Preparativos

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Contagem regressiva para minhas férias. Contagem regressiva para o casamento.

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Para proteger Nia, eu precisava de muito tempo livre, então resolvi adiantar o trabalho de duas semanas em apenas vinte e quatro horas.

Quase fiquei louco com tantos cálculos, mas era absolutamente necessário.

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Documentos. Roupas. Convidados. Novo livro.
Estava tudo um caos e apesar de voltar para o sobrado, eu passava mais tempo com Nia.

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Um assassino que implantou o caos na cidade e sumiu em um repente.

Eu não podia aceitar isso. Para as pessoas comuns era como se o assassino fosse Naila, mas não para mim. Precisei me dedicar a outros casos, mas não me saía da cabeça o caso do assassino das rosas amarelas.

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Faltavam quatro dias para o casamento. Eu estava eufórica. Totalmente tomada pelo êxtase dos preparativos. Minha mãe tinha se deslocado do bairro dela para o meu, que ficava na região mais central da cidade.

Convidamos para o casamento todos os nossos amigos e alguns familiares que tínhamos.

Eu e Miguel compramos uma charmosa casa, e muito em breve eu não moraria mais naquele apartamento. A nostalgia antecipada me tomava a cada vez que eu olhava para as paredes. Sobre nosso novo lar, o combinado era mudar de residência após a lua de mel.

Naquele dia, quatro antes do casamento, tratamos de carregar alguns pertences que não eram de uso constante, como porta retratos, álbuns, livros, algumas roupas e outras quinquilharias.

Encontrei-me com Miguel na porta de nosso novo lar, cada um tinha uma cópia da chave e minha mãe ficou com outra. Meu amor me beijou apaixonado e me carregou no colo casa adentro. Já tínhamos comprado alguns móveis novos, traríamos outros das velhas residências e venderíamos os demais quando nossa mudança estivesse completa.

Miguel pegou em minha mão e valsou comigo pela sala. Era meu príncipe encantado e eu não podia estar mais feliz.

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Segui Nia como se fosse sua sombra.

Ela não havia notado, nem ele. Estavam felizes demais com o matrimônio.

Estavam na casa que tinham adquirido recentemente. Havia uma grande janela de vidro na sala, localizada a cerca de um metro do chão. Peguei meus binóculos e observei a atividade dos pombinhos apaixonados. Eles dançavam pela sala.

Meu coração doía sempre que os via juntos, mas se eu queria proteger Nia, suportar qualquer dor, qualquer tristeza, era necessário ultrapassar meus limites humanos. E muitas vezes consegui. Frequentemente eu passava o dia sem comer, apenas para segui-los. Eu emagrecia, mas era um sacrifício que valia meu esforço, porque amava aquela mulher mais que minha própria vida, e faria tudo por ela.

Miguel a levava a restaurantes. Jantavam e sorriam à luz de velas. Era como se um punhal fosse fincado em meu coração cada vez que eles se tocavam e eu via. Os pais dela deram um jantar em família e não fui convidado, pude ver tudo. Foi no apartamento de Nia.

Aluguei um apartamento em um prédio próximo ao dela para cuidar de seu bem estar. Eu não poderia deixá-la saber, ela não entenderia. Não havia como explicar tudo aquilo de maneira racional, mas eu nem precisava. Pude ver todos felizes no jantar, Ricardo conversava com Miguel como se fossem velhos amigos. Eu via tudo da janela do apartamento que aluguei.

A Rosa do Assassino [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora