Destinos Entrelaçados

Cíclico? (Parte 2)

– Hitch, espera! – Era visível o tremor na voz de Levi que fez Hitch parar de encarar Eren e olhar para ele com uma expressão que apenas indicava o quanto aquele tom de voz também a tinha irritado. Ela nunca imaginaria ver aquele homem tão afetado por aquilo.

– Vais implorar pela vida dele? A que ponto desceste. – Disse Hitch e o professor ao ver que Mikasa tentava aproximar-se, lançou-lhe um olhar em que pedia à jovem que não fizesse nada de que se pudesse arrepender depois. Ele sabia que ao mínimo movimento, qualquer motivo por pequeno que fosse, ela iria disparar e sem dúvida, o visado não seria ele. Seria Eren.

– Não faças isto. – Disse já de pé e agarrando o braço do moreno para que se mantivesse quieto ao seu lado. – Vais estragar a tua vida, não vais resolver nada disparando essa arma. Ouve, eu sei que não devia ter dito as coisas daquela forma da última vez que falámos. – Prosseguiu, dando um passo em frente e vendo que a arma continuava apontada na direção dele. – Estava de cabeça quente.

– Isso significa que...? – Podia detetar alguma esperança na voz dela.

– Não, não menti no essencial. Não menti quando disse que estava apaixonado por ele. – Falou ainda com a voz um pouco incerta. – Sei que mesmo assim, isso não me dá o direito de dizer as coisas que disse. Nunca tive em conta o que sentias por mim. É verdade, ignorei e descartei porque pensei que procurasses o mesmo que outras pessoas com quem estive. Viver aquele momento sem planos para o futuro. Não pensava que fosse magoar alguém com isso. Não pensei que fosse possível, mas sei que não é possível racionalizar as coisas quando estamos apaixonados por alguém. Inicialmente podes até ter concordado porque não sentias nada por mim além de gratidão pelo que aconteceu, mas com o tempo, eu devia ter notado. Devia ter lidado com a situação de outra forma em vez de ignorar. – Deu mais um passo. – Perdoa-me, Hitch. Nunca te quis magoar. Nunca quis que as coisas se desenrolassem desta forma.

– Deste-me esperanças. – Disse entre lágrimas. – Fizeste-me pensar que querias um futuro ao meu lado.

– Se tivesse concordado, nunca seria por amor. Seria porque os teus pais aprovavam e os meus também diziam ter nada contra e falavam com alguma frequência sobre não ser bom estar tão sozinho.

– O que mudou, Levi? – Perguntou chorosa.

– Apaixonei-me, Hitch. – Respondeu. – O que eu pensei que fosse impossível, aconteceu e não foi por ti. Repentinamente, ser conveniente para ti, para os teus pais ou os meus ou até mesmo aos olhos da sociedade deixou de fazer sentido. Não quero estar ao lado de alguém só por estar, sem uma razão forte e tu também não devias desejar algo assim para ti. Não serias feliz ao meu lado porque eu não te amaria como mereces, porque eu estaria a tirar o lugar a outra pessoa que podia estar na tua vida. – Estendeu a mão, tocando na arma.

– Eu queria que fosses tu, Levi... – Soluçou. – Porque é que não...? Salvaste a minha vida. Seria tudo tão certo.

– Não me arrependo do que fiz naquele dia e faria de novo, mas não sou quem te vai fazer feliz e eu quero que sejas feliz, Hitch. Por favor, vamos parar com esta loucura.

Se ao menos tivesse feito isso antes...

Em todas as vezes que Nanaba, Hanji e até mesmo Mike tentaram adverti-lo para os sentimentos de Hitch. Só que ele ignorou, não julgando que alguém fosse capaz de nutrir esse tipo de sentimentos por ele. Logo ele que deixava bem claro à partida o que pretendia cada vez que se encontrava com alguém. A sinceridade quanto a isso fez com que despedaçasse várias que tentaram declarar-se de um modo um tanto romântico para logo ouvirem em resposta que não havia qualquer sentimento da parte dele, apenas tesão caso fossem fisicamente atraentes do seu ponto de vista. Com isso, afastou várias e outras vieram porque procuravam o mesmo que ele.