SUZANEstou na casa dos meus pais há algumas semanas. Eduardo me buscou na rodoviária, e enquanto passávamos pelas estradas em seu carro, eu olhava as paisagens do lugar que há tempos não visitava. Lembro-me do quanto me emocionei ao ver a casa onde fui criada. O quintal grande de grama verde estava bem aparado. A casa simples está modificada, com algumas reformas e nova pintura. O grande portão de madeira continuava o mesmo. Juntando todas as coisas, a casa parecia mais um sítio do que uma casa normal de cidade grande.
Quando vi meus pais depois de tantos anos não consegui segurar a emoção dentro do peito. Só então percebi o quanto estava sentindo falta deles, e o quanto eles sentiam minha falta.
No momento, estou perto das árvores no quintal. O frio não dá trégua. Porém, o céu azul livre de nuvens parece tornar o dia ainda mais gélido. O sol brilhante me engana, não faz calor e ele não me aquece. Está ali apenas para fazer o dia mais bonito.
É cedo. Por volta de sete e meia da manhã. O cheiro de café indica que minha mãe já acordou. Afasto os pensamentos que me levam à vida conturbada em São Paulo e entro em casa. Vejo minha mãe de costas para mim. Está com a camisola longa e um casaco marrom até os joelhos. Um cachecol no pescoço e nos pés, pantufas pretas.
Me encosto no batente da porta e a observo. Ela faz café no coador. Nada de cafeteira ou máquina expresso. Na verdade, no geral, não há nada muito moderno na casa. A não ser a TV gigantesca que Eduardo comprou. Segundo ele, para assistir a jogos.
Minha mãe se vira para por o café na mesa e pula, assustada. Coloca a mão no peito e eu sorrio.
- Que susto menina! Quer matar sua mãe?
Faço uma careta e ando até ela. A abraço. Ela retribui.
- Que tal buscar alguns pães com o seu irmão? - ela pergunta quando se afasta.
Está com aquele sorriso e aquele olhar chantagista que me lançava quando eu era criança, que sempre me induzia a fazer tudo o que ela quisesse.
- Claro, mãe. - cerro os olhos para ela.
Logo, meu irmão aparece. Os cabelos loiros bagunçados. Ele veste um conjunto de moletom cinza e chinelos com meia.
Caminha até mim, envolve os braços em meu pescoço e me abraça.
Entre bocejos, ele diz:
- Bom dia, maninha.
- Bom dia, Du.
Ele me solta e caminha até minha mãe. A abraça também.
Acho que o carinho estava no sangue dessa família.
Eduardo se serve de uma xícara de café e estende uma a mim. Bebo e logo termino. Minha mãe intima novamente para irmos à padaria e não demorar. Tão logo, estamos caminhando na rua.
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Obsessivo
ChickLitTRILOGIA -Dominadores Tatuados {Livro 2} Scott Daniels nunca teve a vida fácil, sofreu desde pequeno com seu pai alcoólatra que batia em sua mãe e principalmente nele. Com a prisão de seus pais, Scott caiu nas ruas, e se tornou um dos melhores lutad...