Escrevendo#30 - Antes e depois: Prólogo e epílogo

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Você sabe como é um Prólogo? E Epílogo Tem muitos escritores por aí que confundem na hora de utilizá-los na sua história, então resolvi postar a respeito. Ah, e obrigado a AnandaGron por me propor essa questão.

PRÓLOGO

O prólogo geralmente se encontra no começo do livro e serve para contextualizar o mundo da sua história, mostrar fatos passados que serão importantes para o desenvolvimento ou até dar um pequeno vislumbre do que está por vir, mostrando um momento chave a fim de fisgar a atenção do leitor.

Um exemplo de prólogo que serve para contextualização da trama e que usa de fatos passados para estabelecer conflito é o do livro Como Eu Era Antes de Você que mostra um certo acidente de trânsito que é um fato muito importante para o desenrolar da história. Jojo Moyes não demora a dar a importância para aquela informação do prólogo, o que é algo muito essencial no uso dessa ferramenta. Estabeleça conexões para que o leitor não se sinta confuso com o que foi apresentado, seja com personagens já vistos ou referências.

Um autor que também faz bons prólogos é George R. R. Martin, em especial aquele que dá início à sua série mais aclamada em A Guerra dos Tronos. Narrado sob um ponto de vista que não aparece no decorrer da história, aquele prólogo serve para estabelecer a magia e o sobrenatural nesse mundo e planta sementes para os acontecimentos que virão. A ponte que o autor utiliza é a aparição de um dos personagens citados já no primeiro capítulo, que explicita a importância e o motivo da existência do prólogo.

Outros autores que dão um pequeno vislumbre do que está por vir em seus prólogos é Courtney Summers, autora de Sadie e Chandler Baker que escreveu Rede de Sussuros.

O primeiro, por se tratar de um livro de suspense, utiliza sua narrativa para colocar as cartas na mesa e utilizando frases como, "...começa, como tantas outras histórias, com uma garota morta.", e já obriga o leitor a continuar virando as páginas.

O segundo exemplo, expõe um fato que ainda estar por vir e nos obriga a voltar no tempo para ver como as coisas se desenvolveram até chegar lá. Não é uma ferramenta original, mas é muito eficiente se bem usada.

Aliás, seria muito interessante que vocês procurassem ler os prólogos citados para uma melhor compreensão. O Google Books oferece um trecho grátis dos livro, basta apenas pesquisar o título que você desejar.

Outra coisa: não se preocupe com o tamanho do prólogo, há livros com prólogos de cinco páginas e outros em que o prólogo tem apenas cinco linhas, o importante é deixar a história seguir o seu curso.

Certifique-se de que, no prólogo, independente de como seja, o leitor consiga identificar: espaçotempo
personagem e enredo, já que esse será o início da sua história.

EPÍLOGO

Em uma história, o epílogo, tem toda uma conotação de fechamento. E sim, é exatamente isso.

Essa ferramenta é usada para fechar a sua história é até dar um vislumbre do futuro daquele mundo, que particularmente é o meu tipo favorito de epílogo.

Um exemplo de epílogo de fechamento que eu adoro acontece em A Esperança, terceiro volume da trilogia Jogos Vorazes. Depois de todo o frenesi dos acontecimentos da revolta, a narração da autora começa a se aquietar nos capítulos finais desse terceiro ato. No epílogo, há um salto temporal que nos mostra como estão os nossos personagens e também todos os sintomas de uma vida pós guerra.

Outro final que me deixou de coração quentinho foi o de A Heroína da Alvorada, último volume da trilogia A Rebelde do Deserto. Amani é uma personagem muito querida por mim e ter á oportunida de vislumbrar o futuro dela na narrativa foi muito especial. A autor não nos dá um epílogo de fato, mas o último capítulo funciona como um e nos permite espiar como a política de Miraji começou a se transformar e nos explica toda a importância das histórias.

"Mas mesmo que o deserto esquecesse nossas mil e uma noites, saber que ele falaria sobre nós já era suficiente. Que muito tempo depois de nossa morte, homens e mulheres sentados em volta da fogueira ouviriam que uma vez, muito tempo atrás, antes de sermos somente histórias, nós vivemos.

Na nossa frente, no jardim, uma fogueira ganhava vida.

E o contador de histórias começou a falar."

😍😍😍...

Obs: Caso esteja escrevendo uma série de livros, você pode iniciar o primeiro livro com um Prólogo e, somente no terceiro livro, finalizar a história com um Epílogo. Ou, também, pode usar um Prólogo e um Epílogo nos três livros, como na série Millennium, de Stieg Larsson, e nos livros de Dan Brown.

Obs2: Pessoal, o prólogo e epílogo não são obrigatórios na sua história. Se não houver nenhum assunto pregresso que você queira abordar no prólogo ou se sua história se fechar no último capítulo... perfeito. Repito: prólogo e epílogo não são obrigatórios.

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