Destinos Entrelaçados

Regresso às aulas

– Sei que ainda é cedo, mon ange, mas devias ir saindo da cama. – Disse Catherine, antes de sair do quarto.

Era a segunda vez que vinha avisá-lo que estava a atrasar-se para ir às aulas. Não é que fosse fã de deixar a cama tão cedo, sobretudo com o frio que devia estar no exterior, mas naquela manhã havia um outro problema. Doía-lhe tudo. Absolutamente tudo da cintura para baixo fazia-o querer enrolar-se para sempre naquela cama e só acordar quando a dor tivesse passado.

Surgiu outra figura na porta e desta vez, tratava-se Armin que lançou um olhar desaprovador. Aproximou-se da cama e Eren cobriu-se novamente com os cobertores de onde não queria sair. Diante dessa cena, o amigo loiro sorriu de lado e logo o começou a atacar com as mãos, sabendo os locais onde o outro sentiria cócegas.

– Armin! – Riu outra vez. – Pára!

– Então, ordeno-te que saias dessa cama, Eren Jaeger! Caso contrário, as consequências serão terríveis! – Voltou a atacá-lo com as mãos e para escapar das cócegas, acabou por praticamente cair do lado oposto da cama. – Acordado?

– Foda-se...caralho... – Praguejava, tentando levantar do chão.

– Estás bem?

– Não... – Murmurou, procurando levantar com um mínimo de dignidade.

– Tens ar de quem foi fodido com força.

Ao escutar esse comentário, quase caiu outra vez, mas apoiou-se na cama para evitar que o que restava da dignidade se esvaísse.

– Não vamos ter esta conversa. – Disse Eren, endireitando-se e passando pelo amigo que continuou a observá-lo, até que uma pequena marca no fundo das costas chamou a sua atenção. Fora apenas por um breve instante enquanto o jovem de olhos verdes se espreguiçava e a camisa subiu ligeiramente. Consequentemente, movido pela curiosidade, Armin aproximou-se de um Eren distraído e puxou a camisa e um pouco das calças e dos boxers, fazendo com que este tentasse afastar-se de imediato.

– Oh meu Deus, ele bateu-te!

– Armin!

– Sabias que tens marcas deliciosas aí atrás? – Perguntou, vendo o amigo encostar-se à cama atrás dele. – Porque é que não me contaste o que aconteceu ontem? Deves ter...

– Nós definitivamente não vamos ter esta conversa!

– Então, deixa-me ver as marcas. – Pediu o loiro sob o olhar chocado do outro.

– Nem pensar!

– Vá lá, nem sabes o quanto eu queria... – Parou de falar ao ver o ar assustado de Eren na direção de alguém que devia estar atrás dele. O adolescente de olhos verdes ainda tentou ir ao encontro de Armin e antes que este pudesse olhar para trás, sentiu um golpe que o fez desequilibrar-se e cair na cama em cima de Eren. Os dois encararam-se surpresos e o loiro logo olhou para trás e viu Levi com um cinto na mão.

– Não sei se alguma vez disse, mas esclareço agora, não toques no que é meu, Armin.

Armin sentiu um nó na garganta, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de olhar para o cinto na mão do professor que continuava e olhar fixamente para ele. Tinha batido nele com o cinto.

– Isto é surreal, Eren! – Disse animado e traumatizando ainda mais o outro que olhava para incrédulo. – É assim que ele te trata?

– Armin, não dev...

– Ngh... – Outro golpe com o cinto e desta vez, Eren teve que desviar o olhar do amigo, pois claramente nenhum dos dois devia estar a gostar daquela situação.