De volta com o Destrinchando, descendo pela Garganta em um dirigível vertical direto para o Instituto.
Hoje teremos mais um livro aqui do Wattpad, cheio de lições muito legais. Estou falando de A Filha da Necrópole, da autora DiAcordi. 😄
Foi uma leitura muito agradável e também proveitosa que por mim poderia ter durado um pouco mais.🔰🔰🔰🔰🔰
** Não tive nenhuma impressão negativa do livro, mas como eu digo. Tire suas próprias conclusões.
Pontos positivos
* Apresentação de mundo: A forma como o mundo de A Filha da Necrópole é exposto na narrativa é excelente. Eu particularmente tenho dificuldades para distribuir as informações pelo texto, contextualizando-as em ações de forma objetiva, sem que tudo não pareça um manual. A autora faz isso de uma maneira invejável, de uma forma que nos faz viajar pela trama. Aliado à um poder descritivo quase cruel, a hierarquia das Quatro Superfícies, os cenários e personagens são devidamente acertados.
* Diálogos: Não tem como ir embora sem falar dos diálogos dessa obra, que são usados em todos os seus artifícios. Para adicionar dinâmica aos textos, ilustrar conceitos do mundo e ainda por cima conferir personalidade aos personagens. Sério, se você pegar trechos isolados de falas deles, com certeza vai saber identificar o locutor das palavras.
Além de mostrar um trabalho legal de construção de personagens, os diálogos se provam "pau para toda obra" em A Filha da Necrópole.
DICAS:
- Nos diálogos da sua história, seja breve e simples, lembre que quando falamos temos tendência a informalidade.
- Leia em voz alta. Recite as falas para testar a naturalidade e fluência delas.
- Imagine as personagens em várias situações e pense em como elas reagiriam e falariam. Como atenderiam o telefone e coisas do tipo. A espionagem também pode ser uma aliada. Banque o 007 e se atente as conversas na escola, em casa ou onde estiver. Isso pode te ajudar nas diferenças de personalidade e escolhas de palavras.
* As personagens tabus: Antes de mais nada não posso negar a qualidade das personagens da obra em questão, que se provam a cada capítulo, mostrando suas facetas e histórias que, acima de tudo, são muito convincentes. Mas o que quero salientar aqui é a forma com que a autora aborda as personagens homossexuais na trama.
Di Acordi foi sóbria ao mostrar esse tabu, não simplesmente quis jogá-lo na cara dos leitores em um tipo de aceitação forçada.
Mas ela vai além. Hiram e Jade não estão ali apenas para reafirmar estereótipos, como muitos fazem com a figura do negro associando-a a mídias referentes a gangues e tráfico de drogas. Ambos possuem objetivos e uma história muito boa dentro da trama, sendo muitas vezes cruciais para que ela se desenrole. Ainda por cima, têm o mérito de passarem bem longe de serem figuras caricatas.
O jeito como a autora colocou uma relação homoafetiva bem ao lado de uma hetero, foi muito bom. O curioso é que ambas enfrentam uma adversidade em comum: O preconceito.
Então não se surpreenda com leitores pirando nos comentários com #Hide.
No fim, além de uma obra sensacional, nos é passada uma mensagem que deveria ser promulgada sempre.
Apenas, não julgue!.
SOBRE O LIVRO:
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* Se você gostou desse Destrinchando, deixe seu voto. Comente também sobre o que achou do capítulo. Se já leu, ou pretende ler essa obra e encontrou outras lições de escrita pode deixar aqui também. Até o próximo capítulo.😊😊😊
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#Destrinchando
RandomEssa é a verdade. Escrever é um ato de fé. Sem inspiração divina, vários textos inacabados, bloqueios horrorosos e cerca de 12 vezes ao dia, uma vontade de sentar, desistir e chorar. Não especificamente nessa ordem. Muitos correm atrás de cursos pa...