Despertar

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– Então, deixem-me ver se eu percebi. – Falou Nanaba, pretendendo recapitular a discussão entre a equipa médica responsável pelo tratamento de Levi e o Dr. Jaeger auxiliado por Gunther que continuava a assegurar a comunicação. – Vocês sabiam que os rins e o fígado provavelmente estarim a funcionar novamente, mas optaram por omitir esses factos da família porque não acreditavam na recuperação dele.

– Nós não podíamos adivinhar que fosse acordar! Era impossível! Tudo indicava que se mantinha vivo apenas artificialmente.

– Era incorreto da nossa parte dar à família falsas esperanças.

– Falsas esperanças? – Indagou Riko incrédula.

– O incorreto aqui é declarar o óbito do paciente sem esgotar todas as possibilidades. – Afirmou Maximilian. – O que pensavam dizer à família quando desligassem as máquinas e ele respirasse por si mesmo?

– Ele não iria respirar sozinho. – Argumentou outro profissional de saúde. – Ele não estava à respirar sozinho até àquele momento.

– Espero que tenham um bom advogado. – Comentou Nanaba.

– Vai processar-nos por ter curado o paciente?!

– Ocultaram informação importante sobre o estado de saúde do paciente e o vosso desleixe em não esgotar todas as possibilidades, prolongou o sofrimento de uma família a quem só davam notícias erradas, pois nem sequer tentavam confirmar se não havia mesmo mais nada que pudessem fazer. – Falou Maximilian.

– Exato. – Concordou Riko. – Se fosse a vocês, procurava um bom advogado.

No fim daquela reunião, Gunther pediu para ser dispensado, pois precisava ir a casa e descansar. Maximilian agradeceu todo o trabalho e dedicação do intérprete que se surpreendeu com o pagamento mais uma vez, pois era uma quantia bem mais elevada do que o acordado previamente. O médico insistiu para que sempre que precisasse dos serviços de interpretação, entraria em contacto com ele. Gunther agradeceu e deixou o hospital acompanhado por Maximilian que também afirmou precisar de descanso.

Nanaba agradeceu e Riko teria ficado com a amiga, se não tivesse visto Mike a aguardar o momento certo para falar com a mulher sentada na cadeira de rodas.

– Acho que já tens boleia para casa. – Comentou Riko, afastando-se.

Mike aproximou-se da advogada e suspirou.

– Não podias ter esperado um pouco mais antes de apareceres quando vejo que ainda não estás recuperada?

– Não estás contente em me ver? – Brincou.

– Sabes bem que isso não é verdade. – Respondeu num tom mais sério.

– Mike, estou bem. – Disse com um sorriso. – Os meus ossos estão intactos e fora isso, apenas preciso de fisioterapia para recuperar os movimentos dos músculos. Só que já sabes como sou, não podia continuar numa cama, estando acordada e olha que o Dr. Jaeger foi bem chato com isso.

– Imagino que o tenha sido por alguma razão. – Comentou, olhou para o relógio. – O meu turno já acabou de qualquer das formas. Vou levar-te a casa.

– E vais deixar-me sozinha e indefesa? – Brincou novamente.

Mike riu ligeiramente, abanando a cabeça.

– Bom, estava a pensar em ficar por perto para assegurar-me que realmente ficas em casa a repousar.

Nanaba sorriu.

– Prometo que vou tentar comportar-me, mas devias ficar por perto apenas para termos a certeza.

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