Ainda me lembro bem quando você chegou com seu falar um tanto arcaico e o bronzeado marcante demais para um leitor de Stephen King.
Você tratou logo de deixar um comentário para que eu soubesse seu nome. Você me convidou.
Não venha me dizer que você não sabia que eu era perfeito. Você ainda é um pouco idiota, mas farei você melhorar.
Joe Goldberg põe os olhos em Guinevere Beck e Caroline Kepnes nos guia por um quase monólogo onde um stalker persegue/prova o amor a sua vítima.
(Edição brasileira)
(Capas em inglês)
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Pontos negativos
Revisão/Tradução: Antes de mais nada tenho que começar dizendo que a edição desse livro que chegou até a minha mão tem alguns deslizes bruscos de revisão/tradução, ainda não consegui definir em qual desses quesitos exatamente. E falo isso como alguém que não tem tanta experiência com essa área, mas algumas dessas falhas saltaram aos olhos.
Existiam construções frasais meio desconexas e repetições exageradas de palavras. No capítulo 31, por exemplo, há um uso constante do verbo esgar.
Esse problema acaba travando a leitura em vários momentos e tirando um pouco do brilho da afiada e direta narração da autora. Eu espero que aja alguma correção ou uma nova edição, para que a experiência seja mais agradável aos leitores.Mantenha a revisão do seu livro. Repetição de palavras é um dos maiores crimes que você(nunca) pode cometer.
Pontos positivos
Estudo de personagem: Acompanhamos a história pelo ponto de vista do Joe e somos colocados dentro da cabeça dele. Apesar de sua narração ser muito simpática e quase acreditarmos que ele pode cair no espectro de anti-herói, na verdade ele é o vilão.
Mas a autora constrói a trama de uma forma que o favoreça, revelando traumas do passado e fazendo as outras personagens que o cercam tão desagradáveis que tomamos o partido dele.
Isso estabelece um paralelo muito forte com o modo que ele age. É um relacionamento abusivo o que ele estabelece com Beck, mas é algo que ocorre muito por trás do panos. Se na sua frente é galante e gentil, sozinho ele espiona seu e-mail e segue seus passos.
Não ache que você enlouqueceu por criar tamanha empatia para com um psicopata, é apenas o dedo de Caroline Kepnes mexendo com o seu psicológico, que ainda abre espaço para falar do excesso de exposição na internet e de personalidades tóxicas.
O monólogo de um narrador não confiável: Mais um para adicionar aquela lista do Destrinchando#21 e tenho que dizer que Joe Goldberg é um caso onde o valor está nos detalhes.
Toda essa natureza não confiável da narração do protagonista, recai no fato da sua percepção meio distorcida das coisas. Já no primeiro capítulo, quando Beck entra em sua livraria, Joe já faz uma teoria de que ela só pagou a compra com o cartão de crédito apenas para que ele soubesse o nome dela.
Em momentos tensos ou de reviravoltas, ele pega a narração toda para si a ponto de reproduzir até os diálogos, fazendo blocos grandes de texto que giram apenas em seu ponto de vista. Monólogos, basicamente.
O que me levava a questionar se as coisas tinham mesmo acontecido daquela forma ou se era apenas Joe me manipulando.
O que eu considero um grande achado. A autora utilizando a voz de seu protagonista para construí-lo e adicionar mais camadas ao personagem.
* A adaptação seriada do livro chegou na Netflix no final de dezembro de 2018 e tem conseguido sucesso tanto entre o público quanto pela crítica. Eu ainda não assisti, mas pretendo fazer isso em breve. Diz aí se você gostou da resenha ou se pretende ler. Minha dica do dia é: evite os Joe Goldbergs da vida, porque se eles conseguirem sua senha,( provavelmente vão) VOCÊ tá lascado.
Até o próximo capítulo😎
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#Destrinchando
عشوائيEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...