Competição no Colégio Rose III

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– Tem a certeza que podemos fazer isto? – Perguntou Eren, caminhando alguns passos atrás do professor Levi que percorria o grande espaço de campo aberto que havia no Colégio Rose.

– Eles não têm feito outra coisa que não seja jogar sujo por isso, é justo que pelo menos vejamos como é a maldita pista para amanhã. – Respondeu Levi.

Depois do anúncio dado pelo Irvin e a surpresa inicial que gerou silêncio entre todos, Hanji foi a primeira a dizer que a ideia era de génio. Animada começou a tentar contagiar os alunos e o professor Levi ainda lançou um olhar confuso e surpreso a Irvin que lhe sorriu. Nunca tinha pensado que algo tão arrojado como aquilo fosse possível.

Porém, isso significava que o Colégio Rose estava muito confiante na vitória. De tal forma, que até aceitariam que um professor participasse numa prova ao lado de um aluno.

Deixando de parte, as questões que rondavam à volta dos argumentos que Irvin teria utilizado, Levi optou por parar de perder tempo. Chamou pelo rapaz de cabelos castanhos e ar igualmente perplexo que se levantou e deixou a irmã que entretanto acordara, aos cuidados de Armin.

– Chegámos. – O homem de cabelos negros parou de andar diante de uma parte cercada por algumas barreiras. A pista, os espaços com areia, os muros a serem escalados, a piscina com alguns objetos flutuantes pelos quais deviam ter que passar, entre outras coisas. – Hum, não dá para ver tudo, mas suponho que isto se estende por um bom bocado, afinal pelo que percebi a corrida tem uma média de tempo de trinta minutos.

– Uma piscina. – Ouviu Eren dizer ao seu lado.

– Tens medo da água? – Perguntou o professor, estranhando o tom de voz.

– O quê? Claro que não! – Respondeu num tom que lhe soava algo defensivo.

– Não é preciso nadar, basta passar por cima daquelas coisas. O que te parece? Demasiado complicado? Queres atravessar estas barreiras para testarmos o percurso?

– Isso se calhar não seria muito justo. – Começou Eren. – Eles só devem fazer o percurso amanhã e nós não devíamos ter tempo para praticar. Isto não é baseado no imprevisto?

– És tão ingénuo. – Respondeu Levi e revirou os olhos. – Achas sinceramente que não praticaram? Pensa, pirralho. Tiveram todo o tempo do mundo para montar o percurso e praticar várias vezes.

Com uma agilidade a que o jovem não ficou indiferente, viu o professor com movimentos precisos e aparentemente fáceis, trespassar facilmente uma das barreiras que tinha como objetivo proteger a zona do percurso do dia seguinte.

"Ele vai correr de sapatos clássicos?", perguntava Eren colocando-se ao lado do professor na pista. "Se ele cair, não sei se vou aguentar... vou acabar por rir".

– Um assobio é o sinal para começares a correr, entendeste?

– Sim, senh...sim. – Disse e sentiu-se um pouco embaraçado como o "sim, senhor" saía com tanta naturalidade sempre que estava ao lado do professor. Este manteve-se a leste dos pensamentos do adolescente ao seu lado e assobiou poucos segundos depois.

A primeira tentativa de acompanhar Levi foi um tanto desastrada. Iniciou a corrida com um ou dois segundos de defeito por estar distraído com os seus pensamentos. A pista estendia-se por cerca de trezentos metros até terem que saltar por um espaço de areia, onde Eren quase tropeçou quando viu a distância que o professor conseguiu alcançar apesar da sua estatura. Seguiu-se o primeiro muro a ser escalado, onde o rapaz mais uma vez distraído com as aptidões físicas do homem que fazia tudo tão rápido e perfeitamente, caiu quando estava quase a alcançar o topo.

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