Ah... quem nunca escreveu uma carta de amor que nunca chegou ao destinatário. Talvez você ainda guarde alguma em um lugar secreto... uma caixa de chapéu azul petróleo, talvez.
Agora imagine se elas finalmente chegassem as mãos daquelas antigas paixões?
É exatamente essa problemática que a asiática e fofa Jenny Han aborda no young adult, Para Todos os Garotos que já Amei.
Vamos nessa, se fantasiar de Harry Potter no dia das bruxas e provar algumas receitas coreanas de nome impronunciável.💌💌💌💌💌
Pontos negativos
Clichê+Clichê=CLICHÊ: A trama segue aquela mesma fórmula de romances adolescentes: fofinha em alguns momentos, tanto faz em outros, mas com aquela marcante característica de 'já vi essa história antes'.
Com a mesmíssima base: eles não se entendem, se aproximam por causa de alguma jogada e/ou intriga e depois vem aqueles desentendimentos de praxe no fim do segundo ato que seriam evitados se o povo parasse para conversar ou deixasse que o outro falasse, apelando para aquele clichê comportamental de fazer tempestade em copo d'água.
Fica claro que a questão do livro não é se reinventar. Ele recicla essas ideias e deixa que o público se adapte. Assim o velho sempre tem esse quê de novo, e sim, o plot da história é mesmo intrigante.
A trama é repeteca, mas é daí?. O destrinchando de O Aprendiz é um exemplo de livro que apesar dessa sensação de dejá vu, conseguiram me guiar bem pela trama e arrancar alguns elogios.
E eu estaria disposto a rasgar seda para o livro se ele tivesse alguma mensagem ímpar ou estilo único.
Mas a protagonista é asiática, seu chato!
Realmente, raramente vemos personagens desse tipo sendo representados. Isso é algo a se comemorar. É bom ver que estão percebendo que os leitores podem se identificar com eles.
Mas isso não é suficiente. Os representados merecem um trabalho mais elaborado que o velho feijão com arroz.
Agora você deve estar pensando: Nossa, mas ele detestou o livro.
A verdade é que não. Eu gostei do livro.
Peraí, você acabou de esculachar a trama, os personagens... vai passar pano agora. Tem medo de hate.
Se eu tivesse medo de críticas negativas, nem teria começado esse projeto. Quando eu tive a ideia de fazer resenhas de livros já publicados por editoras, vim ciente de que elas poderiam desagradar alguns. Meus leitores atuais tem sido muito receptivos, mas estou preparado para o que der e vier.
A grande questão é que nem tudo é ame ou odeie...
Pontos positivos
Tom e ritmo da trama: Se parece haver uma carência por parte da autora na construção, percebe-se que ela tem talento e intuição de sobra que sabe impor um ritmo acolhedor a trama que, depois que o casal principal se aproxima aproveita do carisma, despojamento e química entre eles.
A partir daí o livro nos conquista. Lara Jean é uma personagem quieta e reservada, mas que toma atitude e se sobrepõe quando preciso, o que é muito agradável de acompanhar. Peter é o tipo galã de colegial, mas que oferece um toque que deixa seu personagem mais humano. Josh consegue convencer com sua confusão que vem da situação em que a protagonista o colocou.
A autora também constrói um bom drama familiar, com a Lara se readaptando a ausência da irmã mais velha que saiu para estudar fora.
A trama também flui muito bem e eu simplesmente embarquei com ela, proporcionando uma leitura muito gostosa.
O triângulo: Eu sei que eu acabei de criticar os vários clichês da história, mas o triângulo amoroso que a autora propõe realmente dá certo. Em pelo menos dois momentos da trama, eu fraquejei sobre com que ela ficaria no final. O livro realmente causa essas viradas.
Achei que seria mais um ponto negativo a citar, mas isso foi uma das coisas que me moveu a continuar e descobrir o final.
Aliás, o final é simplesmente uma sacanagem. Não no sentido ruim, mas é quase impossível você não querer pegar o segundo livro. Parabéns para os fãs que tiveram que aguardar um ano para a sequência.
SOBRE O LIVRO:
* Pensa em uma resenha difícil de elaborar. Foi uma leitura boa com alguns incômodos pelo caminho. Então eu tinha que equilibrar o tom da crítica, nem tão positivo, nem tão negativo. Você já teve alguma experiência parecida com algum livro? Me conta aí nos comentários. Sendo assim, nos vemos no próximo capítulo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
#Destrinchando
RandomEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...