Contra o tempo (1º parte)

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Os ocupantes da casa assistiram paralisados e sem se moverem como o homem desconhecido guiava Levi até um carro parado ali perto sem nunca afastar a lâmina do pescoço de Eren que mordia o próprio lábio para se manter em silêncio.

Contudo, assim que viram o carro sair do campo de visão, Annie olhou para a namorada, perguntando:

– Ele disse Irvin? O que tem o diretor da escola a ver com isto?

– Irvin? Foi isso que ele disse? – Quis saber Armin já com o telemóvel na mão.

– Sim, mas não entendo o porquê de ele falar nele num momento daqueles. Nós não devíamos falar com ele e sim chamar a polícia. – Confirmou Mikasa.

– E tentar convencê-los sem provas de que o banqueiro está há meses a tentar raptar o Eren? Boa sorte com isso. – Respondeu o loiro rispidamente, encostando o telemóvel ao ouvido.

– O que se passa aqui? Quem era aquele homem? – Perguntou Gunther.

– Que história é essa do banqueiro? – Perguntou Rute. – Devíamos chamar a polícia. O Eren e o professor Levi...

Os avós do moreno também pareciam atordoados com o que tinham presenciado e apenas o tom sério de Armin fez com que não ligassem para ninguém. Assim que os repreendeu por tentarem agir por conta própria, a chamada finalmente foi atendida.

– Diretor Irvin? Oiça... – Percebeu o tom agitado do outro lado. – Aconteceu alguma coisa? – Ouviu uma pergunta como resposta. – Não, não está connosco. Oiça, eu sei que isso é grave, mas preciso que responda a duas perguntas. O tal Kenny apareceu e o Levi falou o seu nome, isso tem significado? Sabe de alguma coisa?

Desde que Petra tinha ligado, referindo que não tinha conseguido entrar em contacto com o professor Levi, sendo que este deveria estar com o diretor, algumas perguntas ficaram a rondar na mente do jovem de olhos azuis. Com as perguntas vieram os vários cenários possíveis. Um deles apontava para que o professor não tivesse estado de facto na casa de Irvin ou tivesse usado a ida para a casa do diretor apenas como distração, mas que na verdade, teria estado em outro lugar. A razão? Essa permanecia uma incógnita.

No entanto, acreditava que fosse qual fosse a razão, Irvin sabia onde o professor tinha ido e possivelmente saberia como encontrá-lo se algo corresse mal. Esse era o seu segundo palpite, o que explicaria o porquê do professor ter referido o nome do amigo.

O que não esperava é que em vez de encontrar o mesmo homem concentrado e calmo, ouvisse o tom agitado e desorientado ao mesmo tempo que Riko do outro lado apenas confirmava as suas suspeitas. Ela também não fazia ideia de que Levi tinha saído para local incerto e desconhecia também a razão para isso.

Contudo, a razão pela qual a conversa estava a desenvolver-se com mais dificuldades devia-se ao desaparecimento de Hanji. De alguma forma, a professora tinha conseguido sair de casa sem que ninguém desse por isso.

– Preciso que me oiça! – Repetiu o loiro num tom mais áspero. – Se bem a conheço, a Hanji deve estar a ir para o local para o professor Levi foi levado ou já lá está por antecedência por isso, em vez de stressar por coisas que já não pode mudar, responda à minha pergunta: sabe como encontrar o professor Levi? – Ouviu silêncio do outro lado e olhando para Mikasa e Annie, prosseguiu. – Preciso que enviem mensagens aos nossos amigos e confirmem, onde estão todos. Em casa, no trabalho, é preciso confirmar.

As amigas anuíram e cada uma delas pegou no telemóvel para enviar mensagens.

Entretanto Armin escutou do outro lado da linha que o diretor Irvin pediu ao professor Levi que durante o passeio misterioso que fez, ligasse pelo menos uma vez a localização por GPS para que permitisse saber onde se encontrava.

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