Caçadores

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Um galpão pegou fogo, algumas armas foram roubadas, o que restou queimou, os caçadores que lá estavam morreram e o mais importante, os bestiários antigos queimaram no cofre, o caçador responsável por essa área ficou sabendo no dia seguinte, eram sete e meia da manhã, ele estava no escritório, um caçador entra repentinamente gritando.
Caçador: tenente trago péssimas notícias!! Grita batendo continência.
?????: não grita sem motivo porra. Resmungou lentamente.
Caçador: perdão senhor Paulo.
Paulo: o que houve? Fala ajeitando a farda.
Caçador: não conseguimos falar com o galpão três.
Paulo: hum...?
De repente outro caçador chega gritando.
Caçador 2: nosso galpão número três foi incendiado senhor! Os soldados morreram, as armas e os livros queimaram também. Fala engolindo seco.
Paulo: queimaram? Queimaram!? Grita jogando a mesa no teto e o quebrando.
Caçador 2: s... senhor? Quais são suas ordens? Fala com medo.
Paulo: mantenham isso na encolha.
Caçador 1: mas isso é algo que deve ser reportado a um superior.
Paulo: quem manda nessa merda aqui sou eu! Impõe irritado.
Caçador 2: mas o Coronel...
Paulo: ele não pode saber de nada, aquele velho vai querer se meter nisso e eu não vou poder fazer nada, fiquem em silêncio, eu mesmo vou cuidar disso. Diz saindo irritado.
Paulo Venandi media 1,64 m, apesar de não ser alto, era bem musculoso tinha a tatuagem do símbolo dos caçadores no ombro, cabelos pretos desarrumados e barba por fazer, sempre com roupas pesadas, botas de couro com cano longo, calças na cor marrom e uma jaqueta verde escura usava sempre aberta com camisa branca por baixo, na lateral do pescoço até o peito ele tinha cicatrizes feitas pelas garras de um lobisomem, seu soldado de confiança era Carlos o sub-tenente, era um pouco mais alto que o tenente, media 1,70 m, era magro, usava cavanhaque, calça jeans e camisa preta, sua tatuagem era nas costelas do lado esquerdo.
Carlos: já soube do galpão eu suponho.
Paulo: nem me lembre. Diz irritado.
Carlos: você não reportou ao velho não foi?
Paulo: você me conhece mesmo.
Carlos: vamos ver isso com os sargentos. Diz sugestivo.
Paulo: não, vamos resolver isso só eu e você.
Enquanto caminhavam um menino que deveria ter no máximo 6 anos corria rindo enquanto sua mãe o pedia pra ir devagar.
Menino: esse lanche tá tão bom mamãe. Diz correndo e comendo um sanduíche.
Mãe: vai devagar meu filho, vai acabar caindo.
Enquanto corria o menino esbarrou na perna do tenente e cai no chão, a calça foi toda suja por molho de tomate, Paulo olhava fixo para o menino, a mãe correu para interceder pelo filho.
Mulher: ele é só uma criança, perdoa ele. Suplica abraçando o filho.
O caçador estendeu a mão, os dois fecharam os olhos com medo, mas ele apenas acaricia o cabelo do menino, tira uma nota alta de dinheiro e lhe entrega.
Paulo: desculpa aí baixinho, minha calça mal criada comeu seu lanche, vai lá e compre vários pra você e sua mãe. Diz sorrindo.
O menino pegou o dinheiro confuso, os caçadores se afastaram.
Mãe: muito obrigada tenente Paulo.
Ele apenas levanta a mão sinalizando que ouviu.
Carlos: mata e destroça monstros, mas é gentil com crianças.
Paulo: demorou dez anos para que nosso clã tivesse o próprio território, são todos cientes do sobrenatural, alguns se tornam caçadores outros apenas civis e meu dever é proteger todos da minha região.
Carlos: responsável. Diz rindo.
Paulo: se fuder. Responde rindo também.
Carlos: falando no velho, faz tempo que ele não aparece.
Paulo: melhor assim, aquele coroa é louco e também vive roubando missões.
Carlos: tem gente que compara vocês dois, se você fosse mais alto. Diz zombando.
Paulo: vai pro caralho. Diz apontando o dedo do meio.
Eles vão até um pequeno prédio, lá estavam vinte de seus cento e quarenta caçadores, alguns usavam trajes completamente formais, outros usavam apenas a jaqueta, se sentavam em uma mesa retangular comprida, na cabeceira estava a cadeira do tenente.
Paulo: queimaram nosso depósito, perdemos alguns livros e cartazes de criminosos de alto nível, vamos resolver isso.
Caçador: como lobos idiotas fizeram isso?
Paulo: se fossem idiotas não teriam feito isso, respeite o adversário ou vai ser dar mal. Adverte sério.
Carlos: o galpão três foi o atacado, devemos concluir que atacarão os outros dois também.
Paulo: não sabemos qual será o próximo alvo e nem quando será atacado.
Caçador 2: o que faremos tenente?
Paulo: aumentaremos a guarda, tinham quinze guardando o número três, vou colocar vinte e cinco nos outros dois, armas nível três, e eu pessoalmente vou estar na guarda do galpão um.
Caçador 1: o tenente irá? Não precisa se ocupar com isso senhor, pode deixar que resolveremos isso. Fala confiante.
Paulo: eu deixei e olha a merda que deu, eu irei e o maldito pulguento que fez essa merda vai pagar com a vida!! Grita irritado.
Todos dispersaram as ordens de Paulo, sua unidade era a b-2, seus caçadores eram conhecidos por serem rebeldes e teimosos, no entanto Paulo se dava muito bem com eles, visto que ele era pior, um ou outro era sensato, mas a maioria era rebelde, Paulo seguia a própria idéia de caça e fazia seus homens respeitarem isso, mesmo que fosse necessário o uso da força.
Já no almoço ele se sentou sozinho em uma mesa, seus homens eram barulhentos e espontâneos, riam e bebiam, perto da mesa dele havia uma dupla de caçadores, um novato e um sargento, eles falavam sobre caçadas.
Novato: matou mesmo aquele lobo?
Sargento: claro que matei, lobo bom é lobo morto.
Paulo: é assim é? Diz pondo a mão no ombro do sargento.
Sargento: tenente!? Eu só...
Paulo: só estava falando merda, cai fora! Diz jogando o sargento do outro lado do refeitório.
Novato: tenente Paulo Venandi! Fala assustado.
Paulo: se você concorda com aquele lixo então pede transferência, não terei filhos da puta na minha unidade. Fala sério.
Novato: comecei faz pouco tempo, não sei bem o que seguir, lobos são monstros assassinos não?
Paulo: alguns são mesmo, mas não são todos, a maioria vive em paz, tem família, mãe, pai e filhos, você mataria um pai de família só por não ser da mesma raça que você?
Novato: n... Não senhor.
Paulo: mate quem tem que morrer e poupe quem merece viver, é só uma dica não uma ordem, sigo a caçada sensata, mas existe a caçada absoluta também, esses são loucos por sangue.
Novato: seguirei o senhor tenente. Fala com firmeza.
Paulo: faz bem. Diz se afastando da mesa.
A tarde Carlos dava instruções para os novatos, eram dez cadetes.
Carlos: aqui é a b-2, não é para os fracos, vou começar falando sobre a fera mais comum que enfrentamos, alguém sabe?
Cadete 1: lobisomens. Diz levantando a mão.
Carlos: exato, existem três classificações oficiais, ômegas, betas e alphas. A diferença? O nível de poder.
Cadete 2: como reconhecer eles?
Carlos: " como reconhecer eles"? Pelos olhos, ômegas olhos dourados, betas azuis e alphas rubros.
Cadete 3: o senhor disse oficialmente, não oficialmente existe outra classificação?
Carlos: bem observado, existem aqueles que estão no topo, os mais poderosos, são esses os Grandes Alphas, seus poderes vão muito além de um lobo comum, alguns podem te derrubar sem se quer se mexer.
Cadete 3: quantos são por alcatéia? 100?
Carlos: tá doido? Pelo Branco tinha seis mil lobos quando morreu e não era seu máximo, a menor alcatéia próxima é da filha de Artemis, são três mil lobas e crescendo. Fala rindo.
Cadete 1: quando vamos lutar?
Carlos: não agora, vocês são iniciantes, talvez possam lidar com um ômega se estiverem bem armados, se for um beta corram, mas se for um alpha rezem. Diz amedrontador.
Cadete 2: eles tem muitas formas?
Carlos: tem cinco, alguém pode me dizer uma?
Cadete 3: humana?
Carlos: sim, nessa forma é impossível reconhecer um lobo, tem a glabro, essa é a mais fraca porém é mais fácil de controlar, crinos, essa é foda de lidar, fortes pra caralho, alphas bem treinados a usam facilmente, hispo essa é a pior, combina perfeitamente a força, velocidade, sentidos e cura, é preferível encontrar o próprio diabo a encontrar um hispo e por último a lupina, a mais fraca fisicamente, a segunda mais rápida, porém tem os melhores sentidos e cura.
Cadete 2: eles realmente morrem com prata?
Carlos: morrem até com armas comuns, mas é muito difícil de fazer, prata pra eles é mortal, mas não é tóxica, seja arma branca ou de fogo, um ferimento de prata sempre marca, no entanto nem sempre é mortal, já ouvi relatos de lobos que foram alvejados por balas de prata e não morreram, tem o acônito também, tem de vários tipos, azul, rubro, branco, amarelo, preto.
Cadete 1: o que cada um faz?
Carlos: azul é simplesmente venenoso, rubro faz os lobos perderem todos os poderes, branco cega, amarelo trava eles na transformação em que estão por um tempo, o preto é o mais efetivo, seu efeito é duplo, ataca o coração, algo semelhante a um enfarte e o outro efeito é de calor extremo até os ossos.
Cadete 3: por que não usar apenas o rubro e erradicar essa raça maldita?
Carlos: por que fazer isso? Você tem família garoto?
Cadete 3: sim senhor. Fala confuso.
Carlos: pai e mãe né? Talvez um irmão ou irmã, saiba que esses tais "monstros" também tem, nem todos são assassinos, existem dois tipos de caçada, a sensata e a absoluta, absoluta tem como lema "lobo bom é lobo morto", sensata tem como lema "caçamos quem merece ser caçado", o tenente Paulo odeia os caçadores absolutos, se querem seguir essa muito bem, mas saiam dessa unidade. Fala sério.
Cadete 1: ele pode fazer o que quiser? Pergunta desafiando.
Carlos: quem vai impedir? Você?
Cadete 1: um superior.
Carlos: como se ele ligasse para os superiores, além disso, nem mesmo o General põe as mãos nele e vão por mim não vão querer conhecer o motivo disto. Dispensados.
Saindo da sala ele encontra com Paulo bebendo no cantil dele do outro lado da rua.
Carlos: bebendo em serviço é?
Paulo: toma aí. Diz estendendo o cantil.
Carlos: tequila boa.
Paulo: algum absolutista?
Carlos: um ou dois, mas já mandei pastar.
Paulo: ótimo, não quero nenhum lunático aqui, ia ser bom se eles não existissem.
Carlos: alcança o posto de General, aí você põe ordem em tudo.
Paulo: acha que algum General me mudaria?
Carlos: não.
Paulo: pois é, não importa a patente, haverão aqueles que não concordam com você, é torcer para a evolução do pensamento de certos caçadores.
Carlos: o tempo dirá, pra onde vai agora?
Paulo: vou montar guarda alternada nos galpões, cada dia em um, quero ver agora.
Carlos: mudando de assunto, soube dos massacres que ocorreram pela região centro- este?
Paulo: krieghunds? Eu soube, locais e maneiras aleatórias, eu mesmo não sei dizer o que está acontecendo.
Carlos: isso me deixou preocupado.
Paulo: eu também, mas vamos nos concentrar aqui por enquanto.
Se passou um mês, a cada dia o tenente mudava de posto, nada acontecia, ele começou a duvidar da capacidade dos lobos, até que em uma noite ele estava guardando o galpão um, no entanto depois de algumas horas eles perderam o contato com o galpão dois, ele ligou sua moto era uma Harley-Davidson Sportster Iron 883 Guerilla e foi em direção ao outro galpão.
Chegou tarde demais, o galpão já queimava, no entanto ele avistou quatro homens correndo, só podiam ser os incendiários, ele saltou sob o mais alto deles e o derrubou, este deveria ser o líder já que os outros três obedeceram a ordem dele.
Lobo: cai dentro baixinho. Diz sacando as garras.
Paulo: vamos sim rapaz, vamos lá. Diz puxando uma enorme faca.
Um dos companheiros dele tentou intervir, mas o líder negou em um grito.
Lobo: temos uma regra, vão.
Os três ficaram imóveis, os mais velhos ficaram imóveis, mas se movem com outro grito do líder.
Lobo: VÃO LOGO!!!! grita partindo para um ataque.

Continua...

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