Capítulo 54

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"Juro por Deus que deveria ter ido embora e te deixado sozinho, mas eu prefiro estar com você e com todas as suas besteiras".

- Jacquees: - You.

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O táxi para em frente ao apartamento dele.

Pago e saio do carro, entrando no prédio em seguida. O recepcionista me reconhece e sorri para mim. Ele libera minha entrada. Pergunta se sou namorada de Scott e eu digo que sim. Enquanto o elevador sobe, penso no que pode ter acontecido. Talvez ele tenha perdido a noção do tempo. Provavelmente tenha cochilado ou seu celular possa estar no silencioso. Diversas coisas passam pela minha cabeça e eu não consigo aceitar nenhuma delas.

As portas do elevador se abrem e eu saio. Encaro a porta do apartamento de Scott e toco a campanhia. Não obtenho resposta, então toco mais três vezes. Ainda sem resposta, bato nela. A porta não abre e eu decido tentar abri-la. Para a minha surpresa, a porta está destrancada. A abro por completo e, de onde estou, vejo cacos de vidro no chão. Meu cenho franze e eu engulo em seco, entrando no apartamento.

Olho em volta.

— Scott? — grito seu nome, mas tudo se mantém silencioso.

Desvio dos cacos grandes que vejo pelo chão e ando até a cozinha. Ele não está lá. Volto para a sala e olho as escadas, indo em direção a elas.

— Scott! — chamo por ele novamente.

Quando chego no corredor, caminho até seu quarto. A porta está fechada, então abro devagar. O quarto está parcialmente escuro, pois a luz do banheiro o ilumina por meio de uma fresta.

Percorro meus olhos pelo quarto e, quando meus olhos o encontram, meu coração dispara. Meus olhos se arregalam e minha mão voa automaticamente para a minha boca. Abro a porta por completo e dou passos cautelosos. As lágrimas se formam em meus olhos e eu meneio a cabeça, desacreditada.

Ele está se drogando novamente.

Ele prepara a seringa com maestria e parece não notar a minha presença. Não vou deixar que ele injete. Me aproximo rapidamente quando vejo a ponta da agulha encostar em sua pele e a puxo de sua mão.

Então ele me olha.

Perplexo e confuso.

Seus olhos estão vermelhos e inchados. Suas pupilas estão dilatadas e vê-lo dessa forma me assusta. Sinto medo, mas não quero demonstrar. Minha barriga dá espasmos com os soluços contidos e eu me afasto de imediato, o vendo se levantar.

Ele caminha em minha direção, dando passos rápidos.

— Me dá isso! — tenta pegar a seringa, e antes que ele consiga eu a jogo no chão, pisando em cima com o salto. Piso diversas vezes até que a vejo destroçada.

Scott grita e leva as mãos à cabeça. Aperta os cabelos e se ajoelha, observando a droga.

— O que você fez! — ele berra e revira os cacos no chão.

Me agacho e seguro seus braços tentando fazê-lo parar, pois vejo a ponta dos seus dedos sagrarem com os cortes.

— Scott, me diz o que tá acontecendo. Eu posso ajudar você...

Não tenho tempo de terminar, porque Scott segura meu braço com força e se levanta comigo. Seu aperto me incomoda e me machuca. Não consigo me desvencilhar dele. Scott me leva até a porta e me empurra para fora do quarto, me fazendo cair.

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