Capítulo 42

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Aquilo não foi uma declaração.

Foi um aviso.

Por tabela, estava dizendo: "não importa o que você faça, você será minha".

Scott acaricia meu rosto carinhosamente e beija minha testa. Em seguida, sai de meu apartamento. Ele era mestre na arte de me confundir. Era fofo, gentil, carinhoso e atencioso. De repente, se tornava ciumento, sádico, violento e obsessivo.

Era isso o que Scott era. Um obsessivo.

E o mais louco de tudo, era ele conseguir misturar todos esses termos. Tudo isso, em um só homem.

Isso estava estampado na minha frente o tempo todo, eu só não quis enxergar. Nossa intimidade, claramente, foi um erro. Se não houvesse intimidade, ele não teria me contado sobre o que mais o machucava. Aquele momento foi algo definitivo, e eu o compreendia. Não se contava algo tão fatídico e depois se virava as costas. Eu não virei as costas para Scott, apenas não queria mais ele em minha vida. Eu não estava cometendo um crime se me relacionasse com outro homem. Mas para Scott eu estava. O pior deles.

O sentimento de posse estava o corroendo por dentro. Cada vez mais. Era como um veneno que estivesse se espalhando por todo seu corpo.

Talvez eu devesse ouvi-lo. Mas do que adiantaria se não iria ficar com ele? Apenas para apertarmos as mãos e sermos bons amigos? Não. Ele não aceitaria. Ele iria até o fim nessa história. Ficaria no meu encalço até estar completamente satisfeito.

Escorrego as costas na parede até ficar sentada no chão. Suas palavras voltam com força para a minha mente. Se repetem diversas vezes. Ele queria ser o único para mim, assim como eu era a única para ele.

Eu era única para ele.

Quando foi que isso aconteceu? E como aconteceu?!

Ser única para Scott Daniels era algo surreal.

Era dimensional.

Talvez eu não estivesse pronta para isso. Talvez eu não estivesse pronta para ser a única para ele. Já posso ver por meio do que está fazendo. Se essa era a consequência para ser a única para ele eu não queria.

Me levanto e caminho até a porta. A fecho. Vou para o quarto e tiro o vestido, substituindo-o por algo mais confortável. Retiro a maquiagem e vou para a cama. Quando menos espero, adormeço.



 Quando menos espero, adormeço

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SCOTT



Desperto ofegante. Estou assustado. Estou suando frio. Minha garganta está seca e meu peito arfa com força. Olho para o nada no quarto escuro. Fecho os olhos e tento controlar minha respiração. Não consigo. Está descontrolada. Aperto os olhos, pois me recuso a recorrer o método mais rápido para me aliviar a ansiedade.

O escuro e o silêncio me sufocam. É agoniante. Desesperador.

Me levanto, procurando por aquilo que irá me aliviar. Abro a caixa, com pressa. Amarro o elástico no braço e injeto. Uma, duas, três vezes. Até cair em sono profundo.

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