Surpresa

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Depois de se despedirem do Sr. Arlert ao fim da tarde uma vez que quiseram aproveitar o horário das visitas até ao final, todos dividiram-se entre os carros de Jean e Bertholdt para irem até à casa do professor Levi.

Tinha sido uma surpresa geral ver que aquele homem pouco sociável oferecia a sua própria casa para passarem o Natal. Para os amigos de Eren, estarem juntos nessas épocas festivas tinha-se tornado um hábito, já que por razões pessoais, cada um deles estava impedido ou não queria estar com a sua família de sangue. Portanto, numa época dedicada à família e à união, a amizade que os ligava era um laço muito importante que não permitia que se sentissem sós.

Já por seu lado, Levi passava o Natal com os seus pais e em algumas ocasiões, a família de Hanji também os acompanhava. Ele preferia algo simples e calmo. Por conseguinte, não esperava aceitar a ideia absurda de levar alguns dos seus alunos e amigos deles para casa, mas eis que se encontrava precisamente nessa situação. Agora que refletia melhor sobre o assunto, concluía que precisava fazer algumas compras porque precisava alimentar um bando de adolescentes em fase de crescimento.

"Como é que me fui meter nisto?! Ah sim, aquela loira manipuladora levou a melhor sobre mim com um comentário estúpido sobre o Eren. Esse que também parece ter a mania de dormir com qualquer um que lhe dê uma almofada e uma cama", pensava cada vez mais irritado.

Assim que estacionaram os carros diante do prédio onde vivia o professor, este ouviu uma voz familiar.

Mon cher! (Meu querido/amor).

Levi virou de imediato o rosto na direção da voz e logo viu um sorriso brilhante. A mulher fechou a porta do carro e veio até ele com uma expressão que não deixou ninguém indiferente.

Maman? – Respondeu na sua língua nativa que fluía naturalmente quando a escutava.

"É francês?", perguntou-se Eren surpreso, "Se percebi... é a mãe dele? Sim, espero que seja, caso contrário está demasiado perto dele".

– Oh, graças a Deus que chegaste e estás bem. – Disse, afagando o rosto dele. – Estava tão preocupada. Por esta altura, já costumas ligar para combinar as coisas para o Natal e este ano...

– Desculpa. – Pediu, sorrindo um pouco ao ver que ela continuava a dar-lhe pequenas festinhas no rosto. – Tenho tido tanta coisa na minha cabeça que... eu sei que não é uma boa desculpa, mas prometo que não volta a acontecer.

A mulher de cabelos negros cacheados, olhos castanhos e vestida elegantemente, notou então os olhares curiosos dos jovens que pareciam surpresos por ver o professor com uma postura tão relaxada e até com um sorriso.

– Ah... – Armin foi o primeiro a tomar iniciativa. – Penso que o professor não teve tanto tempo por minha culpa. Ele esteve a ajudar-me a mim e aos meus amigos. Lamento se isso a preocupou.

– São os teus alunos, mon cher?

Oui... ah, sim. – Disse, corrigindo-se em seguida ao ver que os olhares curiosos retornavam ao ouvir o seu sotaque francês.

– Oh, que grupo tão simpático e adorável. – Disse sorridente ao ver que todos lhe sorriam, alguns um pouco envergonhados. – Prazer, sou a Catherine, a mãe do Levi. – Apresentou-se.

Uma perguntava pairava na cabeça de todos: Como é que alguém que parecia ser a reencarnação da simpatia e sociabilidade conseguia ser mãe de alguém para quem sorrir devia ser um mito? Fora isso, conseguiam ver as semelhanças entre os dois. Principalmente uma que Annie destacou num tom mais baixo para não atrair olhares mortais: o professor Levi e a mãe partilhavam a mesma altura. O que levou alguns deles a fazerem apostas sobre o pai dele que se encontrava no apartamento a arrumar os presentes e outras coisas que tinham trazido para passar o Natal.

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