Astros no auge

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Os três irmãos iriam fazer a cerimônia do reencontro deles, todos se posicionam, seriam quatro lutas, a primeira seria ao antigo estilo, apenas lutas, a segunda seria no estilo selvagem, a terceira seria com espadas em punho e a última seria livre, mas assim que iam começar, Connor os interrompe.
Connor: por que fazer disputas com regras que já deixam explícito quem vai ganhar? Pulem logo pra luta de verdade! Fala inspirando ânimo e pressa.
Os irmãos se olham enquanto ouvem latidos, gritos e assovios, seus sorrisos eram confiantes.
Ryan: e aí? Vamos pra luta de verdade? Fala entre enormes presas.
Kaique: por mim tudo bem. Fala confiante e sacando a espada.
Hiure: vou no meu estilo desde o início de qualquer jeito. Fala armando a guarda.
Eles se olham e de repente eles avançam rápidos e ferozes, mas todos tem suas investidas bloqueadas uma pelo outro, eles entram em empasse e então se soltam num pulo para trás, o Sabre investe contra Perseguidor, que com sua nova agilidade e mobilidade consegue se esquivar e tentar acertar um chute, mas seu golpe é frustrado, Pelo Negro ataca o espadachim que se esquiva como foi ensinado em Roma, até que ele desfere golpes com a gladius, mas o lutador bloqueia o punho do irmão e eles entram em disputa, rápido eles se soltam e começam uma troca de golpes, eles se esquivam até que seus rostos se viram para os lados, ao se olharem tinham ferimentos, um corte profundo atingiu o rosto do lutador que também acertou um poderoso soco que fez o nariz e boca do espadachim sangrarem, mas para a surpresa de ambos, Ryan salta no meio dos dois e os atinge, Pelo Negro com um pontapé para trás e Sabre com um chute giratório no rosto, o caçador então parte para o irmão caçula e o atinge com sua canela, o golpe faz o lobo ficar zonzo, o lobo atingido logo recobra os sentidos e olha surpreso para o irmão que o chutou.
Pelo Negro: chutes? O lance de artes marciais não era o meu estilo?
Perseguidor: só uma pequena adição, espero que não se importe.
O lutador então avança em troca de golpe até que suas garras atingem as costelas do seu irmão mais velho.
Perseguidor: fala de mim, mas o lance das garras é meu lance.
Pelo Negro: uma mínima adição mano. Responde provocando.
Um grito de batalha surge e Kaique atropela os dois, Hiure tenta avançar com golpes firmes, ele arma soco e mira, mas assim que seu golpe é desferido ele prevê o que aconteceria e pula pra trás.
Kaique: seus instintos de luta continuam afiados, sabia que eu cortaria seus braços fora né?
Hiure: essa foi por pouco.
Ryan avança contra o irmão do meio, suas garras iam na direção do rosto dele, assim como a espada do Sabre, ambos esquivam por pouco, levando leves cortes no rosto os fazendo rir, Pelo Negro surge e chuta as costas do Perseguidor, em seguida ele desfere um chute no joelho do espadachim que teve uma fratura, mas o caçador crava suas presas no ombro do lutador e o cão lobo fraturado o apunhala no abdômen.
Perseguidor: não pegou muito leve?
Sabre: acha que no peito seria melhor?
Pelo Negro: dá pra pararem de falar enquanto tem uma espada na minha barriga?
A lâmina é retirada e o mais velho joga o caçula longe só com a força da mandíbula, ambos vão pra cima do lobo ferido que rapidamente se levanta e se defende, apesar dos novos goples marciais, Perseguidor não era páreo pro caçula que o atinge com um cruzado de esquerda e um golpe de garra nas costelas, o mais velho até tenta continuar, seu soco ia no abdômen do Pelo Negro, mas o mesmo o captura.
Pelo Negro: que foi mano? Não vai vencer assim. Fala arrogante.
O lutador não solta o punho do irmão e lhe aplica uma joelhada no queixo o atordoando, mas de repente um corte no peito faz o caçula rachar, o sangue escorreu na hora e a lâmina de Sabre pingava, eles vão pra cima, mas os golpes do cão lobo eram inéditos e levemente mistos, Pelo Negro pensa ter visto uma abertura e avança, mas era uma armadilha e Sabre o corta novamente no peito, em seguida foi a articulação do antebraço, o caçula então saca as garras e as investe, a lâmina do irmão cortam sua mão, mas o caçula segura a espada e desfere um pontapé no estômago do irmão que é jogado pra longe, logo os dois se levantam e novamente eles estavam num círculo, eles se olham e sorriem alegres num abraço forte.
Connor: gostei de ver que melhoraram, eu os conheci como prodígios, mas vocês retornarão ao Brasil como ídolos. Fala sendo verdadeiro.
Ryan: tivemos um bom professor. Fala orgulhoso.
Kaique: o melhor do mundo, valeu velho.
Connor: não me agradeçam, vocês ainda tem um mês aqui na Rússia, vão dar duro ouviram?
Hiure; sim senhor.
O caçula então mostrou e explicou tudo o que era necessário e ele apresenta aos capitães da base, Hiure então sai e vai falar com Natasha.
Hiure: vai correr agora?
Natasha: que tal fazer algo diferente?
Hiure: tipo?
Nat: ursos, tem centenas deles aqui, dois deles devem dar pra alimentar a tropa toda.
Hiure: sem se transformar?
Nat: prometo.
Kaique e Ryan ouvem a conversa e ficam surpresos com o desenrolar de tudo.
Raya: que doidera mano, eles treinam juntos? Se a nanica descobrir...
Kaique: é só treino, não tem nada demais, viu como ela nos tratou? Deve ser a mesma coisa com ele.
Ivan: não é bem assim.
Kaique: o que?
Ivan: não é da minha conta, mas todos os dias de treino se consistia em descer e subir a montanha com troncos de quase uma tonelada, usando apenas peças íntimas.
Ryan: nem fudendo, agora mesmo que vamos ficar quietos, se Valquiria sonhar com isso ela arranca o pau dele na faca cega.
Kaique: ele viu aquele mulherão só de íntima? Que merda sortudo, quem me dera.
O capitão então se irrita e desfere um soco na direção das costas do cão lobo distraído, mas o mesmo bloqueia num giro fazendo seu cotovelo atingir o antebraço do russo e em seguida lhe dando uma rasteira, o cão russo cai pesadamente no chão fazendo todos olharem na direção dele.
Kaique: foi reflexo, não se deve atacar um dos Astros desse jeito, eu poderia ter usado isto. Fala sacando as garras.
O brasileiro ajuda o russo a se levantar, Ryan treinava esquiva com dois espadachins de lá, logo eles dois começam a treinar juntos.
Ryan: qual será a relação de Hiure com a tal Natasha? Fala numa troca de golpes.
Kaique: acho que só amizade mesmo, ele não iria se engraçar com outra se não Maria. Fala em esquivas.
Ryan: tem razão, mas sei lá, não dá pra mandar no coração.
Kaique: é mesmo. Fala levemente pensativo.
Treinaram a tarde toda, a noite eles vão para o quarto deles, foram realocados para um cômodo maior que desse para os três dividirem sem problemas.
Ryan: legal um quarto para os três, dá pra falar merda até de madrugada. Fala rindo.
Hiure: tem razão, e aí? O que acham do lugar?
Kaique: não é tão foda quando Roma, mas é um diferente bom, lembra um pouco o acampamento.
Hiure: bem pouco né? Os cães estão tratando vocês na moral? Se não eu falo com a Nat.
Ryan: vai com calma, tá tudo de boa, não precisa ficar incomodando a general com isso.
Hiure: general? Faz favor, ela só estava se impondo, a Nat é assim mesmo, ela tentou me matar quando nos vimos pela primeira vez. Fala rindo da lembrança.
Kaique: o porra.
Hiure: eu tinha acabado de cair de porrada com um urso e um yeti daqueles.
Ryan: grande coisa. Zomba.
