Os quatro irmãos seguiram seus próprios interesses, Rodolpho foi viajar com seus primos, Kaique treinava com Connor, Hiure treinava seus alunos, já Ryan foi pra floresta treinar com Marcos.
Marcos: aqui é um dos melhores lugares para treinarmos, visibilidade reduzida, terreno irregular e presas a nossa altura.
Ryan: vamos caçar o que? Coelhos? Pergunta zombando.
Marcos: boa escolha, vai gostar dos que vivem aqui.
Ryan: o que!? Eu tava brincando! Fala se desculpando.
Marcos: mas eu não. Os coelhos daqui não são comuns, pesam 30 Kg, são tão rápidos quanto os comuns, porém seus sentidos são muito melhores, até mesmo eu tenho dificuldade de me aproximar sem ser notado.
Ryan: e eu nem isso vou conseguir. Protesta revoltado.
Marcos: você tem duas semanas pra pegar um desses.
Ryan: e se eu não conseguir!?
Marcos: poderá dizer adeus ao meu treinamento. Fala se retirando.
O Tenente Coronel assume a forma lupina, de uma distância de 6 m ele espreita, seus passos de caça estavam constante utilização, ele salta, sua presa era esperta e ágil, driblava facilmente o caçador, depois de dois minutos sendo caçado o coelho some em plena vista, frustrado e furioso o jovem alpha toma a direção do acampamento, mas no caminho ele ouve sons de passos, pelo barulho ele deduz que era uma enorme criatura, galhos eram arrebentados, uma respiração pesada e um som indescritível era emitido.
Ryan: deve ser uma das feras desse lugar, não faz meu tipo de caçada, mas Hiure vai gostar desse. Fala com um leve sorriso de canto.
Depois de se banhar, Ryan vai até o local onde Hiure treinava seus alunos, seu kimono, com apenas um dos braços vestido e com sua faixa no mesmo, três alunos investem com lâminas, o primeiro foi derrubado por um chute rasteiro, o segundo teve sua lâmina desviada para a direita e recebeu um golpe com a lateral da mão de Hiure, o ultimo teve seu punho capturado e seu abdômen chutado no mesmo instante, ambos eram faixas pretas de primeiro dan.
Heitor: como puderam ver, quando em desvantagem vocês devem manter a calma e acima de tudo seus sentidos em alerta, façam isso e os músculos farão o resto.
Ryan: exatamente, mas se o usuário for um dos novos Astros é melhor correrem rápido.
Hiure: eu já volto gente. Fala pouco antes de sair do recinto.
Heitor ficou no comando do treinamento, os irmãos conversavam.
Hiure: o que houve?
Ryan: eu estava treinando na floresta, até que senti uma coisa, era grande, fedia, deve ser maior que Kaique na crinos.
Hiure: não me diga que ficou com medo!
Ryan: só não é meu tipo de caçada, mas é a sua, não estava querendo um desafio?
Hiure pega a direção da floresta, no caminho ele avista Maria, os olhos de ambos se encontram, ele continua seu caminho original, mas o jovem alpha se lamenta por isso.
Maria: ele já esqueceu. Pensa pra si.
Hiure: ela está usando o perfume que eu dei. Pensa sorrindo.
O lobo adentra a floresta num salto, ele ergue o nariz em busca do cheiro.
Hiure: vem fera, vem com o titio karateca. Fala olhando em volta.
Depois de caminhar mais um pouco ele acaba por cair num barranco, mas se vira e cai de joelhos, porém seu kimono foi sujo no processo.
Hiure: merda! Lavar isso é foda! Sujou tudo, porra... Reclama pouco antes de esquivar pra direita.
Sem tempo pra reagir ele recebe um golpe de garra, mas por pouco ele desvia, ele salta para trás e arma a guarda, a criatura era simplesmente enorme, tinha pelos curtos cobertos de musgo e sangue, um corpo robusto, garras enormes e grossas, não tinha pés, mas sim cascos, mas o pior era sua face, tinha a face de um tamandua, porém apresentava presas irregulares e grotecas, seus grunhidos macabros eram compatíveis com sua aparência.
Hiure: você não é do tipo de fala muito não é?
A criatura avança feroz e ataca com um golpe direto de suas garras, o Coronel segura a pata, mas não a tempo, as garras cravam no peito do alpha e o jogam numa distância de dois metros, o jovem alpha se apóia numa rocha, ele nota que no chão tinha crânios, cães, roedores até humanos, a criatura não deu um único passo até Hiure estar consideravelmente próximo dela, apenas abaixou a cabeça, Hiure fica furioso com o kimono que foi rasgado, ele desfere uma cotovelada na clavícula da fera a partindo ao meio, um chute de direita atingiu as costelas, um pontapé quebrou o joelho da besta e por fim Hiure desferiu um golpe com a lateral da mão contra o pescoço da fera que cambaleou para trás.
Hiure: isso mesmo! Agoniza aí, Ryan achando que você seria um desafio pra mim. Fala zombando da idéia.
Não demorou muito e a criatura começa a se levantar, suas fraturas se curaram quase imediatamente, o lobo então fica surpreso.
Hiure: regeneração, por que todo sobrenatural tem isso!?
A criatura avança cegamente, desferiu golpes completamente animalesco, porém imprevisíveis, o jovem alpha apenas pode resistir, no fim ele tinha um braço quebrado e estava zonzo, ele encara a fera a sua frente.
Hiure: vamos maldito, acaba com essa luta logo! Grita furioso.
O monstro desfere um golpe direto que retira Hiure da floresta o jogando de volta para o acampamento em queda, Ryan ouve os gritos e vê seu irmão despencando em direção ao campo, Hiure atinge o chão de costas, o Tenente Coronel logo chega desesperado.
Ryan: que porra foi essa!?
Hiure: aquele bicho me ensinou a voar. Fala rindo pouco antes de ficar inconsciente.
Ryan então leva seu irmão até Elizabeth para que ele receba os devidos cuidados, depois de alguns minutos eles acorda, Elizabeth tinha um olhar severo sobre ele.
Hiure: oi tia. Fala com dor e sem graça.
Elizabeth: tia o cacete! Tentou se matar foi!?
Hiure: foi mal, desculpa viu.
Elizabeth: vocês vivem me dando trabalho, mas não consigo ficar brava muito tempo.
Hiure: como eu estou?
Elizabeth: fratura no braço, clavícula, crânio, maxilar, mandíbula, quatro costelas fraturadas e um dano cerebral.
Hiure: realmente tudo isso e mais um pouco está doendo.
Elizabeth: sem falar na perda de oito dentes.
Hiure: isso não é problema, vão crescer mesmo. Fala pondo a mão no rosto.
Elizabeth: você podia ter morrido!
Hiure: não foi dessa vez, algum tratamento? Alguma erva ou coisa assim?
Elizabeth: não podemos gastar medicamento atoa, repouso absoluto pelo resto do dia, deve acordar melhor amanhã.
Hiure: não posso levar tanto tempo parado, tenho dezenas de alunos me aguardando! Protesta indignado.
Elizabeth: pode ficar na crinos o resto do dia também.
Hiure: isso vai me deixar vazio a noite, vou ficar exausto.
Elizabeth: você que escolhe.
Hiure sai da cama com dificuldade, ele pega a parte do seu kimono que estava aos pedaços e joga no lixo, ele então assume a glabro e vai saindo, no caminho ele encontra com Helmar que parecia realmente estar procurando por ele.
Helmar: até que enfim te achei moleque.
Hiure: algum problema?
Helmar: fora o fato de você ter sido jogado da floresta?
Hiure: foi uma luta, uma luta que perdi feio.
Helmar: acontece, mas não é por isso que estou aqui, vim falar de Maria.
Hiure: Helmar eu sei que você deve estar puto comigo, eu te entendo, mas eu e Maria chegamos num ponto crítico e... Fala sendo interrompido por um gesto de Helmar.
Helmar: eu lamentei o ocorrido com vocês, mas vocês não são crianças, ela está fazendo vinte anos hoje, seus assuntos dizem respeito a vocês, estou aqui pra te convidar para a festinha dela.
Hiure: sua alcunha é o "Grande", no mínimo essa festa vai ser gigantesca.
Helmar: apenas pra minha alcateia e umas amigas que ela fez na alcatéia da Lois, queria fazer mais, porém devo poupar um pouco.
Hiure: sei, mas além disso, eu não sei se eu deveria ir.
Helmar: por favor, significaria muito pra ela.
Hiure: tudo bem Helmar, eu vou na festa.
Helmar: obrigado Hiure. Fala estendendo a mão.
Hiure devolve o cumprimento e vai em direção aos seus alunos, Heitor fazia a demonstração do estilo de luta dos caçadores, assim que todos vêem Hiure, correm para perguntar sobre seu estado.
Hiure: calma gente, tô quebrado, mas tô vivo, amanhã devo estar melhor.
Heitor: você vai hoje à noite?
Hiure: vou sim, não se preocupe, você cuida de tudo? Tenho que falar com meus irmãos.
Heitor: tá beleza.
Com dores e incômodos o jovem Coronel vai na direção da sala do conselho da alcateia, Kaique amolava uma faca e Ryan afiava as garras numa parede de aço, ambos notam a chegada do irmão.
Kaique: aí está o quebra cabeça lupino. Fala rindo das lesões do irmão.
Hiure: eu te daria um soco, mas não tô bom ainda. Fala se sentando em sua cadeira.
Ryan: você tá com uma cara estranha.
Hiure: Helmar me chamou para o aniversário de Maria.
Kaique: a mim também.
Ryan: o mesmo comigo.
Hiure: eita porra, vai geral?
Kaique: pelo que parece, sim.
Hiure: eu estou com o pé atrás, ela pode estar com alguém.
Ryan: na verdade tem um atrás dela. Fala incomodado.
Hiure: quem!? Pergunta tentando fingir que não se importa.
Kaique: você não vai querer saber. Avisa cuidadoso.
Hiure: falem logo!! Grita deixando de se conter.
Kaique: é Mateus de novo. Fala fechando os olhos e com cara de que sabe que vai dar em guerra.
Hiure se senta em sua cadeira, no começo sua face era de descrente, até que a fúria toma conta e ele joga a cadeira pela janela a quebrando.
Hiure: merda!! Grita pouco antes de desequilibrar e se apoiar na mesa.
Ambos os irmãos correm para ajudar ele.
Hiure: merda de lesão cerebral. Fala rindo levemente.
Ryan: se concentre em curar isso primeiro, esqueça as fraturas.
Hiure: não é tão fácil assim. Protesta levemente indignado.
Kaique: vai ter que se cuidar.
Hiure: vou cuidar dos meus ossos, curo dano cerebral depois. Fala seguido de muitos protestos dos irmãos.
Ryan: vocês sabem quem mais vai estar lá também?
Kaique: as amazonas da Lois, lobas jamais tocadas.
Hiure: falam como se elas fossem carne. Fala protestando.
Ryan: não é essa a questão, elas são duronas e difíceis, o lobo que tiver uma amazona ao lado é um lobo de sorte.
Kaique: põe sorte nisso! Vai tentar Hiure?
Hiure: eu terminei um namoro de dois anos faz alguns meses cara, não tô com cabeça pra pegação.
Ryan: só vai pra festa tendo em mente que ela poderá estar com alguém. Fala em advertência.
Hiure: é, eu sei... Fala cabisbaixo.
Pela tarde ele se limitou a supervisionar o treinamento dos seus alunos, Ryan voltou para a floresta, já Kaique teve a idéia de desafiar o grande Alpha Victor, o mesmo empunhava uma espada de dois gumes, já Kaique empunhava uma cimitarra, ambos circulavam a arena, Kaique andava normalmente em círculos enquanto olhava Victor, sua lâmina estava erguida e apontada para o Grande Alpha, o mesmo mantinha a postura desleixada, segurava a espada com apenas uma mão, o Tenente Coronel investe, ambas as lâminas se cruzam ferozes, Kaique esboçava grande uso da força, ele desferiu golpes completamente perigosos e rápidos, Victor apenas bloqueava e sorria, de pouco a pouco ele foi pressionado, mas ele não permite que o jovem perceba, um golpe de Kaique passa perigosamente próximo do olho cego de Victor, ele faz um bloqueio lateral e desarma Kaique que cai sentado no chão, sua lâmina gira e finca no campo atrás dele.
Kaique: monstro!! Impõe sorrindo.
Victor: você melhorou muito Kaique, já está dominando muito bem uma lâmina difícil como a cimitarra.
Kaique: treinei com Connor, ele me ajudou muito.
Victor: você sabe que ele é meu antecessor, não sabe?
Kaique: claro!
Victor: você foi atrás de quem uma vez foi o melhor pra superar o atual. Fala quase lendo a mente de Kaique.
O jovem cão lobo parecia ter sido pego no flagra.
Kaique: não vou mentir, foi isso mesmo, mas acho que falhei, você o superou, não faz muito sentido eu o procurar por esse motivo.
Victor: eu era igual a você Kaique, metade das minhas inúmeras cicatrizes foram causadas por Connor, ele e Antônio eram rivais do meu pai, cabia a mim fazer frente ao braço direito de nosso maior rival, por isso eu me dediquei por anos e faz vinte anos que tivemos nosso maior duelo, foi onde eu me tornei o melhor do mundo, mas não foi apenas minhas habilidades que o venceram.
Kaique: como assim? Não saquei.
Victor: o tempo garoto, o tempo estava ao meu lado, eu cresci e alcancei a maturidade física enquanto Connor envelhecia e enfraquecia lentamente, eu tinha trinta e um anos e ele quarenta e seis, foi assim que eu venci.
????: é uma boa teoria garoto. Fala surpreendendo todos.
Ambos os combates se surpreendem com a voz de Connor saindo das sombras, o mesmo andava com as mãos juntas para trás e sua rapiera na cintura.
Connor: mas você está enganado, em nosso confronto eu estava com toda a força.
Victor: mas sua idade.
Connor: você por algum acaso ficou mais fraco desde aquela época? Não né? Muito pelo contrário não?
Victor: sim, mas...
Connor: mas nada, você me superou pois ficou melhor, não fui eu que enfraqueci.
Victor: mas você ainda é classe onze.
Connor: doze na verdade, mas isso se deve a todas as minhas habilidades, de caça, corpo a corpo e tudo mais, mas no quesito espada eu não sou mais o melhor de todos. Fala pouco antes de se retirar do campo.
Victor tinha um olhar feliz e pensativo, estava grato pelas palavras do velho kriegshund.
Kaique: quer um lenço coroa? Acho que vi uma lágrima. Fala rindo.
Victor: talvez você queira um curativo. Fala zombando.
Kaique não entende muito bem, até que tem seu peito leve cortado horizontalmente.
Victor: você melhorou muito, mas se continuar com essa arma você só vai ficar parado no quesito aprimoramento.
Kaique: eu mando bem de cimitarra. Fala se defendendo.
Victor: mas ela não é pra você, tenho presentes. Fala guiando Kaique até seu estande de espadas.
O estande era uma cabana completamente cheia de espadas dos mais variados tipos, tamanhos, formatos e idades, o grande Alpha então chega perto de três em específico, eram lâminas japonesas.
Victor: pegue. Fala calmamente.
Kaique: o que!? Pergunta abismado.
Victor: pega logo! Exige.
Kaique pega a do meio e analisa a lâmina, ele desfere golpes lentos e nota que era uma espada inigualável.
Kaique: como sempre você tem as melhores.
Victor: sim, essas são as melhores orientais que tenho, cada uma tem cerca de trezentos e oitenta anos.
Kaique assovia ao ouvir a idade das lâminas.
Kaique: não são comuns.
Victor: são feitas para licantropos, construídas de matéria prima sobrenatural que as fazem serem virtualmente indestrutiveis.
Kaique: devem valer uma fortuna por todos esses fatores.
Victor: cinco milhões e meio cada uma, são suas agora. Fala como se não fosse nada.
Kaique: o que!? São dezesseis milhões e meio, não posso aceitar nem uma sequer.
Victor: pegue logo e vamos lá pra fora, vou te mostrar como usar cada uma.
Victor demonstrou como usar lâminas japonesas, por uma hora ele instruiu o jovem rapaz, Maria continuava seu treino com as amazonas, agora ela usava as mais variadas armas brancas e de fogo, teve uma afinidade com arco e flecha, tendo o próprio, mesmo que com pouco tempo, sua evolução foi mais do que notável.
Ao cair da noite a música começa a tocar, os irmãos se arrumaram para a festa, Kaique vestiu bermuda azul marinha e camiseta fina preta, sua barba estava feita e seu anel reluzia em seu dedo indicador e sapatenis cinza, Ryan colocou blusa de manga fina e bermuda jeans escura e tênis preto, usava apenas cavanhaque bem feito, seu anel foi posto em seu dedo mindinho, já Hiure como sempre colocou uma calça jeans pesada e escura, uma blusa pólo azul marinho e botas marrons, sua barba estava curta, seu anel negro marcava presença em seu dedo anelar. Eles vão em direção ao local, era parecido com um teatro grego, um enorme espaço com muita gente e um palco mais distante, músicas tocavam aleatórias, hora sertanejo, outra funk e do nada mudava pra eletrônica.
Kaique: alguém vai de bebida?
Hiure: eu! Responde de imediato.
Ryan: farejo pt vindo aí. Fala fingindo farejar.
Hiure: foda-se! Responde sem se importar.
Kaique: colmeia ou tequila?
Hiure: ambas, colmeia bem gelada e trás a garrafa da tequila pra cá. Fala ao irmão que os deixa.
Ryan: vai nos ouvir e tentar ficar com alguém?
Hiure: eu vou, minhas companhias estão vindo engarrafadas e bem alcoólicas.
Ryan: faz o que achar melhor, só toma cuidado.
Depois de um tempo Kaique aparece com duas garrafas, eles deixam Hiure na dele enquanto vão dançar com algumas lobas, tudo estava bem, até que Hiure avista Mateus chegar e vir em sua direção e para a surpresa do Coronel, o lobo do oeste segue reto até parar, quando Hiure verifica onde Mateus foi ele avista Maria, usava vestido de couro preto que desenhava seu corpo todo, ao ver os dois dançando Hiure se enche de raiva e esmaga a garrafa de vidro em sua mão, uma loba se aproxima dele e puxa assunto.
Loba: nervoso Coronel? Fala olhando sua mão sangrando.
Hiure: um pouco, uma tremenda loba acabou de puxar assunto com esse lobo largado aqui. Fala maldoso.
Loba: topa se distrair na pista?
Hiure: você leu minha mente.
Ela o pega pela mão e ambos começam a dançar, entre tantos ele avista seus irmãos, Kaique implorava atenção de uma loba, já Ryan estava se dando bem com uma das amazonas, entre olhares o dele encontra com o de Maria, estavam tristes e irritados com a falta de atitude um do outro, mas tudo foi ofuscado pela redução do volume da música, todos olham para o palco, Helmar parou tudo e exigia silêncio.
Helmar: um tempinho de atenção aqui. A festa está ótima, mas eu queria fazer melhor pra minha filha, Maria sempre foi única, desde pequena batia de frente comigo, se tornou uma mulher linda de corpo e alma, uma loba responsável e justa, não poderia pedir filha melhor, eu sei que vivo errando, mas saiba que esse coroa marrento te ama muito minha filha.
Logo depois de Helmar foi a vez de Vaneska que usava um vestido azul claro.
Vaneska: minha filha, hoje completando vinte anos, tive o prazer de ver tudo, sempre fomos unidas e com o passar do tempo nos tornamos melhores amigas, minha parceira de filmes, de sorrisos e de choros, de vez em quando brigamos, mas o amor fala mais alto, te amo minha filha. Fala chorando um pouco.
Heitor: tô cheio de vergonha, o que dizer da melhor irmã desse mundo? Sempre foi um grande exemplo pra mim, em caráter, dedicação e responsabilidade, sempre que preciso tenho seu apoio, seus conselhos e até mesmo seu colo, nada me deixa tão feliz quanto te ver feliz, te amo mana, você é a melhor do mundo.
Já quase chorando, a Coronel do oeste ia em direção ao palco até que um gesto de seu pai a faz parar.
Helmar: calma filha, segura que tem mais um pra falar. Fala sendo incompreendido.
Maria tinha em sua face confusão explícita e óbvia.
Helmar: é sua vez de falar, Hiure!! Grita para todos.
Assim que o Grande Alpha diz isso os dois irmãos mais velhos olham para o mais novo que estava alcoolizado.
Hiure: com que Hiure ele tá falando?
Ryan: que outro seria!? Pergunta irônico.
Hiure: nem fudendo que sou eu! Fala descrente olhando para o palco.
Helmar: sobe logo Hiure Eduardo, ou quer que eu o arraste!?
Hiure com muita dificuldade vai em direção ao palco, o olhar furioso de Maria pairava sobre ele e o pai dela.
Hiure: eu nem sabia que isso ia rolar, nem em condições eu estou. Fala se desculpando com voz arrastada.
Quanto mais ele falava, mais a raiva de Maria crescia.
Hiure: Maria Júlia né? Eu a conheci em 2016, antes de eu me tornar um oficial, mas ela já era incrível em todos os sentidos, namoramos, terminamos, depois de muita coisa voltamos, vivemos anos maravilhosos e agora terminamos de novo, o que eu sinto? Amor, claro! Respeito, carinho, consideração, gratidão, posso confiar nela do mesmo jeito que confio em meus irmãos e ela a mesma coisa, é uma loba no sentido mais puro, leal, corajosa, sempre disposta a se sacrificar pelo bem maior, errei com você, mas independente do que ocorra conosco, você sempre será a mulher mais importante da minha vida. Fala sério e sincero.
Após ouvir tudo, a raiva de Maria some, de seus olhos lágrimas escorriam, sua família olhava contente e satisfeita com as palavras de Hiure, o mesmo logo chama seus irmãos.
Hiure: ajuda aqui, tô bêbado e com o cérebro fudido. Fala recebendo ajuda deles.
Assim que toca o chão ele dá de cara com a aniversariante, sua expressão era indecifrável.
Maria: poderiam nos dar licença?
Ryan: claro, só não o machuque, não na cabeça. Fala saindo junto de Kaique.
Maria: o que foi tudo isso? Pergunta seria.
Hiure: a verdade eu acho. Fala um pouco zonzo.
Maria: o que você tem? Algo na cabeça?
Hiure: soube do meu vôo? Então... Danificou meu cérebro, estou exausto de ficar transformado e eu tô bêbado, então...
Maria: enfiaram acônito na sua cabeça!? Nesse estado você inventou de beber tanto!?
Hiure: não tô mal ao ponto de não conseguir dar uma dança para a aniversariante. Fala sorrindo.
Maria: você odeia dançar. Fala desconfiada.
Hiure: vou fazer uma exceção por você.
A música era perfeita para o momento dos dois, depois de alguns passos seus olhos se fixaram um ao outro, eles se deixam levar e se beijam, não foi um beijo por apenas saudades, mas também por amor em seu mais puro sentido, as mãos dele abraçaram firmemente a cintura da loba e ela entrelaça seus braços no pescoço do jovem alpha, Mateus de longe viu o casal se beijando, não se contendo ele vai rapidamente até os dois, ele puxa Hiure pelo ombro e o acerta na lateral do crânio do Coronel o derrubando na hora, em contrapartida ele recebe um pontapé de Maria que o joga longe, a loba toma o jovem caído em seus braços, de sua cabeça o sangue escorria, ela decide levar ele até a cabana do mesmo, assim que ela chega a porta ela tem um estalo.
Maria: ele está exausto, bêbado e tudo mais, Wellington já deve estar dormindo, puta merda!! Vou ter que levar ele comigo. Fala consigo mesma.
Ela o leva até sua casa, em sua cama Maria o deixa repousar, ela o olhava sentada numa cadeira, até que ele se mexe na tentativa de se levantar, ela o ajuda.
Hiure: caramba, esse pt foi pica, até desmaiei.
Ao falar tais coisas Maria nota que ele não se lembrava do ocorrido então ela decide manter em segredo.
Hiure: Maria onde eu tô? Na minha cabana não é.
Maria: é a minha.
Hiure: você não estava com seus pais?
Maria: sim, mas tenho essa aqui pra esse tipo de coisa.
Hiure: obrigado viu?
Maria: tava na cara que sua amiga não ia te ajudar. Fala provocativa.
Hiure: fala daquela caçadora? Nem se quer o nome dela eu sei, mas é bom ver seu ciúmes em alta. Fala rindo
Maria: se estiver melhor, você pode ir!! Fala irritada.
Hiure: não finge de boba, você ficou puta da vida por eu ter ficado com ela.
Maria: você ficou com ela!!?
Hiure: não, estava blefando. Fala rindo olhando para Maria.
Maria: foda-se! Não tô nem aí, você faz o que quiser da sua vida.
Hiure: não é bem assim, eu sou seu lembra? Faço o que você quiser e vice versa claro.
Maria: eu não sou sua Hiure, terminamos lembra? Você mesmo disse isso.
Hiure: é minha sim e você mesma vai dizer isso. Fala indo em direção a porta.
Maria: obrigada por sair.
Hiure: sair? Quem falou em sair? Pergunta trancando a porta e quebrando a chave.
Hiure vai em direção de Maria que estava furiosa, ele tenta acariciar o rosto dela, mas a mesma impede, ele insiste até que se cansa e a puxa pela cintura para perto dele.
Maria: vai me soltar agora!
Hiure: se você não quisesse isso eu nem teria conseguido te segurar. Fbala olhando nos olhos dela.
Depois de tanto lutar ela cede um pouco, o suficiente para outro beijo que foi ficando cada vez mais intenso.
Hiure: minha morena gostosa. Fala beijando o pescoço da loba.
Maria: eu não sou mais sua.
Hiure: você vai dizer, vai falar várias vezes. Diz malicioso.
Ele a ergue pela cintura e ela entrelaça suas pernas na cintura dele, Hiure anda até próximo a uma parede e apóia seus braços na mesmabxznbxbxcmnbxcvmvxnzmv
Hiure: fala baixinha, deixa de ser teimosa. Sussurra ao ouvido dela.
Maria nada dizia, dando a entender que estava por um fio de falar, o Coronel então caminha até a cama dela e a põe deitada, suas garras rasgam lentamente o vestido da loba, ao terminar de rasgar ele sente as mãos de Maria em suas costas e sua camisa sendo rasgada juntamente com arranhões em suas costas.
Hiure: você não se esqueceu.
Maria: te conheço lobo safado, sei o que te alegra, entristece, o que te excita...
Hiure: essa frase é minha. Fala a beijando intensamente.
Maria não conseguia falar nada, seu coração batia com força.
Hiure: você é minha não é? Fala com um tom preocupado.
Maria: você também é só meu. Fala finalmente cedendo.
Ao ouvir tais palavras, Hiure sorri satisfeito, roupas rasgadas estavam espalhadas por todo o quarto, estavam sedentos um pelo outro, por isso seus beijos eram incessantes, no fim ambos se deitam a vontade na cama.
Hiure: como eu senti falta disso.
Maria: sexo de madrugada?
Hiure: sexo de madrugada com você. Fala beijando o ombro dela.
Maria: se sentiu tanta falta, por que não ligou? Pergunta fingindo não se importar.
Hiure: tentei, mas eu estava numa roça no Tocantins sem qualquer rede ou maneira de comunicação tecnológica. Fala se explicando.
Maria: entendi. Fala levemente desapontada.
Hiure: achou que eu não ligaria? Você ligou pra mim?
Maria: não!
Hiure: você mente mal pra caralho. Fala rindo
Maria: odeio seus sentidos sabia?
Hiure: outra mentira. Fala rindo.
Maria: está melhor da cabeça?
Hiure: só vou ficar 100% pela manhã, mas eu tive uma ótima cuidadora. Fala malicioso a acariciando.
Maria: não se cansa de ser um safado não?
Hiure: nem um pouco, com você eu não preciso me restringir em nada. Fala sincero e com orgulho.
Maria apenas fica em silêncio, quando.
Maria: te amo Hiure. Fala aliviada.
Apesar dela finalmente ter falado, Hiure já havia caído em sono pesado. Pela manhã ela acorda e tenta sair da cama, mas o braço de Hiure impedia sua saída.
Maria: vai Hiure, tenho que treinar.
Hiure: precisamos fazer outra coisa com "t" e não é treinar.
Maria: por mais que eu queira lobo safado, realmente eu preciso ir. Fala finalmente sendo solta.
Hiure novamente cai no sono.
Maria: o dano cerebral deve estar quase curado, ele tá vazio, não deve levantar nem tão cedo. Fala o olhando dormir.
Maria simplesmente retira a fechadura de sua porta e sai para treinar, eram 7:00 h, ao chegar ela se depara com as irmãs Lois e Sofia, ambas trajadas para treino.
Lois: Maju, feliz aniversário atrasado! Fala rindo a abraçando.
Maria: valeu Lois, vai treinar conosco hoje?
Lois: vou sim.
Sofia: meus parabéns Maria, vinte anos é uma idade linda para se viver. Fala rígida.
Maria: obrigada Sofia. Agradece sincera.
O treino tem início, Lois pegava pesado, Sofia apenas observava, Maria parecia uma amazona de nascença, exímia acrobata e lutadora, já no campo da alcatéia de Victor, o mesmo continuava a instruir Kaique.
Victor: nunca comece uma luta usando mais de uma espada, pelo menos não por enquanto, deve saber escolher bem suas armas, com três delas, suas combinações são muito variadas e devem ser usadas para os oponentes certos.
Kaique: elas tem tamanhos e alcance diferentes, pra cada arma usada contra mim, vai variar qual eu usarei.
Victor: perfeitamente, vamos!
Ambos treinaram por horas, até Kaique cair de cansaço, o suor encharcava o chão, ambos respiravam pesadamente.
Kaique: há quanto tempo estamos aqui?
Victor: três horas e meia.
Kaique: que tal vinte minutos de descanso?
Victor: você tem dez. Fala dando as costas.
Nesse tempo Hiure acorda um pouco confuso, mas os danos em seu cérebro foram curados, ele sai correndo para o campo de treino das amazonas, seguindo o cheiro ele logo encontra Maria, ao longe ela treinava espada, assim que adentra o terreno é surpreendido por uma faca a qual ele esquiva, sua agressora era Sofia.
Hiure: que susto Sofia, essa quase passou perto.
Sofia: o que traz o Coronel aqui?
Hiure: não precisamos de formalidades, sou o Hiure de sempre, só que maior, barbado e cabeludo. Fala rindo.
Sofia: o que você quer aqui Hiure? Fala logo estou ocupada.
Hiure: vim falar com Maria.
Sofia: sei que vocês dois tem um passado, mas ela é uma amazona agora e você é distração.
Hiure: tá brincando!
Sofia: não, vai embora.
Hiure: não posso.
Sofia: então terei que fazer uso da força.
Hiure: não quero lutar com você.
Sofia tenta alguns socos, no entanto ela não acertou nem um.
Hiure: para com isso Sofia, eu não tenho o mínimo motivo pra lutar.
Sofia: te darei motivo. Fala saltando para trás dele.
Ela desenrola um chicote na perna do Coronel e o derruba, ela o solta e enrola novamente o chicote em seu braço, Hiure se levanta aplicando um chute que passa ao lado do rosto da mesma que devolve o golpe, mas seu pontapé foi bloqueado por Hiure antes dele se equilibrar, Sofia puxa uma balestra, Hiure toma a mão dela e ambos entram em disputa, com esforço e depois de joelhadas no abdômen, ele consegue a fazer soltar a arma.
Hiure: para com isso, você sabe que não sou fácil de derrubar.
Sofia: e ainda não foi capaz de me acertar garoto.
Hiure avança sem pensar, desferiu golpes potentes, porém a caçadora esquivou por pouco e sacou uma faca, na primeira estocada ela teve sua mão capturada, ela tentou aplicar uma joelhada, mas foi bloqueada pelo mesmo golpe de Hiure, mas a caçadora teve prejuízo nesse golpe, eles se soltam, ela sabia o que pode acontecer se vacilar por um segundo, o pé dele passa muito veloz próximo ao rosto dela num chute circular, ele aplica um soco na altura do estômago, ela segura o soco, mas leva uma rasteira, ao tocar o chão ela vê um soco vindo na direção do seu rosto, por pouco ela desvia, o punho do Coronel afundou no chão, ela o chuta no rosto com toda força, o Coronel deu dois passos para trás.
Hiure: chega Sofia! Você sabe que não pode me vencer. Fala limpando o sangue do rosto e armando a guarda.
Sofia: você ainda não me acertou! Fala tentando o acertar com a faca.
No instante do golpe, outra lâmina bloqueia a de Sofia, Maria empunhava uma espada longa de dois gumes.
Maria: o que você tá fazendo!?
Hiure se joga sentado no chão, tinha a respiração levemente ofegante.
Sofia: ele veio te atrapalhar!
Maria: e é motivo pra tentarem se matar!?
Hiure: eu só me defendi dela.
Sofia: tentou me acertar, mas não me tocou e ainda disse que eu não poderia vencer. Fala zombando da idéia.
Maria: e não poderia mesmo, tenho certeza que ele chegou muito perto de te acertar severamente várias vezes, mas por algum milagre você esquivou. Fala adivinhando tudo.
Sofia: sim, algumas vezes.
Maria: ele não quis te acertar, ele nunca iria ferir uma loba, no máximo derrubar ou imobilizar.
Sofia agora tinha um olhar diferente sobre o Coronel, ela por fim nota que realmente ela teria perdido.
Sofia: tem cinco minutos. Fala se retirando.
Maria: por que veio aqui? Pra tomar uma surra?
Hiure: eu não levo uma surra desde... Ontem de tarde. Fala rindo.
Ambos riem até que o riso de Hiure para, em seu rosto se via confusão.
Maria: o que foi?
Hiure: eu levei uma surra ontem...
Maria: na floresta, por isso o dano cerebral e fraturas múltiplas. Fala tentando o fazer rir.
Hiure: além dessa, teve outra, eu apaguei do nada ontem a noite.
Maria: você tava bêbado.
Hiure: por que você tá mentindo? Não foi bebida.
Maria: foi sim, foi logo depois da nossa dança.
Hiure: alguém me puxou...
O Coronel se esforçou até que a resposta veio a sua mente, Maria logo nota o fim da confusão do alpha.
Hiure: Mateus me nocauteou, não foi!?
Maria: eu devolvi o que ele fez.
Hiure: e por quê não me contou!?
Maria: você ia armar uma guerra contra ele, só quis amenizar os danos.
Hiure: se você tivesse falado desde o início eu teria aceitado, mas você mentiu!! Olhou nos meus olhos e mentiu!!
Maria: você também mentiu sobre Italo!
Hiure: é diferente, você ia abandonar seus estudos sem motivo, eu no máximo iria quebrar uma mesa! Eu confiei em você e você o protegeu.
Maria: ele é um capitão da minha alcateia, não podia permitir que alguém fizesse algo contra ele, mesmo sendo você.
Hiure: tudo bem. Fala se levantando.
Maria: tudo bem mesmo?
Hiure: já que gosta tanto do seu capitão, vai adorar tratar dele quando eu o quebrar ao meio. Fala rígido e sério.
Ele dá as costas, as palavras e puxões de Maria não surtiram efeito algum, ele estava decidido no que faria, ao notar isso Maria corre para o campo de treino de Helmar, o mesmo instruía vários lobos, entre eles estava Mateus, a Coronel invade o treino sem dar explicações e retira o capitão do treino.
Mateus: que foi Maria, me derrubou ontem e agora me atrapalha!?
Maria: você mereceu aquele golpe, além disso estou aqui pra salvar sua pele.
Mateus: do que!? De quem!?
Maria: Hiure, ele se lembrou do que você fez, não pude convencer ele de não se vingar.
Mateus: não tenho medo, se ele quiser que venha, vamos deixar claro para todos quem é o mais forte.
Maria: se você quer, que seja, não tomaremos partido sobre quaisquer resultados. Fala em aviso final.
Ele tinha um olhar orgulhoso e feroz, queria essa luta de qualquer jeito, a Coronel dá as costas para o capitão e ele o mesmo.
Maria: medo você não tem, mas te digo, Hiure não é alguém que você pode subestimar, há pouco ele venceu Sofia, agora você decide o que fazer.
Hiure espalhou um desafio, ele estaria na poça de javali, que nada mais era que uma enorme poça de lama com 80 cm de profundidade, com o passar das horas a noite ia caindo.
Kaique: está quase na hora. Fala se interrompendo na lustração de suas espadas.
Ryan: sabe que vai dar merda, não sabe?
Kaique: só nos resta assistir o espetáculo. Fala irônico.
Ambos saem e vão para a poça, ficava a beira da floresta, em sua borda haviam raízes grossas, Mateus aparece, usava seu colete tático, ele estava perto da beira, dezenas de lobos rodeavam a poça, ele olhava a todos com arrogância, atrás dele brilhos rubros surgem e Mateus é empurrado para dentro da lama, ambos caem na mesma, Mateus se levanta furioso e coberto de lama.
Mateus: Hiure!! Aparece seu merda que eu vou te arrebentar! Vou te mostrar quem é que manda!! Grita furioso.
Algo emerge da lama, Hiure limpa o rosto, mostrando assim um sorriso cínico.
Hiure: tá bom coiote, me mostra! Fala jogando a parte superior de seu kimono pra fora da poça.
Num instante Mateus aplica um direto, Hiure bloqueia com os antebraços e devolve com um cruzado que acerta o bloqueio de Mateus o desequilibrando, o mesmo desfere outro direto, Hiure repete o bloqueio, mas recebe um soco nas costelas que estavam expostas, o Coronel desfaz a guarda e recebe um cruzado no queixo.
Hiure: já levei golpes mais fortes numa rinha de bêbados.
Mateus: só assim pra você vencer alguém. Responde irritando o oponente.
Hiure serra os dentes e aplica um gancho em Mateus e em seguida um chute no abdômen, o Coronel tenta um chute alto, mas tem seu golpe parado.
Mateus: você é fraco, você é lento!
Hiure: é verdade, qualquer um fica lento com lama até a coxa. Fala provocativo.
Mateus tenta acertar um soco, Hiure bloqueia com a esquerda e desfere um golpe com os nós dos dedos da outra mão, seu golpe atinge a tempora do oponente.
Hiure: e você não é muito esperto.
Mateus assume a crinos e ataca, Hiure fica impotente por alguns instantes e leva cinco socos e um golpe das garras de Mateus que atingem o rosto do Coronel, novamente o capitão ataca seu desafiante, mas o mesmo chuta e quebra a mão direita de Mateus, logo em seguida o desafiante atinge as costelas do capitão com a segunda junta do dedo do meio, quebrando o osso, Mateus rosna de dor e olha pra Hiure o qual já se curava dos golpes recebidos, o capitão tenta outro golpe de garras, dessa vez com os dedos esticados, mas os mesmos encontram com o punho serrado de Hiure que esmaga os dedos de seu desafiado, o mesmo olhava para suas mãos gravemente feridas.
Mateus: seu merda, luta justo filho da... Grita sendo interrompido por um cruzado.
Hiure: serre esses dentes e cala a porra da boca!! Fala no momento do golpe.
O soco fez com que Mateus mordesse violentamente sua língua a cortando quase ao meio, sua dor não deteve Hiure, que atingiu o fígado de Mateus com um chute, o lobo atingido uiva desesperado de dor, o som foi ouvido por Maria, que correu para o local, Mateus cai em meio a lama.
Mateus: seu desgraçado!! Eu vou te matar!!
Hiure: eu já mandei você calar a porra da boca. Fala pausadamente enquanto assume a crinos.
Seus olhos predadores fixam no alvo e o Coronel libera a intimidação predatória em Mateus, seu rugido ecoou por todo o acampamento e além, nesse momento Maria chega e vê a cena, Hiure transformado de pé e Mateus caído com os olhos azuis, o Coronel sai da poça, seus irmãos olhavam descrentes, Maria o olhava com horror, não acreditava que ele tinha feito aquilo, Kaique e Ryan o seguiram até o alojamento dele.
Ryan: Hiure! Hiure!! Grita sem receber atenção.
Kaique: Hiure! Fala segurando o ombro dele firmemente.
Hiure: o que foi!?
Ryan: você ainda pergunta? O que foi aquilo!?
Hiure: eu vencendo, como sempre.
Kaique: não, foi muito diferente das suas lutas normais, você sabia que venceria e quase matou ele!
Hiure: sabia! Sabia sim, fiz o desafio pois sabia que ele não ia recusar, lutei sabendo que venceria fácil!
Ryan: bater nele, cortar a língua, até fraturar foi aceitável! Você o transformou num beta!!
Hiure: eu não sabia.
Kaique: não minta pra nós!!! Você sabia!?
Hiure: só no momento que decidi usar, naquela hora eu sabia que tinha alcançado o vislumbre do inferno e decidi usar sabendo o que ocorreria.
Ryan: você não é assim.
Hiure: o que? Vingativo? Você sabe que sou!
Kaique: ela vai vir atrás de você e sabe disso. Afirma sério.
Hiure simplesmente dá as costas e vai se limpar.
O capitão ferido foi levado para ser tratado pelos médicos da alcateia, Maria pessoalmente chefiou a equipe, depois de alguns minutos de tratamento intensivo, Mateus retoma a consciência.
Maria: até que enfim acordou, fizemos o máximo, suas fraturas vão demorar bastante pra curar.
Mateus: sou um alpha, nada demora pra curar.
Maria: não, você não é mais um alpha.
Mateus: como assim!?
Maria: você foi atingido pela intimidação predatória de Hiure e por conta disso você se tornou um beta.
Mateus: não! Impossível! Fala brilhando os olhos azuis olhando para seu reflexo num talher.
Maria: sinto muito.
Mateus: sente muito!!?? Tem noção de quão merda é a minha situação!?
Maria: não se faz de vítima! Você o atacou na covardia porquê quis, aceitou o desafio dele porquê quis, não ouviu meu aviso porquê quis, portanto arque com as consequências!!! Grita se defendendo.
Mateus não tinha palavras para argumentar contra Maria.
Mateus: o que vai acontecer com ele?
Maria: vou falar com ele, se é que ele vai me ouvir.
Mateus: ele quase mata seu capitão e você só vai falar com ele!? Nenhuma penalidade!?
Maria: o que você achou que ia acontecer? Que começaríamos uma guerra contra ele? Você foi lutar por sua conta e risco, tô fazendo muito em ir falar com ele.
Mateus: e como sempre a cadela vai atrás do dono.
Tais palavras surpreendem a todos, mas a Coronel parecia não acreditar.
Maria: eu ouvi direito? Eu vou fingir que não escutei isso, vou te dar essa colher de chá por conta do seu estado, mas tome cuidado com sua língua! Adverte rígida.
Mateus: do contrário você vai chamar seu lobo pra te proteger? Como cadelas que fogem de qualquer coisa, não se cansa de ser o brinquedo dele? Acha que sexo vai trazer ele de volta?
Essas palavras tiram Maria do sério, ela o segura pelo braço e o joga contra a parede de madeira a destruindo toda, Mateus foi parar a três metros da cabana, os médicos protestavam contra a ação de Maria.
Maria: você tem dez minutos pra sumir daqui, a partir de hoje você é um lobo solitário!!
Mateus: não pode me expulsar, você não é o alpha!
Maria: sou a filha dele e agora você tem nove minutos e meio. Fala dando as costas.
A notícia de expulsão de Mateus logo chegou aos ouvidos de todos, enquanto o lobo expulso tomava a direção da floresta, ele dá de cara com os irmãos Pedro e Marcos, ambos deram problemas para Hiure quando este se tornou um beta, Pedro era o mais velho e tinha rancor de Hiure pelas vezes que foi humilhado pelo Coronel.
Marcos: o que vai fazer agora capitão Mateus? Pergunta em deboche.
Mateus: vai para o inferno, tenho muitos problemas pra ficar ouvindo suas merdas!
Marcos: ele não pega leve não é? Ele sempre causa problemas.
Mateus: do que está falando?
Marcos: Loiro foi morto porquê ele mantinha híbridos nojentos na alcatéia, o "filho" de Hiure é um híbrido, por culpa deles nós perdemos tudo!!
Mateus: filho da puta!! Eu vou matar ele!!!
Marcos: meu irmão e eu estamos de saída, temos lugares reservados na alcatéia do Robert Turner.
Mateus: mas foi ele que fez isso conosco.
Marcos: e agora está poderoso, rico, bem instalado e disposto a ter novos lobos, eu pretendo ficar no lado que não vai afundar.
Mateus: conta comigo.
Ambos somem na floresta sem deixar rastros, iam em direção ao alpha das trevas, se entregando a tudo de ruim que ele representa.
Na manhã seguinte Priscila e Rafael chegam ao acampamento, os grandes Alphas estranham.
Wellington: e os tais povos?
Rafael: bem ali. Fala apontando para a floresta.
Inúmeros tufões se formam acima das árvores, enquanto as mesmas pareciam se abrir de pouco a pouco.Continua...
Capítulo bom né, foi o que eu mais gostei de escrever, muitas coisas estão por vir, se você realmente curte o livro, vota, compartilha e fala com os amigos!!
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Presas e Garras
LobisomemEm uma cidade do Rio de Janeiro chamada Lupina existem quatro alcatéia dominantes, a cidade foi dividida pelos antigos Alphas, na alcatéia do Sul vivem os quatro jovens principais, Rodolpho, Ryan, Kaique e Hiure eram mais do que amigos, verdadeiros...