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Olá, meninos e meninas. Quem fala aqui é Wesley Souza. Sabe, aquele carinha que aparece uma vez por semana( às vezes duas) no seu quadro de notificações com resenhas meio fajutas? ( mas que nas últimas duas semanas deu uma sumida, desculpem por isso😳)
Pois é.
Mas não vim falar sobre mim. É sobre ela.
Que deixou para trás um cadáver e um monte de porquês. Deus sabe que eu queria que fossem apenas 13.
Mas não é nada te envolva. Você não é responsável por alguém tirar a própria vida.
Eu acho.
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Pontos negativos
Romantização: Penso que um dos maiores problemas que Jay Asher encontrou ao discorrer sobre o suicídio foi realmente a abordagem com o qual o fez.
A ideia das fitas deixadas por Hannah mostram um peso dramático gigante. Atiça o leitor a querer saber o que levou essa menina a se matar, mas por outro lado é um artifício que beira o sensacionalismo.
E a obra, principalmente a adaptação, encontrou esse mesmo contrapeso em sua recepção com o público.
Quando a série da Netflix começou a circular, pessoas afirmaram que o programa grorificava o suicídio e a ameaçavam de boicote. Em contrapartida, as ligações ao Centro de Valorização da Vida, que se propõe a conversas com pessoas que precisam de ajuda, cresceram muito durante a transmissão da primeira temporada.
É errado criticar a série? Sim e não.
É uma mídia adolescente que discute sobre temas como o suicídio e bullying sem tirar a verdade das situações abordadas, pode alcançar as pessoas e gerar reflexão. Mas a OMS(Organização Mundial de Saúde) acusou a série de desrespeitar algumas normas.
Ao abordar o suicídio é proibido: a) divulgação de qualquer documento que o suicida tenha deixado para trás; b) mostrar explicitamente o ato e a maneira do suicídio e c) culpabilizar alguém pelo suicídio. Coisas que a série faz sem medo algum.
Para pessoas que assistem e tem problemas com isso, a série pode ser um gatilho enorme e, em casos mais graves, incentivar aos atos da protagonista.
Acho que se autor abordasse a problemática de maneira mais limpa, a obra não receberia críticas tão mistas.
Deixar a narrativa em primeira pessoa através da Hannah e manter um mistério sobre o que seria esses porquês. Somente ao final o leitor descobriria que era sobre o suicídio dela. Talvez, não deixar explícito quais são eles funcionariam a trama tambem. Deixar o leitor descobrir por si só e no caminho, ver que eles são muito mais que treze.
Pontos positivos
Narrativa: A proposta de mesclar as fitas com a narrativa de Clay Jensen, seguindo essa coisa meio epistolar é muito boa. Além do quê, ouvir a voz de uma pessoa morta adiciona algo a mais nessas passagens.
O autor, Jay Asher, conta que teve a ideia durante uma visita a um museu que propunha um tour pelo lugar com a utilização de fones de ouvido com alguém explicando sobre cada uma das exposições. A temática do suicídio veio mais tarde quando uma parente próxima à ele, com a mesma idade de Hannah, tentou o suicídio. Que ao contrário da protagonista, sobreviveu ao incidente.
Esses e outros detalhes da produção da obra você pode encontrar no final do seu exemplar do livro, no apêndice 13 Porquês nas entrelinhas.
Tema: Os 13 Porquês quebram o velho método de ficção adolescente. Opostos que se apaixonam, cenas meio bobas e final açucarado.
É notável esse novo movimento de histórias que abordam essas temáticas diferenciadas e apesar dos problemas que eu já citei o livro é muito tocante de certa forma. Eu tive que tirar uns dias antes da minha próxima leitura para assimilar tudo o que eu tinha visto. Não posso negar todo o baque que essa trama traz para o leitor. Para você que ainda não se encontrou com ela, recomenda-se a leitura.
SOBRE O LIVRO:
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#Destrinchando
RandomEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...