SCOTT
Meu coração pulsava forte. Eu estava ansioso e sedento. Meus punhos estavam fechados e eu tentava controlar as diversas emoções que sentia.
Não ter piedade.
Era a principal regra que Arturo me ensinara.
Eu tinha que ser forte, centrado e acima de tudo, frio. Arturo encontrou em mim as "qualidades" que ele sempre procurava em um lutador. Arturo me ensinou a ter controle. A saber a hora de atacar e quando e como atacar. Eu havia me tornado o melhor e Arturo sabia disso. Tinha criado um campeão, e campeões não perdiam.
Era tudo ou nada.
Eu havia alcançado o auge e tinha apenas vinte e três anos. Entre esses anos Arturo me ensinou tudo o que sabia. Ganhei muitas lutas, mas também perdi algumas. Ao contrário dos meus pais, Arturo aceitava os meus erros e me fazia aprender com eles.
Era tudo aprendizado no final das contas.
As faixas brancas já estavam em minhas mãos e eu estava sentado numa cadeira, esperando chamarem o meu nome. Arturo falava ao celular e parecia feliz com o rumo do assunto. Desviei meus olhos dele e encarei minhas mãos. As mãos que já haviam feito horrores. Além de lutador, eu também me tornara um matador. Nos ringues eu era o melhor e me saí muito bem na minha primeira luta até a morte. Depois dela, veio muitas outras. Mas no final do dia, quando eu deitava minha cabeça no travesseiro, os rostos de todas as pessoas que matei invadiam a minha mente, e a única saída eram as drogas.
Arturo me ensinou coisas boas. Mas também coisas ruins.
Fora ele quem me apresentara esse método. E, querendo ou não, era a melhor e única saída. Uma aplicação e já era.
Contudo, eu já me sentia dependente. Qualquer merda que acontecia eu corria para a agulha e só acordava no dia seguinte.
Eu não tinha mais opções. E quando me dei conta eu já estava viciado.
Para relaxar, maconha e ecstase eram os escolhidos. E confesso que me sentia muito bem com isso.
- Aí, tá na hora Campeão. -Arturo falou, batendo em meu ombro.
O encarei. Bebi um gole de água da garrafinha e respirei fundo. Levantei e estalei os dedos, em seguida o pescoço. Arturo pegou meu rosto com as duas mãos e juntou nossas testas, como sempre fazia antes que eu entrasse no ringue.
- Ser forte, ser bruto, ser impiedoso, e acima de tudo, ser frio. Sou um vencedor. -falamos as palavras que sempre dizíamos antes das lutas. Era como se fosse uma reza que me dava sorte.
Arturo bateu nossas testas e depois se afastou. Bateu em meu ombro e caminhamos até o ringue.
Fui anunciado e o grito da platéia adentrou em meus ouvidos.
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Obsessivo
ChickLitTRILOGIA -Dominadores Tatuados {Livro 2} Scott Daniels nunca teve a vida fácil, sofreu desde pequeno com seu pai alcoólatra que batia em sua mãe e principalmente nele. Com a prisão de seus pais, Scott caiu nas ruas, e se tornou um dos melhores lutad...