Hiure: eu não me transformei. Se explica rápido.
Kaique: tá, você tem um ponto.
Hiure: aí logo depois disso, seis malucos saltam daqui de cima e caem de porrada comigo, eu quebrei tudo, mas ai ela desceu e o pau comeu solto, minha mão foi atravessada e eu quase acertei ela com um soco, mas notei que era mulher e parei.
Ryan: caralho, mulher virada a porra.
Kaique: é uma fera, mas como ela passou dessa fera pra melhor amiga sua, vocês ficam quase nus na frente um do outro.
Hiure: primeiro que nudez não é novidade pra um licantropo, segundo que ela se enganou comigo.
Ryan: em que?
Hiure: ela achou que eu era um "pretendente", achou que o pai dela me trouxe pra ter alguma coisa com ela, mas aí eu falei de Maria e Ítalo, então ficamos amigos.
Ryan: então basta não querer ela?
Hiure: isso.
Ryan então abre uma gargalhada forte e Kaique finge não entender.
Ryan: se fudeu branquelo, se fudeu!!! Grita apontando para o irmão.
Hiure: que foi?
Kaique: drogas, nosso irmão tá cheirando aconito com pó de prata.
Ryan: seu kú! Esse aí já tava querendo se engraçar pro lado da loira brava.
Hiure: tá maluco? Ela corta sua cabeça fora e não tô falando da de cima.
Kaique: ela é gostosa pra cacete, me ajuda aí nanico.
Hiure: pra começar, nanico é seu pau que já já ela vai cortar e em segundo, se eu inventar de falar algo, ela perde a confiança em mim, então não.
Ryan: ele tá certo cara, pode dar merda pra ele.
Kaique: tá certo, eu vou ficar na minha, tem loba brasileira pra caralho em casa. Fala se tentando se convencer.
No dia seguinte, Pelo Negro ia fazer um treino diferente, iria fazer combate múltiplo contra mais de um oponente o dia todo, treinando assim sua resistência, Kaique acordou um pouco mais tarde, apanhou sua espada e foi treinar, duelou um pouco, mas logo decide ir pro saco de pancadas, o mesmo era preso por cima e por baixo, feito de material resistente e pesado, seus esmurros eram extremamente fortes, batia de forma que as correntes eram forçadas, sozinho na sala ele estava, apenas ele e o saco, até que uma voz interrompe seus pensamentos.
Natasha: a maioria dos espadachins treinaria com a lâmina.
Kaique: eu não sou a maioria, além disso, não basta apenas saber cortar, tenho que me virar no mano a mano também.
Natasha: tô sabendo, mas e aí? Prefere continuar batendo num saco ou tentar a sorte comigo? Fala retirando a parte superior da farda.
Kaique fica sem entender o sentido do que ela havia lhe digo e fica com cara de confuso.
Natasha: estou falando de uma luta. Fala notando a confusão.
Kaique: também serve.
Eles vão ao centro do tatame, eles circulam, ela mantinha a guarda fechada e ele tinha uma guarda um pouco relaxada, a general arma um cruzado e solta, mas o cão lobo captura seu punho facilmente.
Sabre: está mostrando seu golpe, seja mais discreta. Fala em concelho.
Natasha: discreta né? Beleza. Fala se afastando novamente.
Ela arma a guarda e desfere um chute giratório na direção do rosto do cão lobo que segura seu pé e a derruba de bruços, ele então a imobiliza lá braços dela os segurando contra as costas da mesma.
Natasha: muito bom. Fala olhando para trás.
Kaique: devia ver quando eu me esforço. Fala se aproximando do rosto dela.
Natasha: arrogante, que tal uma aposta? Sem ninguém saber.
Kaique: que papo é esse?
Natasha: se eu sair da imobilização eu peço o que eu quiser e quando quiser, se não o mesmo vale pra você.
Kaique: feito. Fala apertando ainda mais.
Em facilidade ela se solta e o joga contra a parede, o cão lobo se choca com violência e ele cai de joelhos, ele no chão ergue a cabeça para ver a general sorrindo e rindo arrogante.
Natasha: não imaginei que seria tão fácil assim, você e seu irmão caçula tem uma arrogância compartilhada, mas ele me conhece, você por outro lado.
Kaique: e o que você vai querer? Pergunta se levantando.
Natasha: ainda não decidi, vou ver no que vou te transformar, talvez um cão de guarda. Fala pensativa e saindo.
A mão do Sabre a segura pelo braço a impedindo de se afastar mais.
Kaique: não sou cão de guarda de ninguém, fala o que você quer, anda!
Natasha: você não exige nada, caiu nessa porquê quis, agora aguenta as consequências. Fala soltando seu braço.
Ela deixa a sala e a fúria do cão lobo toma sua face e suas presas e olhos de alpha surgem num rugido, mas o que foi feito já estava feito, ele se contém e sai da sala, a noite cai junto da temperatura, os três comeram bastante e foram para o quarto, Ryan afiava as garras na parede metálica, Hiure fazia flexões verticais e Kaique apenas ficou sentado olhando ao vazio, até que seus irmãos notam seu silêncio e o quebram.
Ryan: o que você tem? Fala tirando Kaique de seus pensamentos.
Hiure: você tá estranho. Fala ainda se exercitando.
Kaique: eu fiz merda, das grandes.
Ryan: que novidade! Fala irônico.
Hiure: tem alguma coisa haver com a Nat?
Ryan: Nat?
Hiure: eu ouvi uma gargalhada dela e no refeitório ela não tirava os olhos da nossa mesa
Kaique: tem haver sim, eu caí num jogo dela.
Hiure: como assim? Fala dando uma cambalhota e caindo de pé.
Kaique: eu subestimei ela e acabei refém de uma aposta que ela me convenceu a aceitar.
Ryan: o que ela pediu?
Kaique: aí é que tá, ela não pediu nada, mas vai pedir e seja o que for eu devo aceitar, esse foi o trato.
Hiure: você virou o cão dela!? Se fudeu! Fala rindo e apontando.
Ryan: tomou no cu bonito mano, levou de trouxa.
Kaique: apoio fraterno rola solto aqui, puta merda.
Hiure: o que esperava!?
Kaique: agora eu tenho que ficar a mercê dela.
Hiure: se quiser eu posso falar com ela.
Kaique: não, eu vou aceitar o que vier, mas eu vou dar o troco.
Ryan: o que está passando nessa cabeça bestial?
Kaique: ela encoleirou o cão errado, eu vou me virar. Fala se deitando em sua cama.
Os outros dois se olham sem entender e dormem pouco depois.
No acampamento tudo corria bem, Joe treinava os seus alunos arduamente, parecia treino militar, faziam corridas com obstáculos, treino de agilidade e tiro, Pérola também ensinava a atirar, a mesma era exímia com qualquer arma de fogo, em sua cintura sempre havia uma par de pistolas, suas favoritas, mas o velho lobo é surpreendido por uma visita inesperada, Bryan surge e se põe lado a lado do veterano.
Bryan: eu os treino com vontade de ferro os capacitando cada vez mais e se quer sou elegiado, você os põe pra correr em círculos e é glorificado, conhecer as pessoas certas é o caminho mais fácil mesmo. Fala provocativo.
Joe: e o ciúme é um caminho vergonhoso moleque. Responde firme.
Bryan: ciúmes!? Você não passa de um monte de ossos velhos e acabados que eu mesmo quebrei, não é nada mais que um decrépito.
Joe: e esse decrépito aqui está como comandante aliado e você é um instrutor convidado, o que tem mais peso garoto? Pergunta impiedoso.
Bryan: fale o que quiser, não passa de um velho que não aguenta mais nada.
Joe: eu já limpava o chão com vagabundos muito antes de você aparecer na minha gaiola, eu ainda sou o que sou! Se defende rígido.
Bryan: pode ter sido um campeão, mas seu tempo se foi, ficou pra trás velho, você é relíquia do passado, já eu, sou a nova geração.
Pérola: algum problema papai?
Bryan: só estávamos conversando.
Pérola: não falei com você Bryan, falei com meu pai! Responde áspera.
Joe: está tudo bem filha, ele só veio dizer que sou um ótimo instrutor.
Pérola: acho bom, se fizer qualquer coisa você vai se ver comigo.
Bryan: que medo! Fala brilhando os olhos rubros e dando as costas.
Pérola: você pode ter caído nas graças de Helmar e nas do pessoal de Hiure, mas a mim você não engana, se fizer qualquer coisa contra meus lobos ou meu pai, meu tiro e bala vão ser as últimas coisas que você vai ouvir e sentir. Ameaça rígida.
Bryan: e eu estou tremendo de medo. Fala com voz rouca forçada.
Ele então os deixa, mais adiante estava Heitor treinando com seus alunos, ele era um bom instrutor e demonstrava aumento de força significativa, três dos seus o cercam numa simulação, o beta tinha seus olhos vendados e uma das mãos presa as costas, na mão livre ele tinha uma espada qualquer, o primeiro avança, mas a rápida esquiva do garoto o faz cair, o segundo desfere um chute, mas Mercúrio bloqueia com a barra da lâmina e passa uma rasteira no mesmo, o terceiro ataca feroz, o beta se esquivava, até que ele põe um pé na frente do passo do aluno e o mesmo acaba caindo.
Heitor: como puderam ver, a calma e precisão são a chave pra se lutar em desvantagem, seus sentidos estão do lado de vocês, usem bem. Diz a todos.
Os mesmos voltam a treinar, a irmã do beta continuava a evoluir sob a tutela das irmãs amazonas, a Valquíria estava em pleno auge de seus poderes, sua precisão com o arco era impecável assim como sua velocidade de disparo, sua habilidade com a espada também era notável, reflexos perfeitos, força equivalente a duas toneladas e uma velocidade de reação inacreditável, já não tinha mais nada que as irmãs pudessem ensinar, o último teste consistente numa luta dela contra Sofia, a amazona apanha um arco com seis flechas e uma espada, a mesma avança em tiros de duas por vez, mas a Valquíria as destroem com as garras, outras amazonas tornariam o teste ainda mais difícil, ficariam a uma distância projetando disparos de flechas e facas contra a jovem alpha, com sua precisão cirúrgica, Maria desarma todas com seus disparos extremos e avança contra a sua instrutora, uma troca de golpes violentos são trocados, Sofia usa sua experiência e pensa já ter ganho quando ela derrubou a alpha, no entanto, a jovem loba usa um golpe de tesoura e derruba a veterana e projeta sua espada na direção do rosto de Sofia, que desiste; Salazar continuava a treinar os três jovens cães, já tinham uma evolução notável, seu tempo na prisão não enferrujou seu conhecimento, Arthur passou de um simples brigão a um pugilista talentoso, sua irmã gêmea se tornou mestre em capoeira e taekwondo, já Lúcio foi treinado em combate militar, os três tinham um objetivo, se vingar de Robert Turner. A noite, Maria vai a casa de seus pais e busca seu filho, Ítalo estava mais lindo que nunca, tinha crescido um pouco, seus cabelos castanhos já estavam grandes e seu sorriso derretia o coração da grande Valquíria, ao chegar em casa ela lhe deu um banho demorado e o alimentou bem, eles brincaram por horas, até que ele dorme nos braços dela, ela beija sua cabeça e respira fundo, mantendo o cheiro do filho bem fixo em seu olfato.
Maria: deve ser difícil pra você ter seus pais longe um do outro né filho? Mas aconteceu uma coisa que vai mudar tudo nas nossas vidas, vai ficar tudo bem pra nós todos. Fala o pondo na cama.
Helmar e Vaneska ficavam revezando com Wellington seus dias com Ítalo, o pequeno já estava completamente a vontade com os avós, o casal adorava ter um neto, o Grande se transformava, era um lobo totalmente diferente com o pequeno, Vaneska fazia todos os gostos do netinho, doces, comidas, dormia com ele, o pequeno simplesmente conquistava a todos a volta, mesmo Victor e seus irmãos tinham o apresso de Ítalo, ele sempre brincava com os quatro, Liz o enrolava no jaleco brincando de esconder, Marcos virava lobo e andava com o pequeno mas costas, Felipe brinca de o jogar no ar e o pegar ainda no alto e quando Victor o pega no colo tem seu bigode puxado pelo pequeno, mesmo no período difícil todos tentavam se apegar aos bons momentos.
Pela manhã o mais velho e o mais novo acordam primeiro, mas Sabre não estava em sua cama, eles comem e vão treinar, Kaique derrotava cães aos montes, nenhum deles era problema para o rapaz, até mesmo usuários de espadas habilidosos eram facilmente vencidos por ele.
Sabre: não tem desafio aqui!? Quero um cão que me dê uma boa luta!! Grita em bravura.
Seu oponente então surge com um sorriso, Connor ia na direção do rapaz que esbravejava, o alpha então encara o seu velho professor.
Sabre: vai lutar comigo Connor? Pergunta sorridente.
Connor: vamos ver se você está pronto.
Ambos se posicionam frente a frente, o velho cão saca sua rapiera e avança em estocada, mas o cão lobo bloqueia e eles entram em disputa, as lâminas se travam no ar e com o som metálico e faíscas, os três mais fortes param pra prestar a atenção, Nat fazia flexões, Hiure fazia seu kata com toda a força e Ryan o mesmo que o irmão, mas todos param para ver a luta, as lâminas continuavam a se bloquearem no ar.
Sabre: então o que tá achando?
Connor: ainda falta fibra. Fala desferindo um soco com o braço livre.
O golpe do veterano é capturado pelo cão lobo e eles ficam num empasse, até que eles se soltam e saltam para trás, suas guardas são restabelecidas e eles avançam rápidos, eles correm um para o outro e passam trocando de lugar, o cão lobo tinha um corte no lado do rosto, seu sangue escorreu pelo mesmo, em sua face e se via o maxilar contraído e a decepção, mas então uma gargalhada surge, Connor ria com força.
Connor: mandou bem garoto, fazia tempo que eu não via meu sangue numa espada. Fala tocando os cortes no ombro e abdômen.
Hiure: meu irmão venceu. Fala orgulhoso.
Connor: e na desvantagem, não estava?
Kaique: sim, minha espada é de aço e é uma só.
Connor: muito bem garoto, já não tenho o que ensinar a você, agora é contigo. Fala com orgulho e certeza.
Nat esnoba as palavras do pai não crendo no que o mesmo falou, ela então saca a espada e ataca o cão lobo de surpresa, mas o Sabre se defende firme, ela tinha suas presas a mostra em sinal de desafio, suas lâminas se cruzam ferozes, o cão lobo sabia que cedo ou tarde ela destruiria sua espada, ele então troca de tática e investe em estocadas, assim os bloqueios não danificaram sua arma e em meio aqueles golpes, as lâminas se param próximas ao pescoço um do outro, os dois irmãos e Connor ficam impressionados com aquela luta, ambos estavam páreo a páreo.
Kaique: que tal usar sua barganha e me fazer soltar a espada?
Nat: não vai tirar a coleira assim tão fácil. Fala se distanciando e guardando a lâmina.
Ela olha em volta e sai do campo e vai ao seu escritório e começa a organizar alguns documentos referentes as finanças e dados da cidade abaixo, sem notar as horas se passam como relâmpago e já estava tarde, ela então guarda tudo aquilo de maneira organizada e sai do escritório o trancando, já em seu quarto ela retira o sabre sob a mesa e a farda sob a cama, depois de um banho quente ela sai de seu banheiro e põe roupas leves e duas batidas na porta a surpreende a general que ao abrir a porta dá de cara com Kaique que tinha uma garrafa de vodka na mão.
Kaique: topa?
Nat: a vodka sim, já a companhia...
Kaique: sim também?
Nat: dá pra aturar. Fala revirando os olhos e o deixando entrar.
O cão lobo adentra os aposentos da general e ela trás dois copos, não houve motivo para um brinde, o rapaz então apanha o sabre da alpha e o saca para uma análise detalhada.
Kaique: é linda, tem uma linha delicada, mas lhe cai perfeitamente.
Nat: não digo o mesmo dá sua, não parece estar acostumado com aquela espada pequena.
Kaique: só não estou acostumado a usar aço ou ferro, uso três espadas de matéria sobrenatural, como a sua obra de arte aqui. Fala a devolvendo a arma.
Nat: o que você tá tramando? Pergunta sem sutileza.
Kaique: nada, só quero beber e bater um papo.
Nat: trazer vodka e elogiar minha espada não vai tirar o meu poder sobre sua coleira.
Kaique: eu sei, eu admito estar curioso, então pensei que se te conhecesse, poderia prever o que vai pedir.
Nat: e me embebedar faz parte disso?
Kaique: é um meio, mas também estou bebendo, quero conhecer você, parece se dar bem com meu irmão e pensei que teria o mesmo de você.
Nat: você e seu irmão são muito parecidos e diferentes ao mesmo tempo.
Kaique: nós quatro somos assim, todos somos iguais em alguns aspectos e opostos em outro.
Nat: sei. Fala bebendo.
Rapidamente a garrafa se esvaziou e ambos estavam levemente embriagados, riam atoa como se fossem velhos conhecidos.
Kaique: então eu me transformei e quase matei Ryan, mas ele me derrubou com uma marreta. Fala rindo alto.
Nat: atacou seu irmão?
Kaique: meu DNA estava se misturando, hoje eu já estou bem e no auge, não perco o controle mais.
Nat: soube que cães lobos tem dificuldade em vários aspectos, principalmente controle e força.
Kaique: sim, mas seu pai ajudou a mim e a Ryan, mas meu irmão não teve os problemas de controle que eu tive, seu problema era a falta de força, por isso ele se focou na caça.
Nat: sei, vocês se conhecem faz muito tempo?
Kaique: desde os oito anos mais ou menos, Ryan tinha nove, Hiure sete e Rodolpho tinha onze se não me engano, crescemos juntos.
Nat: meu pai falou que todos tiveram perdas.
Kaique: sim, Rodolpho perdeu o irmão quando criança, mas ele tá vivo, também perdeu a mulher e a filha bebê na guerra dos vampiros, Hiure perdeu a mãe com onze anos, já eu e Ryan somos órfãos de pai e mãe, Renato nos adotou, manteve e protegeu.
Nat: também perdi minha mãe e meu...
Kaique: seu?
Nat: minha mãe, ela era guerreira, faleceu há alguns anos, mas me deu um presente antes.
Kaique: presente?
Nat: antes de morrer ela me passou seu poder de cura.
Kaique: como assim? Isso é possível? Por que não sabia disso? Podíamos ter usado isso na guerra.
Nat: só licantropos de classe 10 podem fazer isso com outro, como é um nível muito alto, poucos conseguem e se quer sabem disso.
Kaique: entendi, isso é incrível, você tem um elo eterno com ela, vai além do sangue não é?
Nat: sim, de alma sabe?
Kaique: sei, conexões podem ser construídas do nada né?
Nat: sim, não dá pra prever.
Kaique: sim, meu irmão foi assim com Maria, se conheceram no aniversário de Rodolpho, estudamos juntos e por fim eles ficaram juntos, tiveram altos e baixos, mas são o casal mais lindo que já vi.
Nat: não vejo um casal assim há um tempo.
Kaique: porque não cria um casal assim então? Pergunta tirando uma mecha de cabelo do rosto dela.
Nat: como assim?
Kaique: assim. Fala pouco antes de a beijar.
No começo ela lutou, mas logo ela se deixou levar, as mãos do alpha a puxam para ele e aos poucos as mãos dela vão ao rosto dele, mas de repente ela abre os olhos confusa e segura o cão lobo pela gola e o joga contra a porta a derrubando e o ferindo com o impacto.
Kaique: pelos ancestrais! O que foi isso!? Pergunta acariciando a nuca.
Nat: eu nunca mais vou me envolver com um aluno dele, nunca!
Kaique: do que você está falando? Qual o problema?
Nat: nunca mais! Agora some daqui agora!! Grita liberando uma surpresa.
No grito da alpha estava a intimidação predatória e Kaique sente o poder dela em primeira mão e percebe a seriedade e ferocidade da general, ele logo a deixa, mas em sua cabeça só vinha as palavras da alpha, não entendia o que ela quis dizer, ao entrar no quarto ele da de cara com o caçula.
Hiure: o que você fez?
Kaique: nada.
Hiure: super olfato e audição lembra? Por que a Nat gritou e soltou a intimidação?
Kaique: você sentiu?
Hiure: eu estava dormindo, de repente eu saltei da cama com o perigo, Ryan só acordou e logo dormiu.
Kaique: não foi nada.
Hiure: você está fedendo a vodka e de lobo, o que aconteceu?
Kaique: tá legal, eu falo, eu fui no quarto dela sim.
Hiure: o que te deu na cabeça!?
Kaique: não fui com segundas intenções, não tão fortes, mas levei vodka e aí você sabe.
Hiure: o álcool realçou o que estava subliminar.
Kaique: conversamos, ela falou que perdeu umas pessoas, eu também falei, mudamos logo de assunto e quando eu vi eu estava beijando aquela boca, que meu irmão, que boca era aquela!? Que alpha dos sonhos! Grita alto.
Hiure: Kaique! Foco!
Kaique: beleza, ela resistiu, mas ela foi se soltando e eu fui gostando, mas do nada ela me agarrou e me jogou longe, disse que não ia se envolver com um aluno do pai dela e me expulsou de lá, sabe de alguma coisa?
Hiure: não, mas ela deve ter os motivos dela, só deixa a Nat em paz, não procura de novo mano. Pede sincero.
Kaique: beleza, eu não vou insistir, vou deixar ela em paz.
Hiure: valeu por me ouvir.
Kaique: não é só por seu pedido, eu realmente a respeito e ela me confunde um pouco.
Hiure: senta e explica.
Kaique se senta ao lado do irmão, ambos se encostam na parede fria sem se importar com isso.
Kaique: eu já fiquei com lobas lá do Brasil, até amazonas, até pra cama eu fui com algumas, mas sempre por prazer, só superficial sabe, sem importância, pode parecer arrogância, mas nenhuma mina me balançou.
Hiure: até agora né? Pergunta já sabendo.
Kaique: é, quem diria? Ela é diferente, é forte, incontrolável, feroz, linda, surpreendente e me desafia sem ligar pra nada, já sentiu isso?
Hiure: se eu já senti? Maria é pior, na verdade elas são parecidas, Maju tá sempre me desafiando e me tirando do sério, mas eu não largo.
Kaique: queria, mas não vai rolar, eu vou pra cama, pois amanhã eu tenho um dia inteiro pra olhar e ser ignorado por ela. Fala tocando o ombro do irmão e indo dormir.
No dia seguinte foi como ele previu, a alpha nem olhava pra ele, mas ele não tirava os olhos dela, todos notaram, as outras licantropas da matilha ficaram ao redor de Nat como símbolo de proteção e apoio, a kriegshund estava diferente com todos, seu gritos de comando e rigidez não eram mais ouvidos, ela apenas falava pouco e nem ao menos prestava atenção nos treinos, o cão lobo se culpava e por isso parou de a observar, achando que assim ela.
Duas semanas se passaram, os treinos eram críticos todos os dias, sem perder o ritmo, Connor os avaliava em segredo e em sua face sorriso de satisfação era sempre visto, numa manhã, Hiure e Ryan saem com uma mochila, levavam apenas calças.
Hiure: vamos Kaique? Eu e Ryan vamos ficar na montanha treinando.
Rayn: vem com a gente. Convida tentando ser convincente.
Kaique: vou não gente, meu treino é melhor aqui em cima, mas boa sorte pra vocês.
Hiure: beleza, se cuida.
Ryan: não faz merda até voltarmos.
Eles então partem para encarar o frio e as feras da montanha Prochnost, a lua cai e o cão lobo vai pra seu quarto, um banho retira parte do seu cansaço, ao colocar as roupas que estavam na cama alguém bate na porta.
Kaique: fora. Fala se vestindo.
As batidas não param, ao contrário, ficam repetitivas e irritantes, ao ponto de enfurecer o cão lobo que agarra a maçaneta e abre violentamente.
Kaique: não sabe português não porr...
Nat: sim, mas acho que você quer falar.
Kaique: o que tá fazendo aqui?
Nat: que tal esquentar o peito? Fala mostrando uma garrafa de vodka.
Kaique: pareço tão viciado ao ponto de ser comprado com álcool?
Nat: era só uma desculpa pra eu vir aqui, posso?
Kaique: a base é sua. Fala a indicando a cama.
Ela se senta e abre a garrafa com a garra do indicador, ela já tinha consigo os copos, eles dividem a garrafa.
Nat: acho que te devo explicações né?
Kaique: só se quiser, não se sinta obrigada a nada.
Nat: eu sei, bom, por onde começo?
Kaique: que tal começar com o fato de você não gostar de alunos do seu pai.
Natasha respira fundo e suspira com o que ia dizer, em seu rosto se via peso e tristeza.
Nat: há seis anos atrás, meu pai tinha um aluno próximo, como vocês, se chamava Bóris, ele e eu éramos treinados juntos, até que um sentimento muito bom nasceu, nós então começamos a namorar, pela força do meu pai, ele tende a formar alunos poderosos, o poder sobe a cabeça os fazendo acreditar que são invencíveis, ele era forte e leal a esta matilha e sua autoconfiança o cegou, a mim também, num combate ele foi cercado, quando cheguei ele já estava morto, eu chorei por semanas, eu perdi o meu amor, depois disso eu nunca mais tive nada com ninguém, principalmente com algum aluno do meu pai.
Kaique: você acha que eu e meus irmãos vamos morrer?
Nat: talvez, o poder cega, foi isso que condenou o Bóris, eu quero amar de novo, quero sim, mas não posso sofrer com perdas, não vou passar por isso de novo. Fala finalmente aliviada.
Kaique: deixa eu ver se eu entendi, você quer amar, mas não quer sofrer, sabe que isso é impossível né? E não tô falando de morte ou separação.
Nat: já passou por isso?
Kaique: nunca namorei, nenhuma mulher me conquistou, não no Brasil.
Nat: então como sabe?
Kaique: eu tenho irmãos e uma cunhada que é uma fera, apesar de brigarem, eu nunca vi um casal tão unido, sinto até inveja na real, mas você não tem que se preocupar comigo.
Nat: você vai pra uma guerra como linha de frente, eu sei disso, os bravos são os primeiros a cair.
Kaique: eu não vou morrer! Impõe convicto.
Nat: Bóris dizia a mesma coisa.
Kaique: eu não sou ele, eu e meus irmãos não morreremos de jeito algum, temos muito o que fazer, nenhum astro vai cair, se um cair os soldados vão ficar abalados, até que eu me torne um grande Alpha, eu não vou morrer.
Nat: você se superestima, não dá. Fala tentando sair.
Kaique a impede segurando o braço da alpha, a mesma não fez força contra, o cão lobo a puxa pra ele e a beija intensamente, a indecisão toma conta da alpha, ela de início tentou resistir, mas aos poucos ela se solta e se entrega, as mãos do alpha a suspende e as pernas dela se prendem a cintura dele, a mão do alpha vai na roupa dela na tentativa de retirar, mas ela para o beijo.
Kaique: você nunca?
Nat: não é que nunca, só que eu tinha dezesseis, foi há seis anos e...
Kaique: tá certo, é pra você então, vai ser meu presente pra você. Fala mordendo de leve a orelha da alpha.
As roupas foram espalhadas pelo quarto, o frio nem era incômodo, ele retirava a roupa e beijava a pele exposta da durona e surpreendentemente ela o castigava o fazendo delirar com o sexo que ela fazia, por fim eles se deitam na cama dele e ele a envolve em seus braços.
Kaique: você deu a idéia do treino de dois dias para meus irmãos, sabia que eu ia ficar.
Nat: eu te estudei e fiz essa pequena estratégia, gostou?
Kaique: se eu gostei? Pergunta a beijando no canto da boca.
Nat: mantém segredo?
Kaique: nunca eu ia espalhar, escondido é mais gostoso. Fala sorrindo.
Nat: mas vai ter que ser no meu quarto.
Kaique: amanhã mesmo, Hiure pode reconhecer seu cheiro aqui.
Nat: certo, eu vou indo. Fala tentando se levantar.
O cão lobo a impede puxando a alpha pela cintura e a pondo em seu colo, o olhar se encontra e um beijo lento e demorado une os dois.
Kaique: deixa que eu te visto.
Nat: se fizer isso vai acabar tirando minha roupa logo em seguida, deixa que eu me visto, mas pode babar se quiser. Fala maldosa e mordendo o lábio inferior dele.
A general se veste e vai ao seu quarto de maneira silenciosa, o cão lobo se joga na cama sem acreditar no que haviam feito, um sorriso bobo o domina e ele dorme assim mesmo.
No acampamento, houve um jantar entre a família do Grande, tendo o Bravo como convidado, foi a primeira ocasião que os reuniu como avós, Ítalo passava de colo em colo, mas por fim ficou com a mãe que o mimava e lhe fazia carinho o tempo todo, o pequeno comia do prato da mãe que lhe dava na boca.
Helmar: meu netinho é lindo.
Wellington: claro que é, puxou a família de Silvana, é a criança mais linda do mundo, não é lobinho? Fala estendendo os braços.
Ítalo na mesma hora pula os braços do avô.
Vaneska: o Bravo e o Grande, quem viu e quem vê? Onde estão os alphas implacáveis?
Wellington: ficaram lá fora, aqui só tem uma dupla de avôs mimando o neto.
Helmar: é isso aí magrelo.
Heitor: o menino transformou papai né?
Maria: muito, ei não balança ele. Protesta o pegando de volta.
O pequeno boceja e abraça o colo da mãe e dorme profundo e despreocupado, uma se suas mãos segurava o colar que Hiure presenteou Maria, a mesma se despede de todos e junta de Wellington ela sai e caminha para sua casa.
Wellington: ele se apegou a você de verdade.
Maria: ele é o filho que eu nem sabia que queria.
Wellington: verdade, mas não me referia apenas a ele.
Maria para e encara o grande Alpha a sua frente, o mesmo tinha um olhar plácido.
Wellington: amava ver vocês dois juntos, eram lindos, eu seria um pai mais tranquilo se meu filho tivesse você como esposa.
Maria: eu sei, o senhor sempre nos apoiou, agora mais do que nunca, agradeço muito, mas o senhor pode ficar tranquilo, tudo vai ficar ainda melhor do que antes pra nós. Fala sorrindo.
Wellington: não me diga que você...
Os dias se passam e os dois irmãos em fim voltam para a base, a noite era de lua cheia, se sentiam verdadeiros deuses, no quarto eles se realocaram e se banharam, enquanto arrumavam tudo, o mais velho para e funga o nariz e então começa a farejar pelo quarto, não demorou pra ele achar a fonte do cheiro, era perfume feminino que estava no ar, vinha da cama do irmão do meio e o mesmo entra no quarto distraido e nota a cara dos irmãos.
Kaique: que é?
Ryan: perfume feminino na sua cama, o que tem a dizer em sua defesa?
Kaique: oi? Disfarça.
Hiure: oi meu ovo, esse perfume é o da Nat, o que houve aqui?
Kaique: as vezes o super sentindo é foda, é dela sim, nós... Nós dormimos juntos. Confessa receoso.
Ryan: nem fudendo.
Hiure: só fudendo você quis dizer né? Como?
Kaique: só rolou, ela veio se desculpar, explicou tudo e aí, deu no que deu, mas ela pediu segredo, então...
Ryan: beleza, nada de piadas.
Kaique: valeu, mas aqui entre nós, que russa maravilhosa é aquela mano!? Ela acabou comigo.
Hiure: se der mais alguma informação eu quebro seu pescoço. Ameaça com nojo.
Ali eles compactuam com o voto de silêncio e discrição, eles descem para comer, a distância os dois se olhavam, Connor discretamente os observava, na madrugada ele foi ao quarto da general, ela não perde tempo e o joga na cama, ele fica surpreso, mas se deixa levar.
Nat: na nossa primeira noite você disse que ela era pra mim, na segunda também foi, hoje vai ser pra nós, ouviu bem? Fala o beijando ansiosa.
Eles trocam de posição, ele retira devagar as roupas dela, a beija desde a cocha até a boca, ela sorria com o desejo dele, eles então se soltam e aproveitam o calor e a vontade incontrolável, nus eles se deitam, de conchinha ele a abraçava, seu rosto repousava nós cabelos loiros da alpha, a mesma podia sentir a respiração quente de Kaique em sua nuca, mas não podiam ficar, de madrugada ele sai do quarto dela e vai para o dele, mas o astro é observado; na manhã seguinte eles três são abordados por Connor.
Connor: avaliação em cinco minutos! Impõe sério.
Eles se olham confusos e vão até a sala de treinamento, ele tinha uma postura rígida e uma expressão indecifrável.
Connor: se preparem! Exige frio.
Kaique: achei que a avaliação seria no fim do mês, só falta pouco mais de uma semana velho.
Connor: farei agora, fechem as guardas e ataquem ao mesmo tempo agora.
Os irmãos se olham pra tomarem uma decisão e a mesma é atacar, todos fecham as guardas, as garras do Perseguidor são sacadas e ele se põe em guarda de capoeira, Sabre Bestial tinha na mão direita a gladio e a outra tinha o punho serrado, já Pelo Negro estende as mãos uma esticada e a outra próxima do abdômen, os três então atacam, o veterano se esquiva da maioria dos golpes do caçador até que o Andarilho desfere um soco no estômago do rapaz, mas o mesmo segura o punho do velho cão, em seguida Perseguidor refere uma joelhada no abdômen do veterano e uma cabeçada no rosto do mesmo, mas o golpe é em vão e o kriegshund devolve com o mesmo golpe e jogando o jovem alpha no chão, o espadachim tenta uma estocada, mas o veterano desvia para o lado e saca sua espada, o duelo tem inicio, mas Connor estava mais feroz e agressivo, não dava chance ao cão lobo, o mesmo então usa uma mistura dos ensinamentos de Victor com os de Criso, unindo esgrima com estilo gladiador, mudava de ataque pra defesa num instante, um corte severo fere o tórax do Sabre, mas ele investe, mas ao invés de atacar ele desvia de lado ficando ambos de costas um para o outro, mas Sabre já tinha experiência com isso e usa seu corpo pra empurrar o braço que Connor empunhava a espada, o mesmo fica confuso e acaba se perdendo e assim sendo golpeado nas costas pela espada do cão lobo, em seguida o jovem alpha acerta uma estocada fazendo a lâmina atravessar o corpo do veterano, mas Andarilho não se importa com a lesão e esmurra as costelas do jovem e novamente o corta com a espada, Pelo Negro nota que não devia se segurar e então ele ataca igualmente feroz, seu punho surpreende o veterano que por pouco não teve seu diafragma esmurrado, mas Andarilho captura o punho do rapaz, no entanto o lutador atinge a cabeça do veterano com um chute, uma cotovelada vai ao lado da coluna ferindo o pulmão, mas a resistência de Connor ia além, um pontapé dele atinge em cheio o rosto de Pelo Negro que foi jogado contra a parede metálica da sala a amassando no processo, os três se levantam zonzos e feridos, Connor então sai em silêncio da sala e é seguido pela filha.
Nat: pai! Espera!
Connor: não tô com tempo agora.
Nat: para agora pai! Exige feroz.
O veterano então para deixando sua respiração funda evidente.
Nat: o que foi aquilo?
Connor: treino de avaliação de classe.
Nat: não, aquilo foi uma surra, você não os avaliou, por que fez aquilo?
Connor: eu sei de você e Kaique.
Nat: cortou ele e feriu os outros só porquê eu e ele...
Connor: não, ele é um bom rapaz e como meu aluno eu o conheço bem, não imagino alguém melhor pra você.
Nat: por que fez aquilo então?
Connor: Bóris, eu o cobria de elogios e isso o iludiu, eu sim sou o culpado pela morte dele.
Nat: você ouviu o que eu falei naquela noite?
Connor: sim, mas eu já sabia que você estava daquele jeito e fiquei feliz de ver você com alguém de novo, mas não pude deixar a culpa de lado, então eu pensei que se eu pegasse pesado, que se eu os fizesse pensar que são fracos ao invés de fortes...
Nat: eles iriam evoluir sem serem arrogantes e assim... Não aconteceria o que houve com Bóris. Fala emotiva.
Connor: exatamente. Confessa aliviado.
Nat: papai. Fala já em choro e o abraçando.
Connor: não conta nada tá?
Nat: tá bem, vamos voltar então?
Connor: vamos. Fala a abraçando.
O braço do pai envolvia os ombros da filha e ela o abraçava pelas costelas, ao chegarem na sala de treino eles veem os três com pequenas mochilas.
Connor: o que pensam que estão fazendo?
Kaique: nós vamos pra montanha, vamos ficar lá até o fim da nossa estadia aqui, voltaremos no último dia pra uma avaliação final.
Nat: estão motivados.
Ryan: qualquer um fica depois de uma surra daquelas, vamos?
Hiure: tô pronto, todos pegaram as roupas?
Kaique: certinho já.
Ryan: bora então.
Nat: espera! Vou com vocês. Fala deixando todos surpresos.
Connor: vai?
Nat: faz tempo que eu não treino pra valer, cuida de tudo pai?
Connor: cuido né? Tomem conta dela.
Hiure: cuidado com ela seria mais preciso, pega tudo e vamos, rápido.
Nat: três minutos. Fala correndo para o quarto.
Ela não demora e chega com uma pequena mochila, os quatro então partem para encarar a semana que virá, correndo eles deixam a base para trás, Ryan e Hiure disputavam uma corrida, deixando os dois com espaço.
Nat: eles sabem?
Kaique: não deu pra esconder, eles sentiram seu cheiro no quarto, não tive intenção.
Nat. Eu sei, papai também sabia.
Kaique: por isso a surra!? Faz sentido agora.
Nat: mas vamos nos concentrar no treino tá bem?
Kaique: vale para os dois, ouviu loira? Fala malicioso.
Ela lhe dá um tapa no ombro e eles avançam a toda, eles se reuniram na divisa do território dos ursos e dos yetis, jogaram as mochilas na neve e começaram a lutar entre eles, Nat forçava a esquiva e defesa de todos eles, o frio e o peso da neve ajudavam na resistência dos corpos deles, mas o primeiro dia tem seu fim, devido a lua cheia, nenhum deles precisaria comer, por cinco dias eles fizeram assim, mas a lua mudou e o aumento de poder se foi, eles então se organizam pra conseguir comida.
Hiure: Ryan vai, fácil assim.
Kaique: real, é contigo.
Ryan: virei escravo? Não sou o único que sabe caçar aqui não!
Nat: mas é o melhor no que faz, usa de treino, caça na neve.
Ryan: correr na lupina aqui? Nunca tentei.
Kaique: seria bom se houvesse umas cordas pra você puxar um tronco.
Ryan: vai se fuder.
Hiure: ele tá certo, esperam aqui. Fala se afastando.
Kaique: o que ele vai fazer?
Nat: é mesmo, tem isso. Fala se lembrando de algo.
Ryan: isso o que?
Hiure: isso. Fala mostrando metros de corda enrolada.
Kaique: da onde?
Nat: eu e ele as deixamos por toda a montanha, as vezes amarravamos nos troncos e puxavamos montanha acima.
Ryan: mas eu não vou sozinho mesmo, vem Kaique.
Kaique: eu não passo da glabro avançada lembra?
Ryan: Hiure?
Hiure: não sou bom caçando, não é pra mim, posso te ajudar a trazer de volta.
Ryan: já é alguma coisa, vamos.
Os dois então partem, Ryan já pula rasgando as roupas enquanto assumia a lupina, Hiure faz o mesmo, mas com a hispo, os casal então fica sozinho.
Nat: eles nem percebem.
Kaique: pelo menos temos uns minutos.
Nat: então não vamos disperdisar. Fala começando um beijo sedento.
Os dois se beijam sentados, ele na neve e ela no colo do cão lobo, a mão dela vai para a camisa do alpha que a impede.
Kaique: eles não vão demorar tanto assim.
Nat: que tal uma, como vocês brasileiros dizem, rapidinha? Fala sorrindo maliciosa.
Kaique: tá sabendo demais, mas não dá, com você eu quero demorar o máximo possível.
Nat: então eu vou assumir a cão total e ir caçar também. Fala se levantando e tirando as roupas.
Quando ia tirar a camisa ela é impedida pelos braços de Kaique que a envolve.
Kaique: nada disso, só eu vou ver a loira pelada, nem cria idéia. Fala beijando o ombro exposto dela.
Eles ficaram aos beijos até que ouviram passo e resmungos, eles se separam e começam a disfarçar examinando as próprias espadas, Ryan chega na lupina e Hiure na hispo, tinha um alce amarrado as costas, ambos cobertos de sangue, Perseguidor desata o nó com as presas e o animal cai no chão.
Kaique: demoraram.
Hiure: da próxima vez nós vamos chegar no meio da ação, o que acha?
Kaique: não brinca com isso.
Ryan: não tem fogo, vamos ter que comer como lobos de verdade.
Nat: tudo bem, só fiquem longe do meu pedaço, fechou?
Kaique: sim senhora. Fala fingindo medo.
Eles então comem com selvageria e fome despreocupada, os dias foram passando e eles foram treinando e se fortalecendo cada vez mais, o período já se acabava, no dia seguinte eles voltariam pra casa.
Ryan: tô louco pra voltar.
Nat: pra base?
Ryan: não, pro Brasil, eu tô doido por uma comida simples de casa.
Kaique: uma feijoada.
Hiure: uma carne seca com abóbora, uma carne assada na pressão.
Ryan: não fala, acabei de mastigar alce cru.
Hiure: vamos levar um bicho desses, deve ficar ótimo se eu fizer.
Kaique: que saudade de casa. Fala em nostalgia.
O dia amanheceu, eles fizeram um último treino e última refeição, puseram roupas e subiram a montanha até chegar na base e serem recebidos por todos com um rápido festejo, Connor os recebe e já os convoca para a avaliação final, os quatro então se posicionam, mas algo surpreende os três irmãos, o veterano começa a se transformar e a forma meio cão surge gigantesca, os três se olham em dúvida.
Connor: venham com tudo que vocês tem. Fala severo.
Os três então vão ao ataque, Ryan desfere chutes com garras, mas o veterano o segura pelo pescoço e o joga, Kaique usa sua força pra abalar o enorme licantropo, mas um soco o acerta no rosto, um salto seguido de um chute é usado por Hiure que teve seu pé segurado e é jogado contra a parede, Nat que via tudo falava nada, Connor se mantinha firme até que seu olfato indica movimento, ao se virar, um lobo de 210 Kg pula em cima do veterano, as garras cravaram fundo e as presas foram na lateral do pescoço, o velho cão fez força até que o fez soltar, mas nos dentes do lobo estava um pedaço de sua carne.
Perseguidor: carne velha é dura de morder. Fala rindo.
Andarilho mostra os dentes e avança contra o lobo, mas é impedido por uma espada que quase o acerta, Sabre estava na forma glabro avançada e começa uma disputa, as garras do cão cravam no abdômen do espadachim, mas o mesmo se solta e eles correm na direção um do outro, mas o cão lobo se abaixa e num giro ele corta as costas do veterano, mas este se vira numa bofetada que desarma os rapaz e toma a espada do mesmo, o cão avança num golpe de corte diagonal, mas é bloqueado pela mão do Sabre que agarra a lâmina, o rapaz toma a espada para si e num giro em torno de si mesmo ele crava a lâmina na altura do rin, em outro do mesmo giro ele atravessa o abdômen do veterano que fica num joelho, mas desfere um gancho levando o cão lobo a voar seis metros, sua orelha se contrai indicando passos firmes, um punho é segurado por ele, Pelo Negro mostrava os dentes da crinos, eles trocam golpes, mas o veterano se descuida e leva uma cotovelada horizontal no queixo, um chute atrás do joelho o faz cair sobre o mesmo e por fim um cruzado o leva lá chão, os três então atacam, a lâmina do Bestial se projetava para o peito do velho cão, o lobo saltava na direção de suas costas e Pelo Negro preparava um soco potente, o veterano segura a mão do espadachim e faz sua lâmina atingir o lobo e este cai por cima do irmão do meio, Pelo Negro tinha o golpe pronto, mas o veterano esquiva e morde o braço do rapaz e com essa mordida e o joga em cima dos outros dois, o veterano os olha caídos no chão e os deixa, Kaique soca o chão com toda a força, todos estavam frustrados, Nat seguiu o pai que já se cobria na forma humana.
Nat: não acha que pegou muito pesado?
Connor: pesado? Olha isso. Fala mostrando os ferimentos no tórax.
Nat: você vai curar.
Connor: há algumas semanas atrás eu não precisaria, eles saíram do Brasil na classe oito, mas já foram além.
Nat: de uma classe para a seguinte tem uma diferença do dobro de força, qual a classe deles?
Connor: a classe deles é dez. Fala surpreso com a própria conclusão.
Nat: se eu tivesse lutado junto deles...
Connor: eu não saberia dizer o que aconteceria, faremos uma boa despedida e comemoração pelo poder deles, mas esse segundo é segredo.
Nat: certo pai, vamos.
Eles comeram e beberam com alegria, todos comemoravam juntos, apesar de serem de fora, os três eram muito bem tratados por todos da grande matilha, mas então um estalo surge na mente do irmão do meio, ele voltaria para o Brasil em alguns minutos, já era oito da manhã, eles vão ao quarto e buscam tudo o que lhes pertencia, mas Kaique tinha uma expressão abatida, Connor se reúne a eles e os quatro já iam saindo quando passos apressados surgem, ao olhar para trás os irmãos olham para trás e vêem Natasha com uma mochila.
Kaique: o que tá fazendo?
Nat: faziam quatro anos que eu não via meu pai, meu irmão que eu nunca vi está no Brasil também, vou passar um tempinho em família.
Os demais cães russos são surpreendidos pelas palavras da general, a mesma vai até seu capitão e aperta a mão do mesmo.
Nat: prikhodi.
Capitão: da madam.
Ela se vira e se reúne com os demais e eles começam uma corrida para o pé da montanha, já no avião eles tomam o céu rumo ao Brasil, dois meses longe foram tortura para todos, Hiure se acomoda e dorme sabendo o sonho que viria para ele, o tempo voou e por fim a aeronave aterrissa, o caçula então acorda e eles saem, os três olham animados para o distrito, próximo dali era o acampamento, eles se olham já adivinhando o pensamento um do outro.
Connor: podem ir, eu levo tudo, corram, tá de noite, poderão correr a vontade.
Eles se olham sorrindo arrogantes, Kaique olha para Nat que simplesmente concorda, eles então começam uma corrida feroz rumo ao acampamento, Ryan olha para o caçula já com os olhos rubros, Hiure entende e salta em transformação, ambos estavam na lupina, dois lobos negros enormes de olhos rubros, Nat os olha animada e depois pra Kaique, ele tinha um olhar triste.
Kaique: vai lá, você pode se transformar assim, não pode? Eu não posso.
Nat: me contento em te fazer companhia. Fala segurando a mão dele.
Os dois lobos avistam a floresta, ao adentrarem eles uivam ferozes, o uivo é ouvido por todos, ao chegarem ao ouvido de Maria ela logo reconhece, com Ítalo nos braços ela abre um sorriso.
Maria: é o papai filho!! Vamos!?
Ítalo: papai!! Grita alegre.
Ela corre para fora e fica no planalto e vendo a floresta de cima, os demais lobos também os aguardavam, os Grandes e seus oficiais estavam ali, de repente surgem dois lobos negros saindo da floresta, os olhos rubros de Pelo Negro avistam Maria e Ítalo.
Hiure: tenho que ir. Fala ao irmão.
Ryan: beleza.
Os dois se separam, Maria salta do planalto e crava suas garras na encosta enquanto descia, ao tocar o chão ela corre na direção do lobo, Ítalo ria muito e a medida que o lobo se aproximava ele ia regredindo as formas, as patas lupinas se tornam mãos enormes, sobre duas patas ele começou a correr, o focinho se encurtou, os pelos sumiram e ele volta a forma humana num abraço triplo com os dois, sem falar nada ele a beija pra matar a saudade.
Hiure: eu tô de volta morena. Fala a olhando nos olhos.
Ítalo: papai chegou! Fala batendo palmas.
O alpha segura o filho nos braços e roda com ele, beijava o filho e o abraçava protetor.
Hiure: papai tava com muita saudade, você cresceu filhote.
Ítalo: eu tô grande.
Hiure: tá um lobão, papai te ama tanto filho. Fala encostando a testa na dele.
Ryan foi recebido por Marcos e seus filhos, o caçador tinha um manto para cobrir o filho, eles se olham no olho, se via orgulho por parte de Marcos.
Marcos: você foi um lobo e volta como uma fera implacável, me orgulho de você.
Ryan: valeu... Pai.
Os demais lobos uivam e assobiam, era ótimo ter o irmão famoso de volta, Wellington se aproxima e estende a mão ao filho, o mesmo abre os braços, mas é parado.
Wellington: tá maluco? Tu tá pelado moleque, põe uma roupa primeiro. Protesta rindo.
Hiure: não é a primeira vez que me vê assim. Responde sínico.
Wellington: ainda assim, cai fora pirralho, ou eu vou te nocautear. Ameaça com os punhos serrados.
Victor esperava por seu filho, mas o mesmo não aparece, roupas são trazidas para os dois, os demais amigos surgem, Heitor se atraca numa disputa com Hiure, Ryan se aproxima e cumprimenta o Alpha, Bryan surge e seu olhar encontra o de Hiure, o mesmo se aproxima com os punhos serrados, Heitor ia protestar, mas é impedido pela irmã.
Bryan: perdeu peso, os músculos encolheram?
Hiure: e o que eu perdi você achou?
Os dois ficam sérios, mas acabam rindo e apertando a mão seguido de um rápido abraço, todos que estavam tensos se aliviam, um som de esporas surge, um cheiro de cigarro com ele, ao olhar eles vêem Joe e Pérola, o veterano abraça os dois e gargalha forte.
Joe: até que enfim voltaram, agora eu posso parar de dar uma de professor de educação física. Fala rindo.
Hiure: te prepara que eu tenho uma idéia, mas falo depois.
Pérola: e aí caçador, como que tá?
Ryan: eu tô bem, feliz em estar de volta e você alcoólatra?
Pérola ri e mostra o dedo do meioe para o alpha que ri disso, ela então olha para o caçula dos irmãos, o mesmo olha de volta surpreso.
Hiure: e aí Pérola, como vai?
Pérola: entediada, fora o papai, ninguém bebe comigo.
Hiure: esquenta não, tu vai ter companhia.
Pérola: vou te cobrar cachorro. Fala rindo e se afastando.
Maria tinha um olhar de ameaça direcionado ao jovem lobo.
Hiure: que foi?
Maria: nada não.
Hiure: fudeu.
O casal ainda corria, chegaram na floresta junto de Connor, os três então adentram, pelo cheiro e sons os demais irmãos notam a aproximação deles.
Hiure: ele chegou, o Sabre Bestial acaba de chegar. Grita apontando para a floresta.
Das árvores saltam os três, todos se alegram com Connor, mas a presença de Natasha surpreende e confunde os lobos, a kriegshund se surpreende e fica maravilhada com o lugar e a quantidade titânica de lobos, Salazar surge em meio a todos e ele logo avista seu pai e irmã, eles dois caminham um até o outro, era a primeira vez que eles se viam, sabiam da existência um do outro, mas viram apenas fotos.
Salazar: é mais bonita do que nas fotos.
Nat: grisalho e sem a mão? Não lembro disso nas fotos.
Salazar: vou te atualizar com tudo, mas outro dia, agora quero apenas quero abraçar minha irmã pela primeira vez. Fala estendendo os braços.
Os dois se abraçam emocionadas e sorrindo alegres, pensando no tempo que eles iriam compensar.
Depois de serem muito bem recebidos, os novos astros seguem o rumo escolhido individualmente, Nat vai discretamente para a casa de Hiure, minutos depois Kaique também vai, mas pelos fundos, Hiure, Maria e Ítalo foram para a casa dela, viram filmes e brincaram, Hiure estava exausto e relaxado, por estar em temperatura agradável, em casa e com as pessoas que eles mais amava e assim ele dormiu sentado no sofá junto de Maria que também segurava Ítalo no colo e de forma desengonçada eles dormem, pela manhã eles comem um genuíno café em família, eles fizeram torradas com mel e um café verdadeiramente brasileiro.
Hiure: agora sim, matei toda a saudade de casa. Fala experimentando o café.
Maria: toda? Esqueceu uma coisa Pelo Negro. Fala ao ouvido dele.
O alpha se arrepia com aquilo.
Hiure: seu filho tá aqui, lembra?
Maria: filho, quer ver qual vovô hoje?
Ítalo: quero ver vovô Bravo.
Maria: então tá, vamos tomar um banho e escovar essas presas?
Ítalo: lobo não toma banho.
Hiure: pra ducha seu lobinho fedido. Fala o pegando no colo.
No corredor indo ao banheiro, Hiure lembra de uma coisa.
Hiure: ele não voltou?
Maria: não, alguns disseram ter sentido o cheiro dele, mas foi apenas isso.
Hiure: espero que ele volte com o bom senso restaurado, ainda não engoli o que ele me falou.
Maria: esquece isso, vamos lavar esse filhote sujo.
Ele leva o filho para um banho gostoso, o pequeno sai limpo enrolado numa toalha, na frente do espelho o pai tira uma foto deles, a mãe o veste e põe um perfume, assim o casal vai até a casa do Bravo, na casa do caçula, Kaique e Nat acordam de uma noite agitada e muito bem aproveitada, ele a deixa na cama e vai até a própria casa para pegar o que comer, nesse meio tempo o casal vai a casa de Hiure, os dois adentram a cabana aos beijos.
Maria: tava sentindo falta lobo?
Hiure: uma saudade enorme, sonhei com você todas as vezes, só pensava em você, seu cheiro, seu gosto, tudo... Fala em meio aos beijos.
Maria: então vamos ver até onde vai a sua... Fala parando o beijo.
Hiure: que foi amor?
Maria o olha séria e de repente o lobo tem seu rosto atingido por um tapa dado por ela, a ardência e vermelhidão tomam conta do rosto dele e ele se vira incrédulo com a mão no lugar do tapa, seus olhos encontram com os de Maria e ambos brilham o olhar de alpha.

Continua...

Esse foi um dos que eu mais gostei de escrever, já digo que vai dar merda, gosta de suspense? Tá aí, agora fica com isso na cabeça, espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de fazer, votem e compartilhem, valeu gente.

Presas e GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora