Memórias e Sentimentos (1º Parte)

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Em pouco tempo, ouviu-o despertar e as mãos tentaram afastar a almofada, mas ela sorriu vitoriosa ao ver que não tinha qualquer dificuldade em ignorar a força que ele usava.

– Patético. – Murmurou, vendo-o em pânico e sem força para ripostar.

Quanto mais se agitava, mais aflito Levi ficava em busca de um oxigénio que não alcançava os seus pulmões. Por mais que tivesse os olhos abertos, também não via mais do que a escuridão provocada pelo objeto contra o seu rosto que não só o magoava como acima de tudo deixava-o apavorado.

Por instantes, na confusão em que acordou, ponderou que tivesse a ter alguma memória excessivamente vívida, mas logo percebeu que aquilo não era uma lembrança. Era real e quis defender-se, mas os seus braços, as suas mãos não tinham forças para afastar quem tentava roubar-lhe o último suspiro.

A aflição fez com que tentasse gritar. Esforço que de nada adiantou, pois era abafado pelo tecido no seu rosto que além do ar, ia-lhe roubando as poucas forças que tinha.

Não era capaz de se defender. As mãos que tentaram afastar o que lhe colocavam no rosto, apenas uma delas tocou na mão de outra pessoa, mas logo começaram a fraquejar. A falta de ar ditava as últimas forças que lhe restavam, assim como se sentia a mergulhar novamente inconsciência.

Porém, desta vez, sabia que não acordaria.

Entretanto no corredor, perto do quarto onde se encontrava o professor havia a agitação de uma criança com longos cabelos encaracolados e que repetia incessantemente à mãe que queria visitar Levi, pois tinha acabado de ver alguém entrar no quarto.

– Não podemos entrar sem falar com os pais dele primeiro, por favor, Yara. – Pedia a mãe.

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A voz do rapaz ecoava no estúdio num timbre que era o deleite de quem escutava. Ninguém se atrevia a quebrar mais um momento em que ficavam literalmente enfeitiçados pelo timbre da voz e pela forma como com o rapaz tudo encaixava perfeitamente nos momentos certos. Sem exagerar, sem ser suave demais.

Na proporção certa e com isso, mesmo quem não estava diretamente ligado à gravação, parava para escutar mais uma vez, a nova estrela de Utopia. A mesma que já tinha os cartazes prontos e espalhados tanto online e segundo os cálculos de Helena dentro de poucos dias, conseguiria espalhar os mesmos por várias cidades não só país onde se encontrava como a nível internacional.

Era uma jogada ambiciosa, acreditar que a partir de um local como aquele conseguiria fazer com que o talento de Eren se tornasse conhecido. Porém, o rapaz já tinha afirmado mais do que uma vez que havia cláusulas que não eram passíveis de negociação.

Não obstante, a insistência do jovem artista em permanecer na cidade, não lhe passou despercebido que a reticência em abandonar aquele local teria diminuído. Imaginou que algo tivesse acontecido no hospital, mas Helena limitou-se a não fazer perguntas. Embora tenha notado que o moreno não recusou de caras, a hipótese de sair para alguma cidade vizinha, o que antes nem se podia falar. Isso significava que existia a possibilidade de o deslocar para outro sítio, de preferência outro país.

Em breve também o anúncio acerca do perfume estaria nos grandes ecrãs graças a um feedback mais do que positivo acerca do conteúdo. Inicialmente, tiveram dúvidas acerca de incluir um desconhecido na publicidade, mas saber que esse desconhecido na verdade era a nova estrela de Utopia e além disso, tendo em conta o resultado que tinham em mãos, perguntaram qual a disponibilidade de Eren para um contrato de longa duração. Queria incluí-lo em outros anúncios futuramente.

Sabia que assim que aquele anúncio chegasse aos ecrãs, receberiam propostas de outras marcas e para patrocinarem outras coisas. Ela sabia que não se tinha enganado. O moreno era sem dúvida um bem valioso.

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