Conexão

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Ao contrário da entrada no Colégio Rose, a saída e despedida não teve sequer um ar cabisbaixo. Pelo contrário, os alunos da escola visitante não escondiam a sua alegria e optavam sobretudo por ignorar os estudantes do colégio e concentrarem-se apenas nos seus festejos.

Irvin avisou no caminho de regresso que iriam passar por um pequeno restaurante para encontrar alguns professores e colegas e jantarem juntos. Os custos ficariam a cargo da escola e por isso, ninguém tinha qualquer desculpa para não comparecer ao jantar.

No restaurante encontraram-se com a professora Petra que estava acompanhada do seu grupo de amigos que felicitou os alunos. Diante dos amigos de Petra, um certo homem de cabelos negros teve a sensação de os conhecer há mais tempo e embora, nenhum deles tenha tido nada, também Auruo, Erd e Gunther tinham a mesma sensação.

Para surpresa de Eren, entre outros colegas estavam lá Annie e Jean. Claro que ele gostava mais da presença de um deles e dispensava claramente a outra, contrariamente a Armin que parecia bem contente por vê-lo.

Tantas eram as pessoas naquele pequeno restaurante que o espaço até parecia pequeno para tanta alegria, risos e conversas. No meio da confusão, Eren continuava a tentar apanhar algum olhar do professor Levi que parecia estar a evitá-lo de todas as formas possíveis. Não só a ele, mas tentava manter-se à margem dos festejos e Hanji também estranhava aquele comportamento. Mesmo que o amigo não fosse alguém muito sociável, não era normal que estivesse tão distante e silencioso naquele clima de festa em que alguns alunos tentaram incluí-lo sem sucesso.

– Já vais embora, Levi? Oh, por favor, fica pelos miúdos. Eles estão muito felizes pelo que fizeste por eles. – Murmurou Hanji, segurando no braço do amigo.

– Vou apanhar ar. – Respondeu. – Já volto. Sabes bem como me sinto em ambientes demasiado barulhentos.

A amiga assentiu e ficou mais descansada por ver que ainda estava a conseguir convencer o amigo a permanecer na festa.

A saída do professor não passou despercebida a Eren que tentava há algumas horas falar ou pelo menos ter algum sinal de que não estava a ser ignorado. Ao vê-lo sair depois de olhares insistentes que lhe lançou, optou por ir atrás dele sorrateiramente. Ia encher-se de coragem e falar sobre o abraço que lhe tinha dado e também sobre todos aqueles sentimentos que se tornavam cada vez mais difíceis de esconder. Não que os entendesse por completo, mas eram evidentes o suficiente para saber que queria estar com ele.

No exterior do café, encostado à parede com as mãos dentro dos bolsos perto de um banco que ficava em frente ao restaurante, lá estava o professor. O ar ausente que o caracterizara o resto da tarde após a prova, continuava presente. Portanto, demorou alguns instantes até se aperceber que havia alguém a observá-lo.

– O que estás a fazer aqui fora, Jaeger? – O ar quente que lhe saía da boca contrastava com as temperaturas gélidas do exterior. – Volta para dentro e diverte-te com os teus amigos.

– E tu vais ficar aqui fora?

A forma tão casual como o aluno se estava a dirigir a ele, fez com que Levi olhasse para o rapaz que também tinha as mãos nos bolsos.

– Jaeger, deram-te álcool lá dentro? Desde quando me tratas com tanta proximidade?

O jovem de olhos verdes riu.

– Há umas horas atrás chamaste-me Eren. Acho que também tenho direito de tratar-te de forma mais casual.

– Aquilo foi um deslize. – Respondeu o professor, voltando a observar o céu cinzento. – Deixa-me sozinho, Jaeger.

Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora