Sinners

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Depois do quinto copo de cerveja, Levi teve que carregar o diretor da escola Maria para fora do bar quase à força. Irvin de uma pessoa civilizada e de conversa interessante passou a um muro de lamentações. Tudo por causa de uma pergunta inocente do professor que apenas quis servir-se das fracas aptidões sociais para fazer conversa. Infelizmente perguntar sobre a vida amorosa de Irvin levou a um consumo exagerado de álcool por parte deste que se queixava da sua solidão. Não conseguia manter relacionamentos e em alguns momentos de insanidade, chegou a perguntar a Levi se isso teria algo a ver com as suas sobrancelhas. Isso quase levou o professor e engasgar-se com o único copo que bebeu enquanto chegava à conclusão de que definitivamente, Irvin tinha bebido demais. Entre as várias confissões de um homem bêbado, estava uma que era sem dúvida a mais chocante de todas. Ele confessou estar apaixonado pela Hanji e pediu a ajuda de Levi para conquistá-la.

Perante essas palavras, o professor arrancou o copo das mãos de Irvin e disse que o álcool tinha acabado de devorar cérebro dele. Com palavras e gestos bruscos, arrastou o diretor para fora do bar e enfiou-o dentro do táxi, aconselhando-o a fechar a boca até estar sóbrio. O professor ainda tinha a esperança de que no dia seguinte, quem sabe, o diretor já nem se lembrasse daquela demência ou então dissesse que tinha sido apenas uma piada de mau gosto. Não que ele tivesse qualquer tipo de ciúme da colega e amiga, mas sabia que esta não tinha qualquer interesse em romances a sério. Ela gostava de sexo como passatempo e vivia para o trabalho. Já no caso de Irvin, este também vivia para o trabalho, mas confessou que gostava de ter uma família.

– Tch, só podia estar louco.

"Nem nos meus pesadelos mais criativos, consigo imaginar a Hanji como dona de casa com crianças e casada", concluiu em pensamento. Olhou para o relógio, confirmando que já não teria transportes públicos disponíveis e teria que procurar por outro táxi.

Caminhando pelas ruas mal iluminadas, adentrou numa em que além de haver um pouco mais de luz devido a um sinal luminoso, também havia duas pessoas que conversavam no exterior do que parecia ser outro bar. Isso seria sido completamente irrelevante, se não fosse quase uma da manhã e se uma dessas pessoas não fosse nada mais, nada menos do que Eren Jaeger que trocava palavras com uma jovem loira de cabelos curtos. Ela ajeitava a gola da sua camisa com um ar entediado enquanto ele parecia ouvir com atenção o que ela lhe dizia.

– Estás ótimo. Por favor, não estragues tudo, começando a ir na onda do Jean. Mantém-te afastado das bebidas ou do cigarro. – Dizia-lhe a rapariga que recuou alguns passos, observando-o. – Perfeito.

– Já disse que durante a semana não posso e nem faço nada disso. – Sorriu. – Annie temos casa cheia?

– Como sempre. – Confirmou. – Estão à tua espera. Vai lá e arrasa.

– Às ordens! – Brincou e entrou por uma das portas laterais do bar e nesse instante, os olhos azuis e frios dirigiram-se ao professor parado no meio da rua. Fechou o seu casaco de couro castanho e dirigiu-se ao homem que a examinava curioso. Ela parecia ter aproximadamente a idade de Eren.

– Aqui tem. – Estendeu-lhe um panfleto.

– Isto é... – Começou Levi, observando o que a rapariga lhe tinha entregado.

– Um convite para visitar o nosso bar "Sinners" (Pecadores). – Esclareceu. – Se entrar agora mesmo, tem direito a uma bebida durante o espetáculo da banda "Hunters". – Não esperando uma resposta, virou as costas e entrou no bar.

Levi olhou com mais atenção para o panfleto do bar "Sinners", onde além do nome havia uma lista de bebidas impressionantes. Embora o maior destaque fosse para a banda que parecia fazer espetáculos com frequência. Não era apresentada a imagem dos elementos, mas sim as suas sombras por detrás das letras "Hunters". Pelo que podia contar seriam cinco. O professor lembrava-se de ouvir uma conversa entre o Armin e o Eren sobre este último ter mais do que um trabalho.

Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora