Darling

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04:00 a.m.

Miguel estava em seu sono mais profundo.

Juan se aproximou da cama e pegou Nia no colo. Ela dormia suavemente, nua, cabelos charmosamente desgrenhados. Sentiu-se impelido a beijá-la, mas não consumou seu desejo. Não queria correr o risco de acordá-la.

Carregou-a até o outro quarto que estava vazio. Aquela casa tinha muitas vantagens, por exemplo, o isolamento acústico de alguns quartos.

Colocou Nia sobre o chão e amarrou pés e mãos, afinal não queria que ela fugisse ou que se debatesse. Quando terminou a amarração, contemplou o rosto adormecido e sereno. Com as pontas dos dedos, acariciou a linha do maxilar daquela mulher que era sua obsessão.

“Bela.”, pensou.

Uma lástima que não o amasse.

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Não fazia idéia de quantas leis de trânsito eu já tinha burlado com o carro de Nico. Ele ficaria furioso. Afundei o pé no acelerador, já estava chegando ao meu destino.

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Pedi que rastreassem a placa de meu carro. Foi fácil encontrar, principalmente porque Isac já tinha ultrapassado cinco sinais vermelhos. Era um completo idiota e faria uma besteira irremediável.

Soltei uma cachoeira de palavrões quando me levantei após ter levado um soco bem no meio da cara. Eu estava consolando aquele imbecil quando ele me acertou, mas eu sabia exatamente o motivo de ele ter feito aquilo. Meu coração estava dividido. Por um lado, partido pela morte de Djéfani. Por outro, furioso por Isac estar rumo a uma piora de sua situação perante a lei.

Eu sabia onde ele estava indo. Sabia antes mesmo que me avisassem de sua rota. E agradecia por ele não ter ouvido toda a história de Djéfani, se assim fosse, nem o demônio seria capaz de pará-lo.

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Freei o carro muito próximo ao portão. Um bando de quatro capangas assustados apareceu com armas em mãos. Gritei para abrirem o portão, não quiseram.

Desci do carro e agarrei um deles pelo colarinho. Era magro e muito baixinho. Desferi inúmeros socos enquanto me identificava para ele, os demais observaram atônitos.

— Sou Isac, onde está Schukrut? — Perguntei, mas nenhum dos idiotas respondeu. — EU PERGUNTEI “ONDE ESTÁ O SCHUKRUT?”!

— Na casa dele. — O homem de mais cedo apareceu no portão e atirou. Usei seu colega de trabalho como escudo humano.

— Maldito! Onde é a casa daquele porco? — Catei a arma que tinha caído no chão, próxima a meus pés.

— Jamais te diria. — Ele atirou mais uma vez.

Coloquei a arma na cabeça do capanga que eu usava de escudo e ele urinou nas calças.

— Nesse caso, vou matar esse aqui. — Ameacei.

— Pode matar, imbecil! — Dessa vez o tiro acertou de raspão o braço do homem que eu segurava.

— Eu digo. — O homem magro disse. — Eu digo onde ele mora. — Prometeu entre as lágrimas.

Afastei-me de costas até o carro. Não era inteligente ficar vulnerável para os seguranças armados.

Quando cheguei ao veículo, joguei meu refém no banco do passageiro e tranquei a porta. Dei a volta no carro tentando desviar dos tiros e tomei o lado do motorista o mais rápido que pude. O homem chorava como um garotinho desprotegido.

A Rosa do Assassino [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora