Promessa

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O professor Levi tinha acabado de acordar devido a mais um daqueles sonhos vívidos, quando alguém bateu na porta. Concluiu de imediato que não era Hanji, pois esta entraria sem autorização e o Irvin ainda devia estar no décimo terceiro sono depois de ser drogado pela amiga. Portanto, afastou os lençóis e pressentiu que seria algum dos seus alunos com algum desejo de morte. Não havia uma boa razão para o incomodarem de madrugada e disso podia ter a certeza. Só conseguia imaginar que algum deles teria feito algum disparate e agora, estavam à procura de uma morte rápida.

A batida na porta repetiu-se e calçando os chinelos, o professor disse:

– Já vou.

Abriu a porta e surpreendeu-se ao ver Mikasa ao lado de um Armin com o rosto coberto de lágrimas. Ele tinha ficado responsável pela turma deles e a julgar pelo ar perturbado dos dois, algo de grave tinha acontecido.

– Professor Levi, precisamos voltar. – Mikasa foi a primeira a pronunciar-se.

– O que aconteceu? – Perguntou, olhando para o rapaz loiro que estava até a tremer.

– O meu...avô... – Conseguiu dizer entre soluços.

– O avô dele está no hospital e o senhor é o único que nos pode levar de volta para casa. Precisamos voltar. – Insistiu a rapariga de cabelos negros.

– Peguem nas vossas coisas. Vou pedir à receção que chamem um táxi. – Disse Levi e começou a arrumar as suas coisas. Ligou à receção e só depois passou pelo quarto de Hanji, que ao ver o ar um pouco mais agitado do amigo, deixou as brincadeiras de lado e perguntou se tinha acontecido algo de grave. Levi resumiu o ocorrido e pediu que quando Irvin acordasse, explicasse a situação, mas que não interrompesse o resto das férias por causa disso.

Quando chegou ao exterior da estância, além de Mikasa e Armin também estavam outros amigos que tentavam sobretudo dar algum apoio. Assim que o táxi chegou, os três apressaram-se a entrar e Levi deu indicações ao condutor para deixar o turismo para outra ocasião e usar a rota que os levasse o mais depressa possível para o destino que lhe tinha indicado.

Durante o caminho, Mikasa tentou entrar em contacto com o irmão e ao não conseguir, ligou a Annie e ao Jean para que não só soubessem o que se passava, mas também para avisar caso vissem o Eren.

– Talvez ainda esteja no hospital. – Comentou Levi no fim de mais uma chamada.

– Espero que sim. – Murmurou Mikasa que encostada a Armin, tentava tranquilizá-lo e dizer que tudo ia ficar bem. Não tinha certeza disso, mas só podia esperar pelo melhor.

Porém, ao chegarem ao hospital não havia qualquer sinal do rapaz de olhos verdes. Em vez disso, tiveram que esperar quase quarenta minutos até que um médico apareceu para explicar a situação. A cada palavra dita pelo doutor, Levi tinha a certeza de que o cenário era bem pior do que aquele que Eren tinha explicado ao amigo.

"É a única família que ele tem... ou melhor, que eles têm. Espero que o fato de ele não estar aqui não signifique que está a fazer algo que não devia".

– Desculpe, mas antes de chegarmos, não esteve aqui outra pessoa? Alguém que acompanhou o Sr. Arlert até ao hospital. – Explicou Mikasa que ainda segurava a mão do adolescente de cabelos loiros que deixava cair mais lágrimas.

– Ah sim, ele saiu já há bastante tempo. Estava um pouco alterado, mas penso que é normal tendo em conta a situação.

Antes que pudessem dizer ou perguntar mais alguma coisa. Duas figuras aproximaram-se do grupo. Annie e Jean chegaram e primeiro deram atenção ao estado amigo que não parava de chorar. Em seguida, a jovem de cabelos loiros lançou um olhar pouco amigável a Levi que não entendeu a razão daquilo.

Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora