Como vão? ☺☺☺
Eu estou muito bem, principalmente por mais esse Destrinchando que está vindo aí. Preparem seus cantis e odres. Não vão querer esperar numa fila gigante pela micharia de água que eles dão na cidade, não é?
O livro de hoje será Memória da Água da autora Emmi Itäranta.
Esse é um livro bem curto, mas acabei demorando mais que o necessário para lê-lo. Pretextos a parte aprendi algumas boas lições com esse livro.
💦💦💦💦💦💦
Pontos negativos
* Enredo lento: Quando eu vi a palavra distopia associada ao livro, logo imaginei cenas cheias de tensão brindadas a várias reviravoltas. No entanto, senti que faltou ação para a história, principalmente devido a todas as questões da luta pelos recursos hídricos que são muito escassos no qual a tensão seria constante, mas aparece de um modo tímido. Até surgem desafios para as personagens, mas tudo corre de uma forma muito lenta. No fim, me veio a impressão que tudo foi uma preparação para a verdadeira aventura que infelizmente não será contada.
* Visão limitada: Memória da Água é narrado em primeira pessoa, do ponto de vista de Noria Kaitio. Essa limitação, nos permite conhecer poucas partes no vasto universo que a autora propôs. Temos apenas vislumbres do que aconteceu com o mundo e os outros países até formar a sociedade que conhecemos.
Esse é um dos pontos que mais contribuem para o enredo lento que eu já comentei. A autora se foca muito no que a protagonista faz, sente e pensa, deixando a maioria dos outros personagens em segundo plano.
Apesar desse foco em Noria, ela não me cativou o suficiente e me pareceu pouco ativa na situação em que estava inserida. Com um pouco mais de desenvolvimento nos aspectos da trama, como o contexto histórico e todo esse caráter de distopia, a obra seria bem mais dinâmica, apesar desse foco em uma só personagem.Pontos positivos
* Escrita poética: É simplesmente muito bonito o que a autora é capaz de realizar com as palavras. Há uma reflexão muito forte sobre a morte e os fundamentos da água que te fazem mergulhar, literalmente, nos textos. Aprecie a forma que são feitas as descrições e como as filosofias dos mestres do chá são mostradas.
" Não consigo enxergar além do jardim. Não sei se as cidades se dissolveram, não sei quem chama a terra de sua. Não sei quem está atualmente tentado confinar a água e o céu, sem se dar conta que eles pertencem a todos e a ninguém"
"A água é o mais versátil de todos os elementos. Não tem medo de morrer no fogo ou viver no ar, não hesita em se chocar com rochas afiadas durante as tempestades ou de penetrar na escura mortalha da terra. A água existe para além de qualquer começo e fim."
"Os videntes do mundo antigo costumavam ler a sorte em folhas de chá. Mas eram apenas folhas de chá, resíduos escuros de coisas passadas, que não implicavam nada além de um padrão próprio. A memória é lisa, escorregadia e quebradiça. Não é prudente confiar em seus padrões".
Note que a autora não faz isso de modo pomposo e utiliza palavras de fácil compreensão, jamais te obrigando a ler uma coisa duas vezes para compreendê-la.
* Premissa: Esse foi um dos fatos que mais chamaram minha atenção. É admirável a leitora retratar a escassez de água e sua importância, num livro para jovens. Com uma leitura leve e de cunho social, me agradou muito pela temática diferenciada. Ouse explorar novos terrenos, ou então avaliar algo de um jeito que ninguém mais fez, destruir um clichê ao ponto de transformá-lo em algo memorável.
SOBRE O LIVRO:
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* Se você gostou desse Destrinchando, deixe seu voto. Comente também sobre o que achou do capítulo. Se já leu, ou pretende ler essa obra e encontrou outras lições de escrita pode deixar aqui também. Até o próximo capítulo.😊😊😊
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#Destrinchando
RandomEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...