Capítulo 3

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SCOTT

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SCOTT

Meu coração pulsava forte. Eu estava ansioso e sedento. Meus punhos estavam fechados e eu tentava controlar as diversas emoções que sentia.

Não ter piedade.

Era a principal regra que Arturo me ensinara.

Eu tinha que ser forte, centrado e acima de tudo, frio. Arturo encontrou em mim as "qualidades" que ele sempre procurava em um lutador. Arturo me ensinou a ter controle. A saber a hora de atacar e quando e como atacar. Eu havia me tornado o melhor e Arturo sabia disso. Tinha criado um campeão, e campeões não perdiam.

Era tudo ou nada.

Eu havia alcançado o auge e tinha apenas vinte e três anos. Entre esses anos Arturo me ensinou tudo o que sabia. Ganhei muitas lutas, mas também perdi algumas. Ao contrário dos meus pais, Arturo aceitava os meus erros e me fazia aprender com eles.

Era tudo aprendizado no final das contas.

As faixas brancas já estavam em minhas mãos e eu estava sentado numa cadeira, esperando chamarem o meu nome. Arturo falava ao celular e parecia feliz com o rumo do assunto. Desviei meus olhos dele e encarei minhas mãos. As mãos que já haviam feito horrores. Além de lutador, eu também me tornara um matador. Nos ringues eu era o melhor e me saí muito bem na minha primeira luta até a morte. Depois dela, veio muitas outras. Mas no final do dia, quando eu deitava minha cabeça no travesseiro, os rostos de todas as pessoas que matei invadiam a minha mente, e a única saída eram as drogas.

Arturo me ensinou coisas boas. Mas também coisas ruins.

Fora ele quem me apresentara esse método. E, querendo ou não, era a melhor e única saída. Uma aplicação e já era.

Contudo, eu já me sentia dependente. Qualquer merda que acontecia eu corria para a agulha e só acordava no dia seguinte.

Eu não tinha mais opções. E quando me dei conta eu já estava viciado.

Para relaxar, maconha e ecstase eram os escolhidos. E confesso que me sentia muito bem com isso.

- Aí, tá na hora Campeão. -Arturo falou, batendo em meu ombro.

O encarei. Bebi um gole de água da garrafinha e respirei fundo. Levantei e estalei os dedos, em seguida o pescoço. Arturo pegou meu rosto com as duas mãos e juntou nossas testas, como sempre fazia antes que eu entrasse no ringue.

- Ser forte, ser bruto, ser impiedoso, e acima de tudo, ser frio. Sou um vencedor. -falamos as palavras que sempre dizíamos antes das lutas. Era como se fosse uma reza que me dava sorte.

Arturo bateu nossas testas e depois se afastou. Bateu em meu ombro e caminhamos até o ringue.

Fui anunciado e o grito da platéia adentrou em meus ouvidos.

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