Capítulo 57

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Não pude deixar de rir ao ver a careta de Scott diante do frio do Paraná.

Ele expirou e a fumaça saiu em abundância de sua boca. Em seguida, o único movimento que fez foi passar a mão pela minha cintura.

Segurei o portão de madeira da casa dos meus pais e me virei para ele.

— Ta pronto?

Seus olhos verdes me encararam. Ele não estava receoso nem ao menos com medo como eu estava pensando. Tirando o fato do frio estar cortando a carne dos nossos rostos, Scott estava tranquilo.

— Estou.

Eu abri e nós entramos. A porta estava fechada, mas quando já estávamos diante dela, eu bati. Ela se abriu, revelando meu irmão. Seus olhos de imediato se arregalaram e sua boca entreabriu. Eu não o culpava, afinal não avisei a ninguém que viria.

Eduardo me puxa para um abraço, me tirando do chão. Quando me coloca de volta eu ergo a cabeça para olhá-lo.

— Nossa, nem faz tanto tempo assim desde que estive aqui.

— Não importa. Não sabe como sentimos sua falta. -ele brinca com os meus cabelos.

Entretanto, percebo que Scott ainda está na porta e que não foi apresentado ao meu irmão. Me viro para olhá-lo, e a expressão de Scott não é nada amigável. Fico ao seu lado e aperto sua mão, como um sinal para que ele não faça nada.

— Hum, Eduardo, esse é o meu namorado: Scott.

Meu irmão o encara. Noto seus olhos levemente arregalados. Eduardo era alto, mas Scott ainda era um pouco mais.

— E, Scott, esse é meu irmão: Eduardo.

Os dois se encaram por alguns segundos. Sei o quão observador Scott é. Eu não o culpo, sei que isso é propriamente dele. Por fim, ele estende a mão para o meu irmão, que a aperta firmemente.

Eu suspiro aliviada.

— Namorado é? Bem, seja bem-vindo então.

Du abre espaço para que Scott entre, e a impressão que tenho é que a casa dos meus pais é um lugar minúsculo para abrigar alguém como Scott.

— Então... onde eles estão? -pergunto, eufórica.

— Nossa mãe está nos fundos, no quintal, perto das laranjeiras. E papai saiu com a caminhonete.

— Tudo bem. Hum, será que poderia ir chamá-la?

Meu irmão dividiu o olhar entre Scott e eu rapidamente e assentiu com um sorriso.

— Claro.

Quando Eduardo saiu, eu me virei para Scott, logo encontrando suas esmeraldas verdes.

— Até aqui tudo bem, não é? -perguntei.

Ele assentiu, olhando em volta.

— É uma bela casa.

Também olho em volta.

— Bom, não é como as que está acostumado. Não tem muito luxo. É simples, apenas. -dou de ombros.

— Não é apenas simples. É... acolhedora. -ele observa tudo minunciosamente. Sua expressão é completamente diferente das que já o vi fazer.

— De certa forma, me sinto bem aqui. -ele completa.

Sorrio e abraço sua cintura, erguendo a cabeça para olhar seu belo rosto.

— Fico feliz por isso.

Scott faz menção em me beijar, mas nesse momento minha mãe entra na casa. Scott e eu nos viramos para ela. Não fico surpresa com sua expressão. Entretanto, um silêncio se instala no local e eu logo trato acabar com ele.

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