reflete sobre os problemas de forma organizada e inteligente.
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Eu nunca recomendaria que você abandonasse os romances, contos, novelas, crônicas, ensaios e poemas para ler apenas estes “livros para ser escritor.”Leia de tudo. Esses apenas te dão um novo olhar sobre a escrita e podem te ajudar nas mais variadas questões que a envolvem.
Fonte: http://rusga.com.br/melhores-livros-para-escritores/
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#Destrinchando
AcakEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...