Capítulo 46

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SUZAN

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SUZAN

Estou na casa dos meus pais há algumas semanas. Eduardo me buscou na rodoviária, e enquanto passávamos pelas estradas em seu carro, eu olhava as paisagens do lugar que há tempos não visitava. Lembro-me do quanto me emocionei ao ver a casa onde fui criada. O quintal grande de grama verde estava bem aparado. A casa simples está modificada, com algumas reformas e nova pintura. O grande portão de madeira continuava o mesmo. Juntando todas as coisas, a casa parecia mais um sítio do que uma casa normal de cidade grande.

Quando vi meus pais depois de tantos anos não consegui segurar a emoção dentro do peito. Só então percebi o quanto estava sentindo falta deles, e o quanto eles sentiam minha falta.

No momento, estou perto das árvores no quintal. O frio não dá trégua. Porém, o céu azul livre de nuvens parece tornar o dia ainda mais gélido. O sol brilhante me engana, não faz calor e ele não me aquece. Está ali apenas para fazer o dia mais bonito.

É cedo. Por volta de sete e meia da manhã. O cheiro de café indica que minha mãe já acordou. Afasto os pensamentos que me levam à vida conturbada em São Paulo e entro em casa. Vejo minha mãe de costas para mim. Está com a camisola longa e um casaco marrom até os joelhos. Um cachecol no pescoço e nos pés, pantufas pretas.

Me encosto no batente da porta e a observo. Ela faz café no coador. Nada de cafeteira ou máquina expresso. Na verdade, no geral, não há nada muito moderno na casa. A não ser a TV gigantesca que Eduardo comprou. Segundo ele, para assistir a jogos.

Minha mãe se vira para por o café na mesa e pula, assustada. Coloca a mão no peito e eu sorrio.

- Que susto menina! Quer matar sua mãe?

Faço uma careta e ando até ela. A abraço. Ela retribui.

- Que tal buscar alguns pães com o seu irmão? - ela pergunta quando se afasta.

Está com aquele sorriso e aquele olhar chantagista que me lançava quando eu era criança, que sempre me induzia a fazer tudo o que ela quisesse.

- Claro, mãe. - cerro os olhos para ela.

Logo, meu irmão aparece. Os cabelos loiros bagunçados. Ele veste um conjunto de moletom cinza e chinelos com meia.

Caminha até mim, envolve os braços em meu pescoço e me abraça.

Entre bocejos, ele diz:

- Bom dia, maninha.

- Bom dia, Du.

Ele me solta e caminha até minha mãe. A abraça também.

Acho que o carinho estava no sangue dessa família.

Eduardo se serve de uma xícara de café e estende uma a mim. Bebo e logo termino. Minha mãe intima novamente para irmos à padaria e não demorar. Tão logo, estamos caminhando na rua.

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