Recuperação (2º parte)

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– Os avós do Sargento já foram embora? – Perguntava Jean, aguardando que tanto Eren como Levi aparecessem, visto que estavam à espera dos dois diante do prédio, onde o professor atualmente vivia com os pais. Esses a quem o homem de cabelos negros tentava convencer que não precisavam de continuar a vigiá-lo tão atentamente.

Não era nada contra a presença dos pais, mas notava-os bem cansados dado que mesmo fora do hospital, continuavam a preocupar-se, na sua opinião, excessivamente.

Contudo, já se julgava capaz de poder ficar em casa sozinho depois das sessões de fisioterapia, embora ainda não estivesse apto para conduzir novamente por mais algum tempo e por isso, tarefas como por exemplo, ir ao supermercado além de não poder ir sozinho, nem ao menos podia conduzir o próprio carro.

– O destino era Austrália pelo que ouvi dizer. Algo que adiaram depois de saberem o que aconteceu, mas os avós dele são bem liberais. Acho que já perceberam que o neto está a tentar ganhar novamente alguma independência. – Respondeu Armin com um livro nas mãos.

– Acho que no fundo, ele também queria que a Catherine e o Santiago voltassem para casa. – Comentou Jean.

– Ouvi dizer que vão esta semana por insistência do professor. – Respondeu o loiro. – Não discordo da independência, mas imagino que seja frustrante querer montar o Eren ou vice-versa e não poderem porque é praticamente impossível limitar o ruído.

– Esse anda de volta à mão dele e isso nota-se até nos ensaios. Dizem que está pior que uma adolescente com menstruação. – Falou e o namorado riu. – A sério, Armin... ele está com um grave problema de frustração sexual acumulada e acho que não é apenas pelo pouco tempo a sós que têm.

– Não, ele disse-me. Ok não disse diretamente, mas acho que está com saudades da agressividade e dominância do professor. – Comentou ainda sem tirar os olhos do livro.

– Ultimamente noto que às vezes o Sargento tem aqueles momentos de olhar do submundo.

– Olhar do submundo? – Repetiu o loiro com vontade de rir.

– Não te lembras? – Questionou. – A Helena ligou porque queria passar um recado ao idiota que deixou o telemóvel descarregado e como não era algo que devesse falar em voz alta na presença de outras pessoas, segredei-lhe. Juro que ainda agora me arrepio quando me lembro da forma como o Sargento olhou para mim.

Armin riu novamente.

– Não te rias, Armin. Pensei que ele fosse atacar-me mal virasse as costas e o assustador é que tão depressa vi aquele olhar, como sorriu para o idiota do Eren.

– Acho que estás a ficar paranoico.

– Paranoico o caralho, Armin. Ele está a ficar novamente com aqueles ciúmes assustadores. Acho que a memória e personalidade dele estão a "melhorar" e tenho medo porque apesar de tudo, continua a aceitar flores. Imagina que tem uma espécie de "clique" e eu estou sozinho na sala com ele quando se lembrar de tudo. – Armin revirava os olhos e ria. – Isto é sério, eu posso ser a primeira vítima ou o Eren, mas esse já anda a pedir para morrer há muito tempo.

– Pronto, deixa os "olhares do submundo" e outras coisas de lado, porque os dois estão a sair agora. – Falou o loiro, olhando para a entrada do prédio e vendo Eren sair de mãos dadas com Levi que seguia ao seu lado com um ar relaxado. – Oh, diz-me que não são feitos um para o outro.

– Sim, almas gémeas. – Ironizou Jean. – A sério, quero que repares na aura do Imperador das Trevas quando falar com o Eren.

Armin riu novamente e acenou ao amigo e professor.

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