Flashback
– São acusações e situações muito graves. – Afirmou Irvin assim que terminou de ouvir a explicação de Levi. – Mas agora entendo o porquê de teres aquelas reuniões com uma advogada de renome.
– Vais fazer o que te pedi?
– Não é especialmente difícil, Levi. Sabes muito bem que estou disposto a qualquer coisa pela Hanji. Só espero que ela não ofereça muita resistência quando concluir que vai ter que entrar no carro comigo.
– O Eren, o Armin e a Mikasa também vão por isso, não penso que seja tão difícil. O certo é que agora que te pus a par da situação, gostava que também fosses mais cauteloso contigo também. Evita fugir muito da rotina, frequentar locais pouco habituais.
– Preocupado, Levi?
– Está calado, sobrancelhas. O facto de estar a pedir-te este favor, não significa que tenha esquecido tudo o que aconteceu.
– Certo. – Sorriu um pouco. – Mas não me podes culpar por ficar contente que ainda queiras saber sobre o que pode acontecer comigo.
– Tch. – Revirou os olhos. – Falamos depois. Tenho aulas para dar. Há quem trabalhe por aqui. – Ouviu o diretor rir um pouco e antes de sair da sala. – Obrigado. – E sem esperar uma resposta, saiu.
Fim do Flashback
*_Irvin_*
Sabia perfeitamente que as coisas não regressariam ao que eram antes com tanta normalidade, ainda assim era um alívio ver que existia uma possibilidade de que ele não quisesse desfazer-se da nossa amizade. Apesar tudo, confiava em mim e essa foi a razão para me ter contado toda a história que envolvia o banqueiro, ainda que não tivesse entrado em muitos detalhes sobre o outro envolvido, Kenny.
Como era um nome que me soava familiar, uma pequena pesquisa esclareceu que se tratava de um perigoso fugitivo que há anos tinham dito que tinha morrido enquanto outros diziam que continuava em parte incerta. Saber que esse homem e o banqueiro eram aliados não me tranquilizava e teria que admitir que não temia somente pela segurança de Hanji, mas também do Levi que embora estivesse muito dedicado em manter todos seguros debaixo da sua vigilância, a verdade é que se negligenciava a ele próprio. Um bom exemplo disso foi dizer-me que se iria ausentar sem explicar a razão. Não quis dizer o que ia fazer ou sequer onde iria estar e portanto, para me assegurar de que não tinha acontecido nada, enviei-lhe uma mensagem algum tempo mais tarde. Ele respondeu, dizendo que não precisava de baby-sitter e minutos mais tarde, perguntou-me como tinha corrido as coisas.
Contei-lhe que graças a Eren, Armin e Mikasa, Hanji tinha aceitado a boleia que ofereci, mas optou por ficar no café Kitten, onde também me encontrava. Não trocávamos qualquer palavra, mas pelo menos ela ainda não tinha tentado fugir do café para evitar a minha companhia. Estávamos sentados com umas cadeiras de distância e Armin era quem tentava manter a conversa à mesa.
Levi avisou que iria demorar um pouco mais, pois precisava ver advogada Nanaba. A mesma teria sofrido um acidente, mas pediu que por enquanto não tocasse no assunto com ninguém, acima de tudo se Eren estivesse presente.
E por falar nele, teria que admitir que estava muito diferente do rapaz que me habituei a ver desde que chegou à escola, que me foi deixada pelo meu pai. A primeira vez que o conheci, estava claramente a passar por uma fase má em que nem os amigos conseguiam arrancar sorrisos dele. Discutia e optava por resolver qualquer problema com violência física ou verbal.
No entanto, sempre que o trazia para falar comigo, podia ver algo que ia além da raiva, frustração ou desinteresse pelas consequências. À minha frente esteve várias vezes também o adolescente sem perspetivas de futuro, sem vontade sequer de imaginar um dia melhor, alguém que parecia estar quebrado de tal modo que tais danos não seriam reparáveis.
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Destinos Entrelaçados
Fiksi PenggemarUniverso alternativo (Reencarnação) - Onde Levi é um professor que acaba de chegar a uma nova escola, atormentado por sonhos/lembranças de uma vida que o próprio não acredita ter vivido. Contudo, começa a questionar-se sobre a sua sanidade quando en